Capítulo 1 - Kim Seokjin

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Entrei na casa de Namjoon com certo incômodo, mas logo me acalmei ao ver como o cômodo era aconchegante. O apartamento era mergulhado em cores neutras e pastéis.

- Seokjin, você está bem? - Namjoon perguntou, ao fechar a porta.

Acenei com a cabeça. Ele se aproximou de mim, dando um pequeno suspiro. - Vamos sente-se, irei te buscar algo para tomar. - Namjoon indicou o sofá com a cabeça, enquanto retirava o sobretudo e se virava em direção a outro cômodo.

Me sentei e tentei me estabilizar, ainda limpando algumas lágrimas que escorriam. Mesmo com a cabeça abaixada, pude ouvir claramente os passos dele se afastarem e aproximarem até dois grandes sapatos invadirem meu campo de visão. - Aqui - A voz de Namjoon disse com certa compaixão. Encarei-o enquanto o mesmo me oferecia um copo de chá e um lenço. Aceitei educadamente e decidi tomar um gole, e era um tanto quanto gelado.

- Kim Seokjin, acho que precisamos conversar. Mesmo que eu tinha dito que não iria fazer perguntas.- Ergui os olhos, encontrando Namjoon com o semblante sério. Se eu me explicar formalmente, talvez ele possa me ajudar. Mas mesmo assim não posso expor que sou um  anjo... - Engoli seco - caído.

- Seokjin?

- Oh tudo bem, mas o que deveríamos conversar? - Me recompus, enquanto tomava mais um gole do chá. - Sabe, sobre você dizer que não tem onde ir. Houve algum problema? Posso lhe ajudar indicando alguma moradia com o preço bom que eu conheça? - Namjoon indagou-me, enquanto seus olhos se alternavam entre o piso do apartamento e meu rosto. 

- Na verdade, eu não me lembro bem sobre o que eu sou ou onde estava, mas tenho certeza que eu não tenho parentes e nenhum amigo. - Afirmei. Eu não estou mentindo, eu realmente não conheço ninguém... da terra. Ele olhou-me nos olhos como se procurasse alguma mentira nas minhas palavras, mas depois de um momento em silêncio apenas suspirou. - Tudo bem, mas então se lembra de algo como para onde ia antes de me encontrar? - Abri a boca para respondê-lo mas não pude dizer nada. Apenas desviei-me de seu olhar para o chá em minhas mãos. - E-eu não sei, mas tenho certeza que eu deveria te encontrar e salvá-lo do caminhão. - Disse aflito.

- Seokjin. - Ouvi meu nome e me encolhi um pouco. A voz de Namjoon saía doce, mas com certo tom intimidante. - Sim? - Falei enquanto colocava o copo em uma mesa em frente ao sofá.

 - Você é mesmo algum tipo de stalker? Estava me seguindo? - Franziu o cenho, visualmente em desaprovação. Acenei minhas mãos instintivamente, sacudindo-as - Não, não que não, eu já disse que não é isso! - Desesperei-me, sentindo sufocado. O silêncio da casa fazia com que o olhar de Namjoon fosse intimidante.

 Mas talvez eu esteja mesmo o seguindo. Eu estava o seguindo? Mas essa não era a minha intenção!

- Então eu devo te levar ao hospital, lá eles podem te ajudar a saber quem você é-

- Eu não posso! Não posso. Por favor não faça isso. - Interrompi. Há relatos de anjos caídos que permanecem com a imoralidade. É capaz de uma agulhar não penetrar a minha pele ou que através da medição de batimentos cardíacos não mostre minha pulsação. 

Saio dos meus pensamentos com o resmungo vindo de Namjoon. - Não há nada que eu possa fazer por você Seokjin. A não ser que... você tem algum tipo de documentação com você?

- O que é isso? - Digo, confuso. Namjoon se levanta apressadamente.

 - Se levante e abra os braços. - Faço o que Namjoon diz e ele se aproxima, apalpando meu sobretudo preto. - Vire-se. - Me viro e observo-o atentamente apalpar minhas costas e cintura. 

Isso é algum tipo de cumprimento dos humanos? Uau, eu nunca tinha visto antes.

Ele coloca a mão na cintura e me olha de baixo para cima. - É parece que você não tem nada mesmo. - Completa, cruzando os braços.- Então você vai me deixar morar aqui? - Digo extremamente animado, dando um grande sorriso. 

Ele vira-se de ombros - Mas é claro que não. -  Enquanto dava uma risada nasal.

Senti meu corpo pesado novamente, e me sentei um tanto quanto desanimado de novo. Não acredito! Mas o que eu vou fazer? Eu não tenho nadica-de-nada! Fico sem reação por um momento. - Ah vamos lá! Pense comigo, eu não poderia abrigar você. Eu nem te conheço, nem sei se foi preso ou se tem uma documentação. Eu nem mesmo sei cuidar de mim mesmo! - Ele se vira novamente enquanto sorri, mas logo seu rosto fica inexpressivo novamente.

- Ei Jin, você está chorando?

                 

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