Nem sempre as coisas são como queremos...

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Já se passaram uma semana desde o ano novo, e realmente cada dia que se passava Thommas se atormentava mais em saber que Richard partira muito em breve, para ele já se tornou rotina acordar e conferir o celular para ver se tem alguma mensagem de Richard, ele realmente mecheu com ele desde a primeira vez que pisou os pés em sua casa.
O que mais o deixava recioso era se quando ele se fosse, o sentimento também se fosse junto a ele, Thommas nunca amou ninguém antes dele, até porque nunca havia se relacionado com ninguém.
Thommas estava na sua poltrona verde jogando vídeo-game quando seu celular toca.
-Alô
-Alô Thommas? Senhora Annye meu amor, tudo bem meu filho?
-Ahh... oi senhora Annye tudo sim e a senhora?
-Bem também, graças a Deus! Thommas estou fazendo almoço, gostaria muito que viesse almoçar conosco a uma hora, você vem?
-Claro! Vou sim... Até porque minha mãe não está em casa, ela vai ao consultório da psicóloga dela toda segunda.
-Então te esperamos tá bom?
-Tá bom, a uma hora estarei ai, tchau.
Já era de costume Thommas acordar tomar café da manhã, escovar os dentes e subir para jogar vídeo-game, até porque ele tinha que aproveitar ao máximo pois as férias já estava acabando.
Faltando exatamente vinte para uma, ele vai para casa de Richard para almoçar, no caminho encontra Francis que estava saindo do restaurante para ir almoçar e ganha uma carona. Chegando na casa de Richard, Annye já os aguardava com a mesa pronta.
-Richard, Thommas chegou - diz Annye.
Thommas se senta na mesa junto a Francis e Annye, logo em seguida Richard também se junta a eles comentando sobre o jogo.
E assim eles almoçaram. Após o almoço Francis não volta ao trabalho.
-Bom meninos, vocês sabem que partiriamos na primeira semana de janeiro, sabemos sobre vocês dois e apoiamos do fundo do nosso coração! Mais infelizmente nem tudo é como queremos, precisamos ir para lá pela nossa questão financeira, e é uma grande oportunidade! Hoje não volto mais para o trabalho, nosso vizinho Clodd acabou de comprar nossa casa e o restaurante, Richard meu filho, esperamos o momento certo para isso, sei que vai ser difícil para vocês dois mais muito em breve trocaremos de carro e poderemos vir buscar Thommas todos os finais de semana para passar conosco, perante a isso é de menos, em último caso temos ônibus também!
-Mais pai, porque não levamos Thommas conosco?
-Richard, não podemos leva-lo meu filho, e os pais dele? A escola? Eu e sua mãe estavamos pensando até sobre sua escola, estamos vendo em deixa-lo estudando aqui mesmo até sua faculdade, é uma forma de vocês não se afastarem tanto e nós ficarmos tranquilos perante a seu aprendizado. Nossa mudança está marcada para amanhã, hoje a tarde já irei passar as escrituras para o nome dele, as dezessete horas o pessoal chega para desmontar todos nossos móveis e embala-los por favor faça uma mochila com seus pertences de uso pessoal, não se esqueça de pegar roupa para por amanhã, partiremos as sete horas da manhã.
Richard fica completamente sem graça, era visível que ele não estava nem um pingo afim disso, mais infelizmente não sobravam alternativas.
Thommas ficou meio perdido nas palavras de Francis e se despediu do pessoal.
-Richard, vem comigo? Thommas o chama para ir dar uma volta.
Eles saem e vão em sentido a praça inclusive a mesma onde os dois começaram o namoro. O banco branco de madeira em baixo de uma gigante paineira centenária, era o local onde eles passavam horas. O que deixava o relacionamento dos dois bonito era exatamente isso, antes de tudo, os dois eram melhores amigos.
