Cláudios - O Cavaleiro (Em Pausa)

Capítulo 6

Minha cabeça doía, minha garganta ardia como o inferno e eu estava no auge da minha forma física. Eu não podia me sentir daquela maneira, eu não podia estar doente.

Meu sofá havia ferrado as minhas costas, e meu pescoço doía por causa do mal jeito que eu tinha dormido, era uma droga.

Fiz força com minha coluna servical e me sentei no sofá. Bem, eu acho que odiava o mesmo naquele momento, afinal, ele havia ferrado minhas costas, então sim, eu não gostava mais dele.

Levantei-me e senti um estalo.

- Huh - gemi.

Levantei meus braços até o alto da minha cabeça e balancei meu pescoço de um lado a outro, era horrível a sensação de dor. Minha mão não ficava nada pra traz, doía de mais!

Olhei para a mesma e vi que o curativo estava com uma mancha enorme de sangue, parecia que os cortes formados em meu punho tinham sido feitos naquele instante e não há dois dias. Era muito desconcertante, por que algo assim estava acontecendo? Bem, meu palpite é que meu estado emocional estava imperando nas reações físicas do meu corpo. Por que mesmo depois de receber e dar o colar que criava a ligação entre mim e a minha dama, eu ainda não me sentia bem, não me sentia completo, entende?

Sirene parecia me ignorar a cada vez mais que me via, eu poderia dizer que ela nutria algum tipo de ódio descabido por mim, era minha conclusão. Em compensação,  minha relação com Liara parecia ter sido construída a anos, em dois dias nos estávamos bem mais íntimos do que eu pensava ser possível. Ela era incrível, tanto quanto pessoa quanto dama, ela era - sem trocadilhos - fantástica! Fantástica em tudo que fazia, no seu modo de agir, de trata as pessoas, de se deixar ser usada por seu dom, era impressionante como seu poder era grande.

Estevan parecia fugir de mim, eu não o encontrei nenhuma vez desde que comecei a aperfeiçoar minha ligação com Liara a dois dias, a dois malditos dias. Mas eu eu não o deixaria assim, sem nenhuma represália, ele não se sairia inteiro eu queria e ia ter minha dama de volta, era questão de justiça!

Bran me dizia a cada dia que eu deveria esquecer, que não precisava me deixar ser tomado pela insensatez, mas vai dizer isso para uma pessoa traída, pois era assim que eu me sentia, traído.

Faziam três dias que eu havia ajudado Stela na floresta, ela não havia dito nada para mim, não havia me dito de onde vinha, quem era, o que fazia, muito menos o que fazia aquele dia naquele lugar.

Ela parecia ter medo, e eu não a obrigaria a me dizer nada, eu queria que ela me contasse por que confiava em mim, não por que eu á havia salvo. Eu não queria gratidão dela, eu queria confiança.

O colar branco estava pendurado no meu peito, o frio característico era reconfortante. Acho que minha vida inteira eu estava esperando por este memento, sabe? De estar finalmente ligado há uma das minhas damas.

Bem, acho que sou um pouco possessivo, ou melhor, estou me tornando um idiota possessivo.

Acho que as mulheres não gostam disso, todavia, eu não sei bem o que fazer quanto a elas, então?

Minha visão estava focada na parede, mas meus sentidos não, ouvi quando Stela adentrou a sala. Bem, não me leve a mal, mas acho que ela não deveria sair do quarto daquela maneira, quero dizer, ela estava usando uma das minhas camisas, e pra mim era desconcertante.

- Bom dia?! - disse ela com um sorriso, e as mãos cruzadas em frente ao corpo.

Desviei meu olhar, não queria ser pego em uma situação comprometedora, se é que me entende.

- Bom dia - respondi de forma simplório, com minha visão focada em todas as partes da casa! E não em Stela.

Pela minha visão periférica eu podia ver a mesma fazer uma careta linda, era ainda mais desconcertante, eu não estava acostumado com uma mulher na minha sala, sei lá, seis horas da manhã?! Era aterrador, e a forma que ela estava agindo, não era nada, nada boa.