As paredes estavam descascando mais do que normalmente, Magnus notou. Ele se perguntava se algum dia eles iriam trocar aquele papel de parede antigo, que, se ele se lembrava bem, estava ali desde o último morador. Ele quase conseguia visualizar o dia em que ele e Catarina se mudaram para aquela casa, antes mesmo de conhecer Ragnor. Quando sua mãe ainda estava viva e quando não tinha uma geladeira de verdade na cozinha.
Eram quase duas horas da tarde de um domingo entediante. Magnus estava jogado no sua cama se perguntando se era possível mexer só dois dedos do pé ao mesmo tempo.
Sua cabeça pendia pressionando o travesseiro, as costas tortas e machucando, mas seu estado de inércia não permitia qualquer movimento. A porta de seu armário estava aberta, expondo suas roupas caras e lindas. Não pela primeira vez, Magnus pensou se teria sido melhor economizar com roupas para fazer melhorias na casa. Ele não queria se sentir mal em uma tarde de domingo e para a sua sorte Catarina abriu a porta naquele momento.
Ela não disse nada. Estava com os cabelos castanhos presos em um coque malfeito e ela usava um moletom amarelo grande demais para seu corpo e um short curto que só apareceu quando ela moveu a perna para sentar ao lado de Magnus.
Eles não falaram nada por um tempo, e ele permitiu que a garota se aconchegasse no seu ombro. Houve um período de silêncio antes que ela abrisse a boca algumas vezes até que finalmente falasse.
― Você se lembra de quando nos mudamos para cá? – ela perguntou surpreendendo Magnus. O que não deveria, na verdade. Catarina sempre parecia ler sua mente.
― Lembro. – respondeu.
Ele ainda estava com as calças do pijama e os dedos dos pés de Catarina estavam roçando nas suas pernas. Ela parecia menor do que Magnus se lembrava.
―Você se lembra quando a gente achou uma família de morcegos no forro? – ela perguntou sorrindo. Magnus disse que sim. Foi quando a mãe de Magnus tinha saído para procurar um emprego. Ele e Catarina tinham ficados sozinhos em casa, já que naquela época ainda estavam sem estudar, então tinham tido a brilhante ideia de ver o "sótão" da casa. Ele não se lembra de uma situação que tenha gritado tanto de susto. ― Não é estranho que isso já tenha passado? – ela pergunta. – Eu quero dizer, é estranho como as coisas acontecem, não? Uma hora estamos na Espanha fantasiando Nova York e no outro estamos aqui...
― Com o seu novo namorado. – ele brincou apenas para poder amenizar a nostalgia.
― O quê? – ela piscou. – Que namorado?
― Aquele menino? – Magnus disse. ― Alexander Lightwood?
A expressão de Catarina foi cômica. Seus olhos se arregalaram como em um desenho animado e então ela começa a gargalhar. Muito alto. Na cara de Magnus.
― Perdão? Perdi alguma coisa?
― Alec? ― ela perguntou limpando as lágrimas. ― Você pensou que estávamos juntos?
― Qual é o problema? – retrucou Magnus irritado. ― Podia ser. Você ficou olhando para ele com os olhos fixos, como uma psicopata. Além disso, ele é um menino bonito.
― Bonito, sério? Que bom que acha isso. ― e quando Magnus não entendeu ela agarrou seu ombro com força. – Nossa eu queria tanto falar pra você! – a garota disse com um sorriso assustadoramente grande. ― Eu não estava prestando atenção nele porque ele é bonito, apesar de ser mesmo. ―adicionou com um sorriso ― Ele só estava... me explicando uma coisa. Uma coisa que eu descobri, sabe?
― Que coisa?
― É uma coisa da escola. – respondeu. – Que me interessou muito.
― Ah – resmungou o garoto com uma cara emburrada. – Tá bom. Você não vai me contar.
― Eu queria muito. – ela disse apertando as bochechas de Magnus, desfazendo o seu beicinho irritado. ― Você vai gostar muito quando descobrir. Na hora certa. – ela começou a rir de novo fazendo com o que o amigo questionasse o seu estado mental. ― Você conseguiu animar o meu domingo, Maggy. – disse usando o apelido que só ela usava (carinhosamente, pelo menos. Ragnor e Raphael o usavam por diferentes motivos).
― Você é estranha.
―Mas não é por isso que somos melhores amigos? – ela perguntou, com um rosto tão adorável que Magnus não pôde conter um sorriso.
Eles ficaram o resto da tarde conversando sobre outras coisas ― depois da garota convencer o amigo a desistir de tentar descobrir qual era o tal assunto de escola que tanto tinha a animado. ―, lembraram-se da época em que seu inglês falhava nas horas mais importantes. Quando dormiam todos em colchões jogados pelos quartos e em quando conheceram Ragnor. Lembraram-se das aulas de Ragnor, seguidas de muitas broncas. Das vezes em que tiveram que livrar os outros de encrencas e das muitas viagens que fizeram. Às vezes para a Espanha, outras vezes para a Inglaterra e algumas até mesmo para o México, para conhecer a família de Raphael. Nunca voltavam para a Indonésia. Magnus não queria e seus amigos nunca pediram.
Quando deu mais ou menos cinco e meia, Catarina disse que tinha marcado de ir ao cinema com umas novas amigas que tinha conhecido no Grêmio da escola.
Magnus tinha acabado de fechar a porta quando ele ouve alguém tocar a campainha. Ele revira os olhos e deixa a porta abrir. Ele ouve passos na madeira e em poucos instantes Will Herondale estava na sua porta.
― Eu não sabia com quem conversar. ― admitiu assim que Magnus perguntou o que fazia ali (ou como sabia onde morava) ―Eu simplesmente... Quero dizer, somos amigos, não?
― Wiliam - perguntou Magnus, genuinamente preocupado com a euforia do rapaz. ― O que aconteceu?
― Você sabe que eu disse uma vez ― ele disse, respirando mais tranquilamente. ― Que eu disse uma vez que eu tenho um melhor amigo. E uma ex-namorada... Certo? ― ele esperou Magnus assentir até continuar. ― Bem, isso é meio estranho porque eu falei para eles que eu estava em uma peça de teatro. Então James disse que adoraria ver, aí eu disse algo como "Então por que você e Tessa não vem aqui me ver?". ― sua voz estava apressada. ― Jem e Tessa estudam de graça no Instituto de Londres. – explicou. ― Que é basicamente como um colégio interno, já falei isso para você? – Magnus negou. ― E eles estavam de férias, sabe? Não temos o mesmo ano letivo que eles... Mas eu não pensei que eles fossem levar à sério.
― Acho que estou entendendo até onde essas história está nos levando...
― Eles estão em Nova York. – disse Will, comprovando as suposições de Magnus. – James realmente trouxe Tessa.
― Ah, nossa – Magnus começou.
― E eu o beijei. – finalizou Will.
x x x
muitos casais para um capitulo só
VOCÊS ESTÃO VENDO COMO EU TÔ CONSEGUINDO MANTER A FIC EM DIA??? mereço um prêmio
will e jem, will e magnus, will e tessa... will herondale is the new mark blacthorn
não esqueçam de votar, amo vocês
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[malec] NOTES
FanfictionAquela em que Magnus Bane recebe cartinhas secretas na escola. inspirado em "the shadowhunter chronicles" e "simon vs the homo sapiens agenda"