Ato III - Tempo

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Uma doença é descoberta.

Uma doença até então desconhecida.

Ninguém sabe o que ela é.

Ninguém lhe deu um nome.

Ninguém desenvolveu uma cura.

O doutor sabe uma coisa.

Sabe sobre um monstro.

Um monstro chamado tempo.

O tempo de vida que lhe resta.

O tempo é nosso melhor amigo;

O tempo é nosso pior inimigo.

Faz-nos correr.

Faz-nos sorrir.

Faz-nos chorar.

Envelhece-nos.

Desintegra-nos.

Ele é instável.

Ele é paciente.

Ele é tão cruel;

É tão natural.

Uma mente reflete.

Pensa no que já fez;

E no que deixou de fazer.

Pensa no que sempre quis fazer;

E não teve o ímpeto para realizar.

Agora, são momentos perdidos.

Seus desejos.

Seus sonhos.

Seus medos.

Agora é tarde.

Um homem está sentado.

Pensa em tudo o que conquistou.

Seu trabalho próspero;

Que já não lhe é importante.

Sua amada esposa;

Que sofrerá por sua causa.

Seus planos para o futuro;

Que se desintegram como cinzas.

Repentinamente tudo mudou.

Tudo ficou acinzentado.

Tempo.

Ele quer tê-lo de volta;

Mas é impossível.

Agora a palavra machuca.

A palavra o levará em poucos meses.

Tragará sua alma vagarosamente.

Fragmentos de vida morrendo.

 O tempo é um ceifador.

Um assassino nato;

E impiedoso.

Há o medo.

O medo da morte.

O temor lhe traz indagações.

Fará falta aos outros quando se for?

Irá sentir dor nos últimos momentos?

Verá o resplandecente Paraíso?

Os anjos o aceitarão em sua morada?

As questões assolam.

O deixam ansioso.

Temeroso.

Receoso. 

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⏰ Última atualização: Jan 31, 2014 ⏰

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