Ato II - Choque

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As ruas estão cheias.

A manhã sorri para todos.

Um homem retribui tal sorriso.

Ele caminha pela calçada.

Seus braços são balançados.

Sente um cansaço incomum.

Fecha seus olhos devagar.

Desaba sobre o chão.

Mergulha na escuridão.

A escuridão permeia.

Seus olhos são abertos.

Está deitado em uma cama;

Numa simplória sala branca.

Há pessoas ao seu redor;

Mas nenhuma ao seu lado.

Ninguém lhe diz nada.

A incerteza cansa.

A incerteza o assola.

Sua esposa o visita.

Um conforto bem-vindo.

Problemas são esquecidos.

Risadas são dadas.

Ele sorri ao vê-la.

Ela sorri ao vê-lo.

O tempo flutua.

O otimismo cintila.

O otimismo está por um fio.

Um homem bom entra na sala.

Seu rosto está sério.

A preocupação cresce.

A ansiedade é agonizante.

O Homem Bom enfim fala;

Para a infelicidade do homem.

O choque o pega desprevenido.

O choque é repentino.

Não dá tempo para pensar.

Não há reação a manifestar.

As palavras foram ditas.

Palavras temerosas.

Palavras que afligem.

Palavras que matam.

Palavras de uma notícia.

A notícia é como um estrondo.

Abala toda uma estrutura.

Acaba com as expectativas.

Corrói um belo sorriso.

A esperança se transforma.

Não há mais otimismo;

Apenas a doença.

PS.: Espero que estejam gostando. Qualquer sugestão comente, diga inbox, coisa do tipo. Crítica construtiva nunca é demais. No mais, a vida do protagonista continua, e uma tormenta está para vir, apenas espere, ela está ali no horizonte encarando sua hora.

Sinfonia da AmarguraOnde histórias criam vida. Descubra agora