Thommas ainda meio triste com a mudança do namorado, prefere não falar nada, já Richard tenta não deixar esse clima.
-Preto não fique assim, estaremos distântes apenas de cidade, eu sempre vou estar com você em todos lugares, eu te amo!
Thommas ainda frustrado responde:
-Você tem sorte de ter os pais que você tem, minha mãe daria graças a Deus se você fosse embora, eu realmente nunca vou conseguir entender minha mãe, na verdade nunca vou conseguir entender o porque as coisas sempre são tão complicadas para mim, confesso que eu não tinha se quer um motivo para sair de dentro do meu quarto, nunca tive um amigo, minha mãe sempre foi meu porto seguro, meu pai e eu nunca havíamos tido uma conversa a respeito do que eu sentia ou então pelo menos tirou um tempo para mim, hoje parece que inverteu tudo, meu pai é outra pessoa, meu pai ficou legal comigo e minha mãe quem eu achava que estaria comigo para o resto da minha vida mal sai do quarto dela quando está em casa, meu pai nem dorme mais com ela, eu sei que foi por minha causa, eu realmente estou perdido dentro de minha própria casa, é a sensação que eu tenho!
-Thommas vamos olhar para os pontos positivos disso tudo, seu pai hoje se preocupa com você, no ano novo ele estava trabalhando por isso não veio passar com a gente, mais no outro dia ele estava lá com você! E sua mãe é normal isso mesmo, só o tempo mostrará a ela quem somos de verdade, enquanto isso não se culpe, não se cobre, e muito menos se preocupe, no final tudo se resolve, vou estar sempre aqui!
Conversa vai, conversa vem já eram quatro e meia...
-Thommas vem comigo para minha casa preciso arrumar minha bolsa, o pessoal chega jajá para desmontar meu quarto.
-Nossa verdade! Mais espera ai nós mal chegamos, nossa a hora voôu!
Os dois foram o mais rápido que puderam, Annye já estava colocando algumas roupas de Richard nas malas para facilitar para os montadores, já que a casa toda já estava quase embalada, era só desmontar os móveis.
Richard fez a mochila e deixou no carro para não perder em meio a tanta caixa. Enquanto a equipe desmontava os móveis, eles estavam na varanda deitados em uma rede.
A noite logo chegou eram exatamente nove horas quando os montadores sairam da casa, tudo embalado.
-Pai o Thommas pode dormir em casa hoje?
-Claro filho, nem precisava perguntar, mais estamos sem cama, se não se importar de dormir no colchão tudo bem.
Thommas ficou meio sem graça, mais gostou da ideia.
Os dois nunca dormiram juntos no mesmo colchão e se quer fizeram nada além de beijo, mais naquele dia tudo foi tão intenso para os dois que acabou rolando. Era a primeira vez de Richard, já Thommas não havia tido uma experiência agradável já que seu primo o abusou. E assim amanheceram o dia abraçados. Eram seis e meia quando o pai de Richard bate na porta do quarto:
-Richard o caminhão chega as sete horas.
Assustado ele acorda e responde:
-Tabom pai! Já estou indo!
Thommas e Richard começam a tirar tudo do quarto e colocar na sala, o pessoal da mudança chega e começa a retirar todos os móveis e caixas, com o quarto já livre, Richard puxa Thommas e dá o maior e melhor beijo do mundo e complementa:
-Eu posso estar em Marte, mais pode ter certeza que ainda lá eu o amarei!
No mesmo instante eles escutam a buzina do fusca.
-Meu pai está chamando precisamos ir! Vamos com a gente te deixamos na sua casa.
-Não. Pode ir...Irei a praça depois irei pra casa. Eu te amo fique com Deus! Assim que chegar me ligue!
E assim Thommas se despede de Annye e Francis , enquanto Richard já está no carro cabisbaixo. O caminhão dá a partida e eles o seguem, enquanto Thommas fica olhando a pior cena da vida dele.

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