• 17 - "Melissa." •

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Sophia

Saí apressada da caverna após ouvir o grito.

Não era um grito pedindo socorro. Era alto — claro — e agudo.

Já ouvi aquele grito várias vezes durante a aula quando alguma coisa ruim acontecia.

Era Melissa.

Corri imediatamente para aonde o grito levava.

Será que Peter mentiu sobre ter deixado Melissa ir embora?

O grito se repetia várias vezes.

Segui o som e fui levada até um meio da floresta.

— SOPHIA! AQUI EM CIMA! — o grito novamente.

Olhei para cima e me deparei com Melissa em uma jaula presa em cima da árvore.

Sim, isso mesmo. Ela estava presa dentro de uma jaula em cima de uma árvore.

Uma sensação de pânico me percorreu.

— ME TIRA DAQUI. — ela gritou.

— Eu não sei, ér... Calma vou pensar em alguma coisa.

— QUALQUER COISA. Desde que seja rápido. — ela gritou novamente.

Não demorou muito, voei em direção á ela.

Quando cheguei lá em cima da árvore perto dela puxei a jaula, mas estava amarrada na árvore.

Voei para perto da árvore e desamarrei.

Me dei conta de que se eu puxasse, ela cairia daquela altura.

— VAI LOGO! — Melissa gritou.

— Não tem como eu te puxar!

— ABRE A JAULA E ME TIRA DAQUI! — ela disse. — Aí depois, me tira e me leva voando ao chão. VAI LOGO, SOPHIA MADISEN!

Sabe quando alguém grita o seu nome e sobrenome e você percebe que vai levar uma bronca depois, ou que você fez muita merda? Pois é, eu estava pensando nisso neste instante.

Abri a jaula e a puxei pelo braço.

— Pense em momentos felizes. — falei.

Em mais ou menos uns dois segundos depois já estávamos nos ares.

Descemos até chegar ao chão.

— Você tá bem? — perguntei.

— Pareço bem? — ela ironizou. — Pois é. Você estava certa esse tempo todo. Peter Pan não é quem eu pensava ser.

Naquele momento eu parei. Parei de pensa, falar e fiquei em silêncio.

Naquele momento eu fiquei um "pouco" brava.

Por que eles acham que Pan não pode mudar?, Pensei comigo mesma.

— Mas ele pode mudar. — falei. — Conversei com ele.

Ela me olhou incrédula.

— Sophia, é você? — perguntou. Pensei que estava ironizando e soltei um risinho. Mas depois percebi que não.

— Claro que sou eu! Quer mesmo brigar comigo? — Cruzei os braços.

— CLARO QUE NÃO! — ela gritou. Já estava irritada. — Só quero saber por que acha que ele pode mudar...?

— POR QUE SIM! — gritei. — Dê uma segunda chance á ele.

Melissa revirou os olhos.

— Eu não te entendo. — falou.

— Eu também não te entendo. — retribui calmamente.

— Vamos sair daqui? — ela perguntou ignorando completamente as falas anteriores.

Assenti e corri em direção à caverna em que Pan queria me encontrar.

Pensei que Melissa viria atrás de mim, mas ela não veio.

Pelo contrário, ela foi em direção à praia.

Ignorei completamente. Tinha certeza que ela iria com aquele papo de que não me entende pra cima dos outros — Felix, Wendy e Fred.

Cheguei na caverna – ainda perdida em pensamentos — e notei que Peter já estava lá.

Ele me viu e veio até mim.

— Onde estava? — perguntou. Não parecia bravo.

Fiquei sem resposta.

— Neverland chamando Sophia! — ele ironizou e sorriu.

— Salvando uma "amiga". — falei e ele recuou assustado, mas depois veio para perto de mim novamente. — Melissa. O que você fez para ela te odiar tanto e pensar que não pode mudar?

Sabe quando você não tem uma opinião formada para alguma coisa?

Naquele momento eu estava meio que assim.

Não sabia se julgava Pan, se o abraçava e reclamava da Melissa, se contava a história toda, se gritava...

— Hãã? — Ele pareceu confuso.

Só pareceu. Por que eu saberia agora que ele entendeu tudo o que falei. Porém no momento, eu parecia hipnotizada.

— Vi ela na jaula. — assumi.

Expliquei o resto da "mini história" e ele ficou boquiaberto.

— Não vai falar nada? — o encarei.

— Acho que todos nós precisamos conversar. — ele disse. — Não adianta dizer que posso mudar, não adianta nem você dizer.

— Ei! Que tal deixar eles um pouco aqui em Neverland pra ver se percebem isso? — dei a ideia.

Não faço ideia do que se passou pela minha cabeça na hora.

— Hm. Gostei da ideia. — Pan disse.

Sorri e o abracei — que pareceu surpreso, mas retribuiu.

— Vamos para a praia falar com eles. — Pan disse e fomos voando em direção à praia.

***

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Finalmente em NeverlandOnde histórias criam vida. Descubra agora