Uma doença é descoberta.
Uma doença até então desconhecida.
Ninguém sabe o que ela é.
Ninguém lhe deu um nome.
Ninguém desenvolveu uma cura.
O doutor sabe uma coisa.
Sabe sobre um monstro.
Um monstro chamado tempo.
O tempo de vida que lhe resta.
O tempo é nosso melhor amigo;
O tempo é nosso pior inimigo.
Faz-nos correr.
Faz-nos sorrir.
Faz-nos chorar.
Envelhece-nos.
Desintegra-nos.
Ele é instável.
Ele é paciente.
Ele é tão cruel;
É tão natural.
Uma mente reflete.
Pensa no que já fez;
E no que deixou de fazer.
Pensa no que sempre quis fazer;
E não teve o ímpeto para realizar.
Agora, são momentos perdidos.
Seus desejos.
Seus sonhos.
Seus medos.
Agora é tarde.
Um homem está sentado.
Pensa em tudo o que conquistou.
Seu trabalho próspero;
Que já não lhe é importante.
Sua amada esposa;
Que sofrerá por sua causa.
Seus planos para o futuro;
Que se desintegram como cinzas.
Repentinamente tudo mudou.
Tudo ficou acinzentado.
Tempo.
Ele quer tê-lo de volta;
Mas é impossível.
Agora a palavra machuca.
A palavra o levará em poucos meses.
Tragará sua alma vagarosamente.
Fragmentos de vida morrendo.
O tempo é um ceifador.
Um assassino nato;
E impiedoso.
Há o medo.
O medo da morte.
O temor lhe traz indagações.
Fará falta aos outros quando se for?
Irá sentir dor nos últimos momentos?
Verá o resplandecente Paraíso?
Os anjos o aceitarão em sua morada?
As questões assolam.
O deixam ansioso.
Temeroso.
Receoso.
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Sinfonia da Amargura
PoesiaUma história sobrenatural diferente de todas que você já conheceu, possivelmente. Onde a vida é a maior antagonista. Onde o íntimo do protagonista é sua pior tortura. Onde o desespero e a amargura se tornam algo natural. Contada no formato de poemas...