Capítulo 2 - O buraco na verdade era um Labirinto.

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Havia alguém me seguindo, e eu estava dentro de um Labirinto que manipulava a mente das pessoas

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Havia alguém me seguindo, e eu estava dentro de um Labirinto que manipulava a mente das pessoas.

Nada melhor do que deixar a rotina de lado, né?

Eu não estava acostumada a ser perseguida (A não ser quando meu antigo cachorro corria atrás de mim por puro ciúme, mas isso não conta como experiência). Minhas habilidades físicas se resumiam em tênis, ballet, pilates, natação e ocasionalmente exercícios de musculação e elasticidade que eu praticava em casa. Nenhuma delas me ajudou a correr mais rápido. Resisti ao impulso de esperar quem, ou o que quer que estivesse andando atrás de mim, me alcançar. Talvez eu pudesse oferecer alguns chicletes de morango em troca da minha vida, afinal.

Eu sentia frio naquele vestido fino.

Corria sem rumo, e tentava raciocinar no meio daquela confusão.

Eu deveria ter percebido antes, mas sinceramente, seria meio difícil de acreditar que o Labirinto de Dédalo era real. Comecei a cogitar a ideia de que possivelmente eu havia sido atingida por um raio e estava em coma sonhando com aquele momento, mas ele me parecia bem verdadeiro.

Os passos pareciam mais perto agora, e eu estava totalmente perdida. Se aquele era realmente o labirinto, não queria nem imaginar o que aconteceria se eu seguisse pelo caminho errado. Provavelmente, eu já estava em outro continente, mas eu poderia nem mesmo ter saído de meu próprio quintal.

Talvez, se eu entrasse em uma porta errada, me encontraria no meio do oceano pacífico, e diria algo como: "Ei, baleia jubarte, por favor, não me coma. Por acaso você sabe o caminho mais rápido para se chegar ao litoral norte do estado de São Paulo? A propósito, adorei suas nadadeiras gigantes, elas realçam o brilho de seus dentes afiados".

Como se lesse meus pensamentos (O que, dadas às circunstâncias, eu não achava tão impossível de acontecer) O chão se transformou em areia. As paredes exalavam maresia e o túnel se encontrava cada vez mais estreito.

Interrompi minha corrida para retomar o fôlego.

Notei que já não ouvia mais os mesmos sons de passos. Virei de costas e dei de cara com outra parede que bloqueava todo caminho que eu já havia percorrido. Ótimo. Agora não tinha mais volta. Eu precisava encontrar uma saída. De preferência uma que não envolvesse oceanos e baleias.

Meu cérebro deveria ter enferrujado por causa da quantidade de novas informações captadas, somadas ao ar úmido que eu inspirava. Estar dentro de um labirinto mitológico significava muita coisa. O modo como consegui abrir um portal para o tal labirinto também significava muita coisa. O fato de eu estar sendo perseguida por algo não humano poderia ter inúmeros significados, e a maioria sempre se resumia em morte.

Eu simplesmente não poderia morrer. (Sério?)

Antes que minha cabeça pudesse explodir, consegui identificar outro barulho, que se semelhava às notas de uma música.

Diário De Viagem - Christina BeatriceWhere stories live. Discover now