Capítulo quatro

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Era final de semana e hoje aconteceria a festa que  Camila iria fazer e eu não estava nem um pouco afim de ir. Mas como Vero era incrívelmente  irritante, veio aqui em casa me convencer a ir, e para ajudar, falou para minha mãe sobre a festa. Agora estão aqui no meu quarto, na minha zona de sossego, dona Clara e Vero, procurando roupa para eu ir. Já havia tomado banho, estava jogada na minha cama, enrolada na toalha a espera de uma roupa.

- Acho que vou dormir, já que vocês estão demorando tanto. 

Resmunguei, eu já estava irritada por ter que ir. E ficar esperando elas escolherem minha roupa, estava me irritando mais.

- Para de reclamar, Lauren. Já achamos uma! -- Minha mãe disse, num tom animado.

- Parece que eu tenho 5 anos, para minha mãe escolher minha roupa . -- Me sentei na cama, olhando para elas.

- Sua mãe só está ajudando, Laur, para de ser ingrata. -- Vero me repreendeu.

- Não estou sendo ingrata, eu já tenho dezessete anos, quase dezoito, não preciso de ajuda para escolher roupa. Nem da minha mãe, nem de ninguém.

- Credo tia Clara, sua filha está tão chata hoje. O que deu nela? -- Vero perguntou para minha mãe. E ela já se sentia muito íntima para chamar minha mãe de tia. Coisa que dona Clara amava.

- Ela está nervosa porque vai pela primeira vez em uma festa, então está descontando em nós, para disfarçar o nervosismo. -- Bufei e me levantei. Peguei minha muleta, para ajudar ir até elas, já que eu estava sem minha prótese.

- Me dá isso logo -- Vero estendeu a roupa e eu fui até o banheiro se trocar.

Minha prótese já estava no banheiro, então coloquei ela e deixei a muleta encostada. Coloquei a calça que elas escolheram para mim e ajeitando certinho para que a prótese não marcasse. Coloquei a blusa, que era de tipo de frio, mas de malha fina. Me olhei no espelho me ajeitando. Escovei meus dentes e dei uma arrumada no cabelo. Passei uma maquiagem de leve, já que eu não gostava daquilo, dei uma última olhada e sai do banheiro. Encontrei Vero sentada na minha cama, com as pernas cruzadas, mostrando suas coxas, já que ela estava de vestido. Ela estava muito linda, eu não podia negar. Na verdade ela era linda. Vero apontou para o coturno que estava do seu lado, no chão. Sentei ao seu lado e calcei meus sapatos. Depois de Vero me verificar, para ver se não faltava nada, eu passei meu perfume e descemos, encontrando meus pais na sala.

- Nós já vamos. -- Avisei eles, meu pai levantou e veia na minha direção, me entregando a chave do carro.

- Vai com cuidado, campeã. E não beba, já que você vai dirigir. 

- Ok, pai, tchau! -- Ele me deu um beijo na testa e deixou minha mãe vir falar comigo.

- Cuidado em Laur, Te amo.

Beijei sua bochecha e me despedi dos dois e sai com Vero, que ficava me zoando, por conta do jeito que meus pais me tratavam. Falei que se ela não calasse a boca, ela iria a pé. O que fez ela calar a boca no mesmo tempo. 

- Laur? -- Parei no semáforo e desviei meu olhar da rua e direcionando-o para Vero.

- Oi -- Ela se virou um pouco para mim.

- Você pode dirigir mesmo usando prótese? Não precisou adaptar o carro?

 Ela parecia realmente interessada em saber. O sinal abriu e eu voltei minha atenção para rua, mas sem esquecer da pergunta da Vero.

- Sim, eu fiz o exame médico no DETRAN e o médico aprovou minha CNH para carro normal, pois não viu problemas. Então eu não precisei adaptar o carro.

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