• 6 - "Jaula." •

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Sophia

— E você, o que está fazendo aqui, Sophia? — Peter perguntou, se virando para me encarar e arqueando a sobrancelha.

Fiquei em silêncio e, sem medo, o encarei, que ainda estava com a sobrancelha arqueada.

— Fala pra ele... — Wendy disse. — Que você me ouviu gritar pedindo socorro e veio ver o que era...

Peter voltou a encarar Wendy. Eu não entendo essa menina. Eu não ia contar, provavelmente ia inventar outra coisa, mas daí ela que vai lá e conta...

— Já conversamos sobre isso... — Pan disse para Wendy.

— Eu sei. Me desculpe, eu não achei que ninguém ouviria e...

— Não inventa desculpa. — ele a interrompeu. Diferente de outras vezes, a voz de Peter estava calma.

— Desculpa. — Wendy repetiu.

Peter nos encarou.

Depois olhou fixamente pra mim.

— Vá à praia, depois eu vejo o que faço com você. — ele disse.

Fiquei parada. E Wendy? O que aconteceria com ela?

Pan arqueou uma sobrancelha, me encarando novamente.

Então sai correndo. Não queria falar mais nada. O mais fácil seria ir para praia para não arranjar mais confusão do que já tinha arranjado.

Cheguei na praia e sentei perto do mar, com os pés na água. Eu não sabia o que pensar. Deitei e dormi, era o mais fácil de se fazer naquele momento, pensei.

Wendy

Pan me levou até uma caverna perto da praia, não exatamente perto, mas o quão grande era a ilha, eu diria que é...

Essa era diferente de todas as cavernas que ele já tinha me levado — no total, três.

— Sabe por que estamos aqui, não? — Peter perguntou, virando para me encarar.

— Suponho que você queira falar comigo... — respondi e ele assentiu.

— Então me explique. Por que estava gritando? — ele disse. — Ou melhor, sabe me dizer por que ela estava?

Abri a boca para falar alguma coisa, mas depois fechei, achei melhor não dizer nada, até por que, ele já deve saber que o que mais quero é ir embora de Neverland, mas eu sempre fazia alguma merda que me impedisse sempre das chances de ir embora crescerem.

— Estou esperando... — Peter cruzou os braços e continuou me encarando.

— Eu... É que... — estava pensando em uma mentira, mas isso não estava dando certo.

Peter levantou as duas sobrancelhas.

— Vai responder ou não? — perguntou, descruzando os braços.

Fiquei em silêncio.

— Se não responder, vou te levar para ficar presa junto com as outras duas meninas até eu achar que você seja útil. Como eu achava... — Pan revirou os olhos.

Entrei em um pequeno desespero. Independente da minha vontade de não responder, eu não queria ficar presa junto com elas, sei lá onde seja.

— Já estou te dando tempo demais. E então, vai me dizer por que estava gritando ou não? — Peter falou.

— Você sabe por que...

Ele negou com a cabeça e segurou meus braços e me levou até a sombra — que estava nos observando o tempo todo e eu não percebi.

— Mas... Espera, quê?! – gritei.

— Leve Wendy pra junto das outras duas. — Pan disse com a voz calma, como se a situação fosse calma...

Abri a boca para protestar, mas a sombra já tinha me pegado e eu estava voando.

— Me solta! — gritei enquanto saíamos da caverna.

Fui completamente ignorada, então resolvi ficar quieta que eu ganhava mais.

Chegamos no local das jaulas. Aquilo já estava me dando calafrios, eu realmente teria que voltar pra lá?

Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, a sombra me jogou e eu caí certinho em uma jaula aberta no chão enquanto dois meninos com mascaras fecharam a jaula e me colocaram perto de algumas outras jaulas.

— Eii! Mas o que diachos... — eu ia perguntar alguma coisa até que eles saíram de vista.

Fiquei em silêncio e me encolhi na jaula.

— Oi. — ouvi uma voz do meu lado. Uma menina, morena, meio baixinha – Qual seu nome? Sou Vitória, me chame de Vick, e a menina aqui da jaula do lado é a Melissa. – ela apontou pra outra jaula.

Então realmente as amigas da Sophia estavam aqui...

***

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Finalmente em NeverlandOnde histórias criam vida. Descubra agora