O clarão solar surge cedo.
Não tem paciência para esperar.
Invade as janelas das casas.
Ilumina as ruas escuras.
Resplandece nos campos.
Dá início ao nosso cotidiano.
Nos Ilumina.
Nos desperta.
Nos dá vida.
Seu brilho esquenta um rosto.
Um homem levanta de sua cama.
Come seu café-da-manhã.
Despede-se da esposa.
Vai ao trabalho.
Ele fica o dia inteiro em sua mesa.
Seu trabalho de negociante prospera.
Reclamação aqui e reclamação ali.
Assina papel aqui e papel ali.
Atende cliente aqui e cliente ali.
A mesma rotina de sempre.
Mas sempre sorrindo.
Sempre disposto.
O sol dorme;
Ele volta para casa.
Sua esposa o recebe ansiosamente.
Ela pode passar um tempo com ele.
Ele pode relaxar ao lado dela.
Ela está feliz por vê-lo.
Ele está feliz por vê-la.
O casamento prospera.
São tempos difíceis.
Ele sabe o que tem que fazer;
Sabe que precisa trabalhar.
Sabe que precisa se esforçar.
Sabe que precisa cuidar da esposa.
Sabe que precisa crescer;
Crescer como profissional;
Crescer como marido;
Crescer como pessoa;
Crescer.
O cotidiano é um jogo complexo.
Um jogo onde nós que fizemos as regras;
Porém, nós as alteramos drasticamente.
Buscamos atalhos para ter o que queremos.
Buscamos facilidades perigosas.
Corrompemos-nos.
As regras podem ser desvirtuadas;
Mas sua essência é imutável.
Sua essência é onipotente.
Sua essência é onipresente.
Conduzindo-nos a um só caminho:
Nascemos;
Crescemos;
Envelhecemos;
E enfim, morremos.
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Sinfonia da Amargura
PoesíaUma história sobrenatural diferente de todas que você já conheceu, possivelmente. Onde a vida é a maior antagonista. Onde o íntimo do protagonista é sua pior tortura. Onde o desespero e a amargura se tornam algo natural. Contada no formato de poemas...