Guilherme chegou com a mala cheia de presentes. Morrendo de saudades. Ele contou como o mar do Caribe era azul, falou das fotos do trabalho e mostrou algumas das tiradas com sua própria máquina. O lugar onde ele estava era de fato paradisíaco. Estava fascinada não somente pela beleza natural do Caribe, mas também pela beleza das companheiras de viagem de Guilherme. Olhando bem para aqueles sorrisos perfeitos e seus biquínis estrategicamente posicionados para serem provocantes, Mariana pensava como Guilherme conseguia se manter fiel do lado de tanta mulher bonita. Ele sequer mencionava aquelas beldades nas fotografias. Simplesmente a enchia de atenção.
─ Mari, qualquer dia, a gente vai lá junto. – Deu um beijo nela. Um beijo carinhoso.
Mariana fora convidada para almoçar na casa do namorado domingo. A casa de Guilherme era muito diferente da sua. Na dela, tinha pouca gente e o silêncio predominava na maior parte do tempo. Na casa dele, era a maior bagunça. Guiga era filho do primeiro casamento da mãe. Ela casou novamente com um cara que já tinha dois filhos que passavam os finais de semana com eles. E, para completar, tinha dois irmãos pequenos com menos de quatro anos. Além disso, o apartamento era minúsculo.
Almoço na casa do namorado era difícil de administrar com tanta criança correndo, brigando, chorando. Guilherme era supercarinhoso com todos os mais novos. Então, eles viviam a rodeá-lo e a chamá-lo para brincar. Ele brincava de luta, de boneco, de corrida, não cansava nunca. Até para dar uma mão para a mãe que fazia a comida para essa gente toda.
Mariana ficava encantada com tanta dedicação. Guiga era muito bom moço.
Depois do almoço, iam para o quarto de Guilherme. Ele ficara com a dependência de empregada. Mudara para lá por escolha própria quando a mãe engravidou de Sofia, a caçula. O quarto recebeu uma mão de tinta, uma reforma básica e ficou legal. Só não dava para colocar uma cama de casal. Então, ele e Mariana se espremiam na cama de solteiro para cochilar.
Esses cochilos terminavam em amassos. Guilherme estava cada vez mais assanhado. Já tirara a blusa de Mariana e agora queria tirar a calça jeans. Sentia necessidade física de fazer sexo com a namorada. Já estava ficando louco de tanto esperar. Quase um ano de namoro sério e nada.
Mari não parecia ser dessas moças griladas com isso. Correspondia às carícias, mas no melhor da festa, acabava com a brincadeira. Condenando o rapaz a um banho frio no banheiro menos do que minúsculo da dependência de empregada.
Lá no fundo, não queria admitir, entretanto, sabia que não era com ele que deveria ser a sua primeira vez. A noite de réveillon que não lhe saía da cabeça confirmava essa certeza.
─ Mari, eu sou louco por você... – Disse bem perto do ouvido dela quando mais uma vez ela acabou com a brincadeira. A respiração ainda arquejante. – Eu te quero demais.
Guilherme estava sem blusa deitado na cama do lado encostado na parede. O corpo dele era perfeito, braços, abdômen, omoplata, tudo. E as mãos, as mãos eram um espetáculo a parte. Percorriam a pele pintada de sardas dela com um talento ímpar. Provocando. Incendiando. Seduzindo.
Não, o problema não era falta de atração. Era impossível não se sentir atraída fisicamente por Guilherme e seus olhos azuis. O problema era outro.
Tampouco o problema era a virgindade. Mariana nunca levou isso muito a sério. Encarava o sexo de forma natural, algo que acontecia entre duas pessoas que se amavam, duas pessoas com intimidade suficiente. Achava que se encontrasse a pessoa certa, perderia a virgindade com a mesma velocidade com que enviava uma mensagem de celular. Sem trauma, sem arrependimento, sem olhar para trás.
Difícil era encontrar essa pessoa. Pelo jeito, não era Guilherme.
***
FemaleWerther: E aí? Como está? Naum me deu + notícias... 😢
VOCÊ ESTÁ LENDO
All Star
Teen FictionAPENAS DEGUSTAÇÃO - Disponível na Amazon Mariana é a protagonista do terceiro livro da Série Nando. Como toda adolescente, a ruivinha tem inúmeras dúvidas. Mas não tem medo de ser ela mesma. Nesse ano, empoderada que é, vai aceitar o desafio de repr...