• 12 - "Ficar?" •

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Sophia

Eu estava boquiaberta com o ocorrido que achei melhor não tentar "Lutar" com a sombra para ela me soltar, por isso fiquei apenas quieta e em silêncio.

Fechei os olhos e apenas senti o vento batendo em meus cabelos.

Mas será que Felix, Vick, Wendy e Fred deram um jeito de ir embora?, pensei.

Provavelmente eles já foram falar com a Tinker novamente e etc... Ou talvez não.
Enquanto isso Ally já deve estar em outro lugar feliz e a gente aqui – ou só eu aqui...
Por conta da demora pra chegar ao lugar que a sombra estava me levando, perguntei:

— Pra onde tá me levando? E aliás por que tá demorando tanto?

Silêncio.

Apenas suspirei e fechei os olhos novamente. A coisa mais estúpida de se fazer seria discutir com a sombra.
Passou um tempo e a sombra simplesmente me soltou no meio ás arvores.
Gritei, mas quando fui ver já estava de cara no chão no meio da floresta.

Levantei, me arrumei e me deparei com Pan encostado numa árvore perto de mim.

Ele me encarou por alguns segundos enquanto eu estava quieta, depois arqueou a sobrancelha.

Fiquei em silêncio e o encarei de volta.

— Quer mesmo ir embora? — Ele perguntou e cruzou os braços ainda me encarando.

Fiquei novamente em silêncio.

Aquilo já estava constrangedor.

— Por que eu ia querer ficar? — perguntei.

Ele deu um pequeno sorriso e revirou os olhos.

— Talvez porque... — começou a falar. — Aqui tem magia, aqui não crescemos, — olhou para o meu corpo de uma maneira que me deixou um pouco com vergonha. — aqui seus pais não estarão para te irritar... Enfim, não estou com vontade de fazer uma lista de coisas boas aqui em Neverland. — olhou meus olhos fixamente e eu desviei o olhar.

Fiquei em silêncio novamente. Tudo que eu fosse dizer ele teria uma resposta melhor ou coisa do tipo.

Ele notou que eu não ia responder e andou até parar atrás de mim.

— Não vai responder por que quer ir embora? — perguntou perto ao meu ouvido.

Me virei a ponto de o encarar, mas continuei em silêncio.

O silêncio estava meio constrangedor com ele me encarando, então resolvi falar:

— Temos alguns motivos. Vamos lá ér, talvez... — mexi no cabelo para disfarçar minha tensão na hora de falar e ele se sentou em um pedaço de tronco no chão e arqueou as duas sobrancelhas por um segundo.

Continuei tentando ignora-lo:

— Você não me tratou bem quando cheguei. Pelo visto você não trata bem os meninos e muito menos Wendy, ér... Você colocou as meninas em jaulas pra depois pedir pra elas contarem sobre mim. Ah, e não pode simplesmente nos obrigar a morar aqui.

Pan levantou e foi vindo na minha direção enquanto eu recuava.

Bati as costas numa árvore e percebi que ele tinha me encurralado. Podia não estarmos tão perto, mas pra mim estávamos...

— Hm, vamos lá... — ele começou a falar. — Sobre o último motivo, deixa eu te avisar, não tem como escapar de Neverland, sem que eu a dê autorização pra sair... — se aproximou mais de mim. Agora sim estávamos pertos. — Wendy, as outras meninas e os meninos é uma coisa que não quero falar sobre.

Ele parou de falar e naquele ponto eu já estava me estressando.

— E sobre não ter me tratado bem? — perguntei.

Ele fixou o olhar de mim e não consegui decifrar seu rosto. Depois se aproximou mais.

— Posso mudar isso. — sussurrou.

Revirei os olhos. – sim, tive coragem de revirar os olhos na frente dele...

Ele arqueou uma sobrancelha, mas logo desfez e pegou minha mão.

— Tenha pensamentos felizes. — falou.

Ele estava brincando com a minha cara né?

— Como é? — perguntei.

— Vai logo.

Pensei em meus momentos com a Vitória, na minha família, em algumas festas e etc.

Quando notei já estava voando e ele me guiando enquanto estávamos de mãos dadas.

***

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