Parceiro

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Na quarta-feira começaria o trabalho da aula da professora Margaret, eu temia por hoje a tarde. Na universidade já estava sabendo com o que lidava, mas na casa do Trevor.... era outra história. Tentei o convencer a fazer o trabalho na minha casa, mas ele não quis nem me ouvir e disse que na dele com certeza era mais espaçosa e bla bla bla.

Trevor me deu um papel rabiscado com o nome do lugar e rua que ele mora. Então peguei um ônibus e desci em frente a enorme casa amarela com um jardim que aparentava estar muito bem cuidado, o dia não estava frio mas mesmo assim eu usava meu casaco.

Toquei a campainha e uma mulher de uns cinquenta anos me atendeu, me olhou dos pés a cabeça e me disse para eu sentar na sua sala de estar.

Estava a espera de Trevor, com aquela mulher sentada do meu lado que me reparava descaradamente e minuciosamente. Nariz em pé e sapatos de grife, ouviu o celular tocar e me deixou sozinha na sala.


Passou 1 hora...


Logo depois 2 horas...

E por fim, 3 horas de espera por Trevor... Que disse, que estaria me esperandos para o trabalho, mas não estava e nem fez questão de me avisar. É eu iria me ferrar lindamente com esse trabalho.

Resolvi ir embora, já havia escurecido muito rapidamente. Também, fiquei três horas de relógio sentada sem ser me oferecido uma água ou qualquer outra coisa, e nem vi que lá fora escurecia.

Entrei em uma esquina escura para pegar o ônibus, no poste da rua a luz reluzia fracamente e poucos carros passavam por ali. Estava com medo, mas o próximo ponto de ônibus era muito mais longe e eu não queria andar aquela rua toda sozinha.

Avistei um cara com um boné branco que apareceu e se encostou em uma placa perto do ponto, logo depois apareceu mais um cara, esse usava camiseta cinza e parecia conhecer o outro, eles se olharam e eu temendo pela minha vida gelei.

Eu não estava com nada de dinheiro, só estava com uma corrente fininha de ouro e o meu celular na mochila. Um deles se aproximou, se virou para o outro e os dois vieram na minha direção.

Opção 1 : correr

Opção 2 : ligar para a polícia e correr

Opção 3 : gritar por ajuda e correr

Mas nenhuma delas naquela hora
fazia algum sentido pra mim, então congelei e não soube o que fazer.

- Olá gracinha... - o homem de boné branco, disse e pegou no meu braço direito. Institivamente o afastei para trás das costas e ele soltou.

- Olha ela é brava! Não deveria estar com tanto medo. - ele disse e o outro sorriu.

Eu não tinha visto que tinha parado um carro do outro lado da rua, eu não vi também que dele tinha saído uma pessoa, e não vi também que Jake estava parado atrás dos caras. Apenas ouvi sua voz e assim o olhei.

- Mirela? - era a primeira vez que ele dizia meu nome, o que ele estava fazendo ali?

- Quem o playboy acha que é? Chegou atrasado demais para a festa, melhor dá o fora. - disse pela primeira vez o cara de cinza.

- E ainda chega dando nomezinho, para a gracinha aqui. - o cara de boné disse.

Já estava tremendo de medo e sem perceber lágrimas estavam caindo sobre o meu rosto.

- Acho melhor vocês saírem... - Jake disse e se aproximou mais desafiador. --Porque as coisas para vocês não vão melhorar.

Então o cara de boné branco estalou os dedos e o outro cara partiu para cima de Jake, tudo muito rápido. Jake deu um murro no cara, quando o cara a minha frente puxou meu braço me arrastando.

- Me solta, por favor me larga. - gritei e me debati contra ele.

Jake imobilizou o cara em um golpe, e o arrastou na frente do outro.

- Solte a garota, e deixe ela ir pro meu carro... tranquilamente. - Jake parecia calmo, mas algo me dizia que ele não estava nada calmo, parecia furioso.

- Não. - o cara que estava me segurando disse.

Jake bufou e houve um estalo e um grito, ele havia quebrado o dedo do homem. E o soltou chutando na frente do outro, que me soltou e os dois saíram correndo.

Olhei para trás e eles ainda continuaram correndo, ainda estava com medo. Apesar de tudo, Jake ainda era o meu tormento de sempre, e agora ali eu não sabia o que fazer.

- Vem comigo. - ele disse simplesmente e seguiu na frente pisando duro em direção ao seu carro.

Fiquei parada, com os pés parecendo fincados ao chão, não sabia qual próximo passo a fazer. Mas não continuaria ali, estava com muito medo e aterrorizada demais.

Então o segui e entrei no seu carro, que já estava com a porta do passageiro aberta, por dentro me sentia muito segura e não sabia me responder o porquê estava se sentindo assim sendo que Jake, não me passava tanta confiança assim.

- Que diabos estava fazendo nessa merda de rua? - assim que fechei a porta do carro ele disse e ligou o carro.

- Eu.. eu iria pegar o meu ônibus. - disse e suspirei. Ele me encarou por um breve momento e balançou a cabeça dando partida com o carro.

- Eu sei disso, estava em um ponto de ônibus. - ele disse olhando para a frente. - Estou perguntando nesse lugar, nessa rua. Deveria estar em
casa assistindo filmes de romance e comendo algumas besteiras com aquela sua amiga de cabelos curtos. - ele disse e voltou a me olhar.

- Acontece, que hoje eu marquei com o seu amigo Trevor para começarmos o trabalho e ele não apareceu. - disse enfim e balancei os pés ficando nervosa.

- E você ainda acredita nele? - Jake deu uma breve gargalhada e continuou.

- Aquele lá não vai se formar nem se a senhora Boutevar pagar todos os maiores especialistas e professores.

- Pensei que ele queria fazer o trabalho, me deu o endereço. - suspirei e olhei para a rua agora iluminada da cidade, já tinhamos saído daquele lugar.

- Quanta inocência, você é assim tão burra ou a sua estranheza elevou ao seu cérebro? - disse isso e franziu a testa, como se eu tivesse falando algo fora do normal.

- Olha quem fala. - disse baixo mas ele ouviu.

Depois de eu explicar aonde ficava a minha casa, o fiz parar o carro antes de chegar em frente a minha casa. Não poderia arriscar, apesar de saber que a minha mãe não estava em casa mas se por um acaso ela me vesse saindo de um carro, de um homem desconhecido ela me mataria.

- Obrigada. - disse tirando o cinto de segurança e olhando para Jake.

- Trevor não vai fazer esse trabalho. - disse e deu a volta, antes de partir me chamou.

- Ah e ei garota, tenha mais cuidado.

A razão é você (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora