47. linguagem

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Depois de reunir todos os homens de Holt para tentar abrir uma das portas, Hopkins suspirou. Nem vinte mãos conseguiram mover a pedra. Suados, vermelhos e abobalhados, os capangas olharam para o chefe, que crispou os lábios.

— Estamos perdendo tempo aqui — reclamou Holt, apontando a arma para Clark. — E meus dedos estão coçando...

— Cara, eu não sei o que fazer! — Hopkins retrucou, o suor escorrendo pelos olhos. — Essa merda não está cedendo, porra.

— Então olhe para cima e comece a rezar, Sr. Hopkins...

Ele engatilhou a arma. Olhar para cima. Hopkins gelou.

— Espere! — exclamou ele. Seus olhos encontraram o topo da primeira porta e observaram a águia atentamente. — Acima de Deus... Charlie, me dê um impulso aqui.

Charlie olhou desconfiado para Holt, que o incentivou a seguir em frente. Hopkins debruçou-se no ex-companheiro, fazendo questão de exagerar o peso — o que resultou em reclamações e palavrões de Charlie —, e puxou o cetro da águia para baixo. A porta se moveu lentamente para cima, revelando um caminho escuro diante deles. Todos prenderam a respiração.

A águia imperial representada no chão, no centro do salão, girou, emitindo o ruído ensurdecedor de engrenagens. Hopkins engoliu em seco. A figura da águia se formava diante de seus olhos como parte de um terrível quebra-cabeça. Um dos lados estava virado, e ninguém demorou a entender que, uma vez a figura correta, o Cofre dos Romanov se abriria diante deles.

— Fascinante! — exclamou Clark, ignorando que estava sob a mira de um fuzil. — Grande uso da linguagem codificada.

— Barlow. — Holt umedeceu os lábios, encantado pelo caminho que se abria. — Vá com Hopkins.

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