Capítulo 5

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Eu deveria estar vendo coisas. Não podia nem, devia ser real o que eu avistava em minha frente naquele momento.

Desviei meu olhar para outra direção numa tola tentativa de ver a verdade.

Olhei de novo.

Pelos céus, era real!

- O que você está fazendo? - perguntei a Stela, a veia na minha testa e pescoço pulavam de raiva.

Ela me olhou com o senho franzido, parecia não entender minhas palavras. Sua cara doce, quase me fazia esquecer de tudo que eu havia passado durante aquele dia tenebroso.

Respirei fundo. Stela me olhava como se a minha busca por calma fosse a maior loucura que ela já havia visto, bem, se é pra ter loucura, é melhor termos completa, não?

- O que? - perguntou ela, enquanto eu me virava e fechava a porta.

Eu não conseguia ver sua face linda no momento em que ela disse tais palavras, mais posso jurar que ela fazia uma doce careta enquanto falava.

- Bem, acho que não preciso falar nada, é só olhar para você de pé em meio a minha sala - fiz cara de óbvio, e pus as mãos na cintura - Será que dá para você voltar pro quarto? - perguntei apontando na direção do mesmo.

- Por que? - perguntou ela docemente.

O hematoma e o corte em seus lábios, pareciam ter se tornado mais amenos. Estavam com uma crosta seca de sangue por toda sua superfície. Mas pude perceber que ela andava pondo sua mão direita na cintura enquanto fazia uma careta de dor.

- Você machucou a costela? - perguntei mudando de assunto.

Stela piscou duas vezes, com um pequeno  O se formando em sua boca. Acho que ela não esperava que eu percebesse.

- Não - sussurrou, após abrir e fechar sua boca unas três vezes.

- Mentira, você não está sendo totalmente honesta, está?- cruzei os braços.

- Como você pode saber disso? Nem me conhece - disse se aproximando do sofá, fazendo uma cara nada amigável para mim no processo.

Sorri.

Stela me fazia esquecer do meu péssimo dia, ela me parecia um bolsamo naquele momento, ela era tão engraçada mesmo sem querer.

- É verdade, não te conheço. Mas sua cara é a mais expressiva que eu já conheci - ela o pós a mão no rosto, ri - Você é bem desconfiada, né? Já tentou confiar em alguém? - indaguei, mas me arrependi no momento em que perguntei.

Stela me olhou como se eu houvesse lhe dado um tapa, parecia que eu havia tocado em sua ferida.

Droga.

Ela não me olhou no rosto enquanto tentava se sentar, numa tentativa brusca ela acabou caindo com tudo em cima do móvel, dando um grito estridente logo me seguida.

Corri ao seu encontro.

- Você está bem? - perguntei caindo do seu lado, aflito.

Cláudios - O Cavaleiro (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora