Fourth

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Hey pessoal!
Voltei mais cedo porque eu vi que alguns de vocês estão um pouco confusos com a história, então quero dizer que faz parte do enredo. Aos poucos eu acredito que vão pegando a ideia e sacando o que está acontecendo, vai acontecer tudo calmamente e no decorrer dos capítulos nos conformes. Espero que tenham alguma paciência kkk e que continuem acompanhando <3

Boa leitura, filhotes ^-^

Naquele momento, Camila observava a hispânica caminhar afoita por toda a sala. Repetia diversas vezes que ela não tinha nada de especial, enquanto fechava cada uma das janelas que iluminavam o estúdio cercado de isolamento acústico.

- Você deveria se sentar e tocar algo pra mim - sugeriu, acenando na direção do belo piano solitário. - Ouvi dizer que canta como um anjo.

- Você com certeza deveria consultar um otorrino então.

Lauren sorriu descrente ao negar com a cabeça, ainda olhando desconfiada por sobre as cortinas das janelas.

- Acho que eu poderia opinar melhor se me deixasse ouvir - Camila insistiu, se levantando de onde estava para segurar na mão da hispânica. Lauren arregalou seus olhos e puxou a sua mão na mesma hora. - Hey, eu disse que eu não vou te machucar... Eu seria a última pessoa que faria isso, de qualquer forma - murmurou suavemente, tentando segurar em sua mão mais uma vez e tendo-a tremendo entre seus dedos. - Vamos lá, você ama música! Apenas... deixa rolar.

Lauren engoliu em seco ao fitar suas mãos unidas, observando o polegar da latina roçando pela sua pele em um carinho reconfortante. Ela sentia como se pequenas fagulhas de eletricidade estivessem transpassando da pele de Camila para a sua... Nunca havia sentido aquilo. Nunca sequer havia sido tocada tão intensamente e em um momento que lhe parecia tão... íntimo.

Suspirou.

- Eu espero, realmente, que você seja surda.

Camila bateu palmas animada, puxando-a delicadamente até o banco posicionado em frente ao piano. A latina se sentou sobre o instrumento sem cerimônias, observando-a massagear os dedos de leve antes de dedilhar as teclas do piano.

Então ela tocou...

Suave... Duro... Doce... Amargo.

Seus olhos se fecharam em pura concentração, ao tempo em que aquele sentimento magnífico de adrenalina e paixão queimava em suas veias... Lento e prazeroso.

Sentia cada fibra de seu ser criar vida e cada osso vibrar em satisfação. E quando abriu os seus lábios para dar voz a melodia que Camila reconheceu como Titanium... Foi como veludo e cristais transparentes afiados.

Sua alma se derramava em cada palavra e a latina era uma espécie de sortuda por ter a chance de ver o seu coração tão nitidamente em apenas uma música.

Ninguém jamais teve chance igual.

I'm bulletproof, nothing to lose
(Sou à prova de balas, não tenho nada a perder)

Fire away, fire away
(Atire, atire)

A forma como a música soava, no entanto, era mais como um pedido de socorro e não um grito de guerra. Lauren dava o seu melhor para parecer forte, mas ela estava quebrada... Um milhão de pedacinhos seria o menor número a se contar.

Stone hard, as bulletproof glass
(Dura como pedra, como vidro à prova de balas)

Aquela frase proferida em um perfeito high note na voz destruidora de Lauren, parecia cicatrizar feito uma tatuagem em cada centímetro de pele naquele cômodo e até mesmo em suas paredes escuras.

Por fim, a hispânica teve a sua cabeça tombada para baixo, fitando os seus próprios dedos brincando entre si de uma forma agonizante.

Estava constrangida.

E quebrada.

Mas Camila parecia irredutível em tentar o que quer que fosse que ela estivesse fazendo, quando se sentou ao seu lado no banco.

- E você nunca quis abaixar o vidro? -   Camila lhe questionou, segurando delicadamente em seu queixo para levantar o seu rosto.

Comemorou internamente por ela não ter recuado ao toque.

- Ninguém nunca atirou forte o suficiente.

Sweet NightmareOnde histórias criam vida. Descubra agora