Capítulo 5

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Serena virou seu pescoço em direção à voz rouca que, inevitavelmente, reconheceu.

Não era possível.

Pensou que era mesmo estranho nobres, aparentemente desconhecidos, os receberem no Castelo Real. Talvez William soubesse, então, que seria ela que chegaria ao local. Mas, ainda, mil perguntas permeavam sua mente. Seria William um residente do Castelo? Um convidado Real? Era por ela que estava ali na entrada?

Fechando os olhos com força por mínimos segundos, afastou pontos de interrogação da mente para concentrar-se apenas em manter o meio sorriso em sua face até a apresentação do resto dos criados e convidados.

— Seus pertences serão levados aos seus quartos, — outro mordomo notificou e, logo, prontificou-se em olhar para Serena. — Odette, Clarissa e Mary irão acompanhá-la em instantes e serão suas damas de companhia.

— Três damas para cuidar apenas de mim? Eu sou uma só ou todo o exército inglês? — Serena acusou em olhos de surpresa, mas foi repreendida por uma cotovelada de seu irmão ao mesmo tempo em que ouviu uma risada baixa e abafada.

— Três está ótimo, obrigado, — seu pai se pronunciou entredentes.

— Quanto aos senhores, Stuart irá os acompanhar até seus devidos andares. Temos, ainda, criados ao dispôr dos dois, que serão apresentados aos senhores em seus devidos aposentos — o mordomo prosseguiu, ignorando o comentário da jovem.

Serena percebeu que deveria seguir as criadas, pois já estavam por trás do portão aberto do Castelo. Começou, portanto, a subir o restante dos degraus que faltavam para que alcançasse a entrada, quando sentiu tocarem seu pulso e, imediatamente, virou seu rosto.

Ela se deparou com um sorriso travesso de William, cujo propósito não conseguia identificar.

— Jardim do Sul em 2 horas, — ele sussurrou.

— Terá que me matar primeiro, — ela disse em bom som e fingindo compostura, que se fragilizou quando William fingiu levar um tiro no peito, arrancando, de Serena, um pequeno sorriso com os olhos.

Soltando-se da mão de William levemente, ela continuou o caminho antes que houvesse motivos para que seu pai finalizasse a conversa com o mordomo a alguns degraus abaixo para lhe fazer perguntas inconsequentes. No entanto, não foi rápido o suficiente para que Dylan não a importunasse.

— Eu vi isso! Eu vi isso! — o menino puxou a saia do vestido azul claro de Serena de forma indiscreta.

— Shhhh! — ela virou-se para ele, e de relance pôde notar William rindo quase imperceptivelmente com a cena.

Pegando Dylan pela mão, Serena apressou seus passos até encontrar-se de frente com as três damas de companhia.

— Você espera o papai bem aqui, — a moça apontou fixamente para o chão, ao mesmo tempo em que abaixava para fitar o irmão diretamente face a face.

— Você é chata, — ele fez bico.

— Você me ama, — ela sorriu.

— Infelizmente, — ele respondeu. — Reza pro papai e o mordomo não começarem a falar dos franceses, ou o assunto não acaba nunca e eu morro de fome aqui.

— Você tem boas reservas aí pra não morrer de fome, — Serena apertou a barriga dele, fazendo cócegas e arrancando algumas risadas. Dando um último beijo na bochecha, ela deixou o irmão e, finalmente, pôde seguir para o seu quarto.

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⏰ Última atualização: Jan 15, 2017 ⏰

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