Os dias que seguiram foram difíceis e decisivos. Armando tornou a conversar com a filha e a proibiu de encontrar o rapaz. Uma semana depois, ela foi apresentada a mãe dele, mas teve uma recepção totalmente diferente daquela que Diogo recebeu de seus pais. Sua sogra foi mais gentil, porém parecia um pouco desconfiada. Não queria que o filho se machucasse devido às diferenças sociais.
Durante um café da manhã, Armando se dirigiu secamente a sua filha:
- Bia como está na faculdade?
- Estou bem, pai.- Bia estranhou a pergunta, pois há dias seu pai não a perguntara sobre a faculdade, na verdade ele mal a dirigira a palavra.
- Não está de namorico com aquele rapaz, está?
Bia suspirou e pensou no que iria dizer. Seria mais fácil enganá-lo dizer que tinha terminado tudo para continuar a vê-lo, mas eles não queriam isso. Desejavam assumir publicamente sua relação e isso incluiria os pais de ambos.
- Não estamos de namorico. Estamos namorando sério. - respondeu enquanto rolava os olhos.
Sua mãe mencionou falar alguma coisa, mas foi impedida por Armando.
- É a sua última palavra?
Bia se lembrou da conversa que teve com o pai quando Diogo saiu de sua casa. Foram exatamente estas palavras que ela usou com o pai. Deu a mesma resposta que recebeu.
- Exatamente.
O silencio a mesa foi sepulcral. Quando terminaram a refeição sua mãe tentou falar com a filha, mas foi impedida por Armando. Bia foi para o quarto, pegou suas coisas e quando se dirigiu ao seu carro para ir a faculdade, foi impedida pelo pai.
- Pai, eu vou para a faculdade senão vou chegar atrasada.
- Vá de ônibus.
- O que?- Bia queria acreditar que estava ouvindo errado. Nunca soube o que era pegar transporte coletivo, pois só saia de casa com o motorista e no máximo pegava um táxi.
- Não quer brincar de ser pobre? Vá para a faculdade de ônibus, metrô, o que quer que seja. Se quiser namorar um pobretão vai aprender a viver como eles. – Na verdade este seria um golpe de Armando para que Beatriz desistisse de tudo.
- E enquanto insistir nisto, a viagem estará a Granada estará adiada.
Bia fez um sinal positivo com a cabeça e respirou fundo.
- Tudo bem. Então é melhor cancelar a viagem. Vou tentar pegar um ônibus então.
Quando Bia saiu pela porta sua mãe quase a impediu, mas foi segurada pelo braço por Armando.
- Você está louco? Esta menina dentro de um ônibus. Ela pode ser assaltada ou se perder. Se acontecer alguma coisa com ela a culpa será sua.
- Ela não será a primeira nem a última a andar em um coletivo. Não quer bancar a pobre? Vai pegar ônibus cheio, apertado em pé e chegar à faculdade toda amassada.
Armando se retirou e foi fechar negócio com um cliente importante. Estava preocupado com a filha e queria saber como ela chegaria. Teve medo de que Bia se perdesse no meio do caminho e ficou surpreso com a sua resposta, pois achou que a filha iria recuar. Essa definitivamente não era a Beatriz que ele estava acostumado a ver.
Beatriz teve dificuldades para chegar à faculdade. Pegou ônibus errado, saltou em um ponto depois e teve que voltar a pé. Quando chegou o primeiro tempo já tinha começado e Jéssica quase caiu para trás quando estava no seu ônibus e vi Bia descendo. Pensou em se tratar de uma miragem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O preço da escolha
RomanceLIVRO EM REVISÃO. O que leva uma juíza conceituada abandonar sua carreira para se tornar uma atriz? Beatriz Santiago é uma menina rica e nunca precisou batalhar por nada, pois seu futuro já estava traçado: suceder o pai na presidência d...