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Acordei sentindo o perfume da camiseta de Marc, o que me agradava porém quando olhei para o lado ele não estava lá. Levantei e procurei por todo o quarto e a única coisa que achei foi um bilhete escrito na metade de uma folha sulfite:

"Tive que resolver um problema. Volto logo!

Com amor, Marc".

O que era tão urgente para ele não esperar ao menos eu acordar? Será que ele foi tirar satisfações com o rei? Ou aconteceu algo ainda mais grave? - Minha cabeça estava confusa, mas eu tinha que confiar em Marc.

Uma chave destrancou a porta e me deu a esperança de ser ele, mas Demian surgiu segurando um copo de suco.

- Bom dia - ele sorriu - Um passarinho com cabelos cor de mel e olhos verdes me convocou para trazer um copo de suco de laranja para você quando o sol saísse.

Foi fofo da parte de Marc pensar em mim mesmo quando estava ocupado e fofo da parte de Demian de cumprir a "ordem".

- Obrigada - bebi um gole e presumi que aquele era o primeiro copo de suco feito com as primeiras laranjas, já que o gosto da fruta era doce - Você sabe aonde ele foi?

- Não, a única coisa que sei é que me encontrou lá na sala de corte e costura por volta das quatro da manhã - ele contou - E me mandou voltar para o quarto e entregar o suco.

Ficamos confusos com toda aquela história, mas o dia não podia parar. Peguei meu vestido que estava dobrado no banheiro e o copo vazio de suco.

- Vejo você daqui a pouco - sorri para Demian que arrumava o cabelo com os dedos - Obrigada pelo suco e por ter deixado eu e ele a sós ontem à noite.

- Sem problemas - ele sorriu de lado.

Saí do quarto correndo na esperança de ninguém me ver vestindo apenas uma camiseta masculina; mas para o meu azar acabei trombando em alguém no meio do corredor.

- Olhe por onde anda...gracinha - Bryan olhou para mim e sorriu de lado - Já estava na hora de eu ver você desse jeito.

Tentei passar para o outro lado, mas ele me deteve.

- Deixe-me passar! - ordenei - Agora!

- Não posso permitir que essa oportunidade passe sem ao menos tirar algum proveito - ele se aproximou tentando me beijar.

Não esperei nem mais um segundo e chutei a canela dele e comecei a correr, mas para o meu azar, Bryan tinha um braço forte e longo.

- Você não vai a lugar algum - ele me puxou machucando o meu braço.

- Me solta. Socorro - Gritei - Me solta!

Ouvi passos vindo em nossa direção e agradeci por alguém ter me ouvido.

- Larga ela, Bryan! - Marc gritou, ao seu lado surgiu o príncipe Felipe e os dois avançaram - Larga ela AGORA!

Bryan me jogou no chão com força, o que fez Marc partir para cima dele.

- Eu avisei para nunca mais encostar um dedo nela! - Marc berrava e Felipe foi chamar os guardas.

- Você acha que é o único que pode aproveitar os prazeres da vida? - Bryan sorriu - Só não fiz isso antes porque não quis.

A fúria de Marc era evidente e aquilo foi a gota d'água, ele jogou Bryan no chão e começou a dar socos descontroladamente fazendo o seu alvo sangrar. As portas dos dormitórios se abriram e várias cabeças curiosas surgiram, mas ninguém ajudou, apenas senti a mão de Camille que havia descido do quarto andar, ainda de pijama; alguns instantes depois no mínimo trinta guardas lotaram o corredor para apartar a briga.

- Marc - corri para abraça-lo e notei que ele havia sido ferido na cabeça - Está sangrando. Vem, vou cuidar de você.

- Os três para a área hospitalar - um guarda ordenou e nós não tivemos escolha.

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