Golpe de mestre

Capitulo 1

 É assim que inicio o meu dia: Na mesma casa de sempre, com o mesmo café sem graça de sempre e ouvindo os roncos do Henrique. Esse babaca é meu brother, tipo irmão, não há nada que não façamos juntos e vai ser ele quem vai me ajudar a melhorar essa vida, porque pior não dá para ficar!

Abro a janela e vejo... E vocês vão pensar que estou com a melhor visão do mundo! Mas só que não! A Única coisa que vejo é a doida da minha vizinha com bobs na cabeça estendendo roupa no varal dançando "quadradinho de oito", oh visão do inferno! Pelo tamanho dela devia ser pelo menos quadradinho de quinze, mas a filha dela até que é gostosinha, não poderia ser ela agora? Morar na favela tem dessas coisas, mas a Rocinha é o melhor lugar do mundo... Para estar longe! Não aguento mais isso e está próximo a acabar.

Melhor acordar o Rick, qual será o despertador de hoje? Copo de água na cara? Meia na boca? Ou matar de susto? Matar de susto mesmo! Peguei meu X Box, que eu comprei na Uruguaiana, liguei no volume máximo e coloquei o Call of duty e comecei a atirar. Imagine um homem de 1,90 m gritando feito garotinha.

— É TIRO! É TIRO PORRA! TÃO INVADINDO!

Bem, agora ele está em baixo da cama e eu me mijando de tanto rir, acho até que melhorou meu dia depois disso.

— Que porra é essa Mau? Está querendo me matar? – Assim que eu parar de rir juro que respondo, mas está na hora de colocar os planos em prática.

— Levanta o rabo daí temos uma mudança para fazer.

Não contei pra vocês? Estamos de mudança e vamos direto para um puta de um apartamento em frente às areias de Copacabana

Algumas horas depois de realmente começarmos a mudança o Rick já morto de cansado disse:

— Isso é uma droga! Estou morto. – Rick disse assim que colocamos a última caixa no apartamento.

— Cara se anima que daqui a pouco isso vai valer muito a pena. Que tal uma cervejinha?

— Até que você pensa às vezes!

Só foi o tempo de colocar a sunga e a bermuda e partir para a praia, fomos para o elevador e esbarramos com uma senhora e seu cachorro, ela nos comeu com os olhos, será que essas coroas não têm vergonha na cara? Tudo bem que meus planos serão mais fáceis por elas serem assim, mas essa aí é cara de pau, só falta lamber os beiços!

Não que eu não esteja acostumado, modéstia é algo que passa longe de mim, não sou bombado, mas meus músculos são totalmente definidos, malhei muito pra isso. Sou moreno, 29 anos, cabelos escuros, 1,85m de altura e meu olhos são da cor de mel e isso eu uso a meu favor e ninguém resiste até homem me quer não que eu me orgulhe disto, mas sou gostoso e pronto, sem discussão.

Rick é o verdadeiro brasileiro, alto, 27 anos, moreno, olhos e cabelos castanhos e um corpo de botar inveja. Mas não em mim, ok?

Saindo do elevador, dei uma piscadinha para a coroa e ainda segurei a porta para ela sair, cavalheiro não? Não! Tenho que ganhar pontos com cada uma das moradoras desse prédio, os homens eu mando pastar. Atravessamos a rua e paramos no quiosque, não havia uma mulher que não olhasse e ainda acham que eu tenho que ser modesto, pedi duas cervejas e curtimos a vista.

— Bora cair na água? – Perguntei ao Rick, que na hora topou. – Fui correndo para água já que o calor estava demais, resolvi dar umas braçadas, afinal fazia muito tempo que não curtia uma praia, fiquei nadando e perdi-me no tempo pensando em minha vida, quando de repente tomei uma pancada e não vi mais nada. – Oh, minha cabeça dói e não dói pouco não, ainda não consegui entender o que aconteceu comigo.

— Acho que ele vai precisar de respiração boca a boca, saiam da frente, oh povo curioso! – Escuto Rick falando e isso me assusta.

— Quem que está se afogando Rick? – Falei quando abri meus olhos.

—Oh parceiro você me deu um belo susto!

— Espera aí, você estava querendo colocar essa sua boca em mim?

— Amigo você perdeu a consciência na água e pensei que você poderia ter se afogado.

— E isso lá é desculpa para você querer me beijar na boca?

– Mau, eu... – Ele nem conseguiu terminar, uma garota o interrompeu.

— Oh meu Deus, você está bem?

Foi quando virei-me e dei de cara com uma verdadeira boneca, só poderia definir-la assim, era pequena na altura, mas ganhava nas curvas, Branquinha com cabelos castanhos e olhos de um castanho que eu nunca vi, mas quem era ela?

— E você é? – Perguntei a ela.

— Fui eu quem te atropelou com o Jet ski...

Depois que ela falou isso me bateu uma revolta que não sei nem de onde veio, como ela poderia ter me atropelado na praia? Nem perdi meu tempo pensando nisso e fui logo atacando.

— Você é cega? Ou é maluca?

— Como assim? Fiquei aqui o tempo todo tentando ajudar...

— E por acaso isso justifica a sua irresponsabilidade menina? – Eu já estava mais do que irritado, cheio de dor na cabeça e tudo por culpa dessa garota.

— Me perdoa eu não tinha te visto...

— Tudo bem! Esquece, volta a brincar com os seus brinquedinhos e me deixa em paz! Rick? Vamos embora que pra mim já conseguiram acabar com a minha tarde de praia. – Levantei E saí andando deixando a pirralha pra trás.

Quando cheguei à portaria do prédio ainda estava meio tonto, entrei em nosso apartamento Rick foi logo pra cozinha buscar gelo pra minha cabeça que por sinal não parava de martelar.

Joguei-me no sofá e apaguei.

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