Capítulo 7 - O babuíno encara minha cara verde.

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- Certo, pessoa que não conheço, sente-se aqui que já volto. - Sadie Kane mandou, logo após me conduzir a uma sala que funcionava claramente como enfermaria, por mais que ao invés de remédios haviam também alguns amuletos depositados nas prateleiras. Não que eu estivesse impressionada por esse fato, afinal era super normal a presença de amuletos egípcios em enfermarias. Como não haviam cadeiras, sentei-me em cima da mesa, ignorando a educação.
Eu provavelmente desabaria se não me apoiasse em algo.

Sinceramente, o local era até meio decepcionante. Eu estava esperando por relíquias antigas e múmias espalhadas pela casa, mas em todo trajeto até ali tudo parecia tão... moderno. (A não ser é claro pelos pinguins, e pelas armas egípcias que eu acidentalmente quase tropecei no caminho. E também pela evidente estátua gigante de Tot localizada no meio da sala, e a decoração estilo 'templo antigo'. O fato de tudo ali ser movido à magia arcaica também era um grande fator.)

Ah, e o babuíno. Acho que me esqueci de mencioná-lo.

Enquanto esperava a Kane caçula procurar pela maga (E líder de torcida) seguidora de Sekhmet, Khufu me encarava com seus olhos ameaçadoramente pequenos. Desviei o olhar e tentei não rir, ignorando a bizarrice da situação.

Felizmente, Sadie voltou antes que o macaco começasse a gritar comigo, ou, deuses me livrem, me obrigasse a jogar basquete com ele.

Ela suspirou.

- Jaz foi para o COLA, e acho que eu devia estar lá também. Provavelmente estou bem atrasada... – Disse, mas parecia não ligar muito para o fato de estar cabulando aula. Não deixei de notar que já havia escutado aquele mesmo nome do colégio, só não conseguia lembrar aonde - Enfim, vou ver o que posso fazer por você, por que agora é a sua que cara está verde.

Queria ter um espelho para olhar minha imagem, mas ele provavelmente se quebraria ao refletir meu lindo rosto.

Levei alguns segundos observando-a, até que percebi que ela estava falando sério. Franzi a testa.

- Não acho que eu deva confiar nas suas habilidades médicas.

- Como ousa não confiar no meu ser perfeito? – Sadie zombou, mas ignorou completamente meu comentário e continuou.

Ela se aproximou, colocando a mão sobre a ferida. Prendi o ar, esperando pela dor que viria em seguida, mas ela não veio. Ao invés disso a maga começou a entoar um possível encantamento egípcio que não fui capaz de compreender. Ele fez o machucado brilhar, provavelmente evaporando todo o veneno de monstro comedor de crianças depositado no meu braço. Ela continuou pronunciando aquelas palavras até que começasse a cicatrizar.

- Não se assuste. – Ela disse quando enfim terminou.

- Já li coisas parecidas. – declarei indiferente.

Sadie lançou-me um olhar desconfiado, mas ainda carregado de humor.

- Já leu? Ah céus, não me diga que você também vai se juntar ao clube dos "nerds fãs de mitologia antiga, etc" fundado por Carter! Como se já não bastasse Annabeth. – Sadie bufou, e não pude deixar de notar como seu leve sotaque britânico, quase inaudível, era bonitinho. O inglês britânico era claramente o meu favorito.

Fui obrigda a rir. Imaginei se aquilo realmente existia, ou era apenas criação da garota.

- Tentador, mas não estou interessada, obrigada. Minha inteligência é um dom natural, não acho que precise de um clube de livros para utilizá-la. Mas diga a Carter para não levar pro lado pessoal, ele continua sendo meu quinto personagem favorito.

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⏰ Last updated: May 21, 2017 ⏰

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Diário De Viagem - Christina BeatriceWhere stories live. Discover now