Capítulo 3

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  Já era quase dia e a linda estranha dormia o sono dos justos e limpos de coração, ou seja, o sono dos merecedores, do qual eu não participava. Mais tinha uma razão, não, em sua totalidade umas duas, três ou quatro... Deixa pra lá!

A verdade é que não tinha condições para se dormir - a não ser que você tenha sido abatido por um ogro, não, na verdade quatro - a estrnaha dormia em minha cama, eu estava muito preocupado e desconfiado para poder dormir. Com toda certeza não havia condições para se ter uma noite tranquila de sono quando em suma, a noite havia sido caótica e infernal.

Enquanto cuidava da estranha me perguntava como aquilo havia acontecido com ela, afinal de contas, o que ela fazia na floresta uma hora daquelas? Será que havia sido trazida para lá? Raptada talvez?

Essas perguntas apenas ela poderia responder, disso, eu tinha certeza.

Minha noite se resumia em cuidar da pobre coitada e administrar cuidados a base de essência curativa das ervas cultivadas por Socidens mais não parecia fazer efeito, porém ela era sim muito mais bonita quando estava no claro. Isso era um fato incontestável e inegável, mais sua beleza estava maculada por vários arranhões e dois cortes profundos, um em sua boca rosada e outro em sua sobrancelha bem feita esquerda - céus desde quando me atenho tanto aos detalhes? Resolvi não ouvir mais meus loucos e insensatos pensamentos me atendo a mulher dormindo em minha frente.

Era um pecado machucar um ser tão pequeno e indefeso como aquele, ela parecia estar perdida no emaranhado de lençóis que coloquei ao seu redor ao que se perdia em meio a minha cama.

Sim, eu a coloquei em minha cama, por que onde mais eu colocaria alguém tão lindo e machucado como ela? No sofá?! Não!! Mais é claro e evidente que não! Se eu a colocasse no sofá ao invés da cama, que tipo de homem seria eu?

Um completo idiota.

Sim, um idiota em todas as proporções existências possíveis, impossíveis, prováveis e improváveis de qualquer forma humanamente existente!

Se minha mãe estivesse viva, se orgulharia do meu jeito e da minha condução com o caso, disso eu tinha certeza! Afinal de contas eu não era tão... tão... casca grossa assim! Ainda existia um pouco de sensibilidade em mim. Mas esse pensamento infâmi de sempre dar ênfase à sua beleza, com certeza vinha do meu pai.

Carl e Alycia Farley, com certeza ainda faziam-se presentes em meus pensamentos.

Mesmo a mulher deitada em meio a minha cama não tendo nada haver com meu passado... ela me lembrava alguém, algo que não sabia o que nela me atraia.

Aceso de loucura na área Cláudios Farley!!

Meus pensamentos estavam muito confusos, eu deveria estar delirando. Sim, essa era com toda certeza a explicação mais óbvia e plausível para tais pensamentos logo naquele momento.

Mesmo com relutância e mal vontade, me levantei da cama, com uma carranca profunda em meu rosto. Eu não queria sair de perto dela, isso era um fato, porém hoje seria a entrega do símbolo que me ligaria a minhas Damas, e mesmo eu querendo isso mais do que queria respirar,tinha que sair de casa em poucos minutos.

Porém ao me virar senti que havia feito algo muito ruim, eu havia feito o colchão subir e descer por causa do meu peso e da minha altura.

Eu tinha certeza que minha cara evidenciava meu arrependimento e minha falta de sensibilidade com meu tamanha e peso, de como sair de uma cama sem toda aquela comoção.

Eu bem sabia que teria de acordar a mulher antes de sair para que ela soubesse onde estava e pra que soubesse que estava em segurança, mais com toda certeza não queria acorda-la de maneira tão abrupda e alarmante como aquela! Por Deus! Ela já havia se assustado o suficiente ontem a noite, não precisava ser acorda de tal maneira!

Cláudios - O Cavaleiro (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora