• 24 - "Verdadeiro crédulo?" •

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Sophia 

Percebi Pan me olhar estranhamente depois daquela minha fala.

— Ouviu? — perguntei um pouco grossa. Eu estava determinada finalmente para acabar com aquilo tudo.

Ele assentiu devagar. Deve estar pensando que eu pirei de vez...

— O que tiver para falar — Pan disse. —, pode dizer na frente de Fred.

Desta vez, eu arqueei a sobrancelha.

— É uma coisa meio... — pensei. — Como dizer? — questionei, mas logo em seguida voltei: — Sabe, só nós dois...

Que merda de argumento, Sophia., pensei.

— Oi? — Pan não estava entendendo nada. — Tá bom... Me deixe apenas terminar minha conversa com Fred...

— Tem que ser agora. — eu disse. Peter Pan me olhou maliciosamente.

— Ou desista — ele disse querendo me provocar. —, ou me espere.

Eu fiz um sorrisinho irônico.

— Então eu espero. — então entrei em uma parte da floresta.

Peter pareceu não ter curtido muito o fato de eu não ter desistido de falar (ou tentar falar) com ele.

Sentei perto de uma árvore esperando ele terminar sua conversinha com Fred.

Fred


— Por que não vai lá falar com ela? — perguntei ao Pan logo no momento em que Sophia se retirou. — Ela quer falar com você. Eu não. — abri um sorrisinho falso (ou irônico) imitando o de Sophia.

Peter Pan riu.

— Ainda não terminamos... — disse. — O que tem a dizer sobre o que eu te propus?

— Nada. — eu disse simplesmente. — Só quero que saia daqui. Obrigado.

Ele arqueou a sobrancelha. Pelo jeito você não vai sair daqui tão cedo...

— Ok então. — Peter disse.

Ou vai...

— Tenho mais o que fazer... — ele continuou. — Pense bem sobre isso, antes que seja tarde demais. — terminou e se retirou. Gelei.

Wendy

Minha única reação foi correr

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Minha única reação foi correr. Não pensei em mais nada. Sininho estava correndo atrás de mim também. Nada daquilo fazia sentido.

— Calma, Wendy! — ouvi Sininho gritar.

Mas eu não estava calma, já vi muitos meninos se machucarem aqui em Neverland, mas nunca vi alguém morrer.
Pensei que não conseguiria parar, mas logo consegui.

— Onde pensava que estava indo? — ela perguntou.

Nem eu sei.

— Correr não vai te ajudar. — ela disse calmamente me tirando de meus pensamentos.

— Eu sei... — falei devagar. Eu estou chorando? De fato não realmente, mas algumas lágrimas haviam escorrido. Pânico talvez? Medo?

— Eu sei que é muita coisa pra você aguentar agora. — Sininho disse. — Pra mim também é. Mas precisamos salvar Felix, matar Pan e você sabe... sair de Neverland...

Enxuguei aquelas pequenas e poucas lágrimas que haviam escorrido em meu rosto e assenti.

Percebi que Sininho estava segurando suas lágrimas.
Pensei em falar alguma coisa, mas talvez não seria muito educado da minha parte, e mesmo que eu tentasse falar não ia conseguir, já que Sininho me puxou com todas as forças para voltarmos a correr em direção a jaula do Felix.

Foi ai que eu me liguei, se não salvássemos ele, ele seria o próximo a morrer...

— Podemos ir voando — falei. —, vamos chegar mais rápido...

Sininho me olhou estranhamente pelo fato de fazer um bom tempo que eu não faço isso, mas não deixou de assentir.
Quando eu olhei a mesma já estava voando.

Fiz força, pensei em tudo bom em que ocorreu em minha vida fora de Neverland, e eu consegui. Depois de muito tempo sem voar (ou pouco, vai que né...), eu consegui!

Uma parte de mim ficou feliz e a outra me mandou correr em direção ao Felix (no caso, voar), e foi o que eu e Sininho fizemos.

Quando chegamos lá Felix estava com uma cara desesperada.

— Vamos dar o fora daqui. — Sininho disse para ele, utilizando em seguida uma magia que abrisse sua jaula, fazendo com que o mesmo saísse.

E então nós começamos a correr em direção a praia.

Paramos quando estávamos quase perto, quero dizer, no começo da floresta. Estávamos ouvindo vozes.

Era Sophia. Era Sophia e Peter Pan.

Sophia

—Era isso que eu queria oferecer

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—Era isso que eu queria oferecer... — falei após explicar tudo ao Pan. 

Eu estava tremendo, qualquer hora ele poderia perceber que é mentira, ou sei lá...

Mas ele simplesmente arqueou a sobrancelha como resposta a tudo.

— Depois da "pequena briga" que tivemos — fez aspas com as mãos. —, acha mesmo que eu vou confiar em você?

Bem... Não.
Ou sim...

— Mas Pan... — eu disse tentando o persuadir. — Então nos tire daqui?

Você fez merda, Sophia.

Ele riu.

— Não. — disse simplesmente.

— Então pegue meu coração... — eu estava tentando convencê-lo. — Por favor...

Ele parou para pensar um pouco.

— Até que não é uma ideia tão ruim. — ele pensou consigo mesmo, murmurando.

Ele sorriu.

— Ok. — disse. — Vamos para a caverna agora.

Gelei, mas ao mesmo tempo tentei esconder o sorriso que talvez estivesse prestes a surgir, aquilo estava indo bem do jeito que deveria ir.

***

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Beijos! Amo vocês! ♥

Finalmente em NeverlandOnde histórias criam vida. Descubra agora