Cidades pequenas em um país como a Finlândia eram definitivamente adoráveis. Mistic Woods não era diferente. As casas eram feitas em troncos grossos das arvores dali mesmo, com toda aquela beleza rústica e sofisticada. A estrada era toda asfaltada, mas em dias sem toda aquela neve era possível ver as trilhas que davam em picos de montanhas, lagos ou cachoeiras magníficas com águas cristalinas. As lojas e casas eram antigas e os principais monumentos eram órgãos públicos. Mesmo com o frio ainda em alta era um lugar movimentado e como quase toda cidade pequena, todos se conheciam. Diana se surpreendeu com a educação e gentileza das pessoas. Todos se cumprimentavam e sorriam. E apesar de não ter trânsito ou semáforos os motoristas sempre paravam para as pessoas atravessarem.
"O que foi, querida?" Bruce olhou para sua filha com um sorriso leve e olhos brilhantes. Diana lembrava tanto a mãe que o surpreendia.
"As pessoas aqui." Olhou em volta. "São tão diferentes. Não é muito comum ver desconhecidos acenarem na cidade grande." Ela observou.
"Ah, sim!" Seu pai abraçou de lado enquanto caminhavam. "Acredite, eu também fiquei surpreso quando cheguei aqui. Mas acabei me acostumando." Ele sorriu apreciando a beleza do lugar, amava aquela cidade. "Mas antes de te mostrar as maravilhas de Mistic Woods, nos vamos tomar café na melhor lanchonete da cidade!"
"Mostre o caminho!" Ela o reverenciou e riu da expressão boba no rosto dele. Havia sentido falta dele, e apesar de ter ficado um pouco chateada quando ele partiu o entendeu.
Lady's Coffee era uma cafeteria digna de filmes. Tudo lá parecia ter parado nos anos 50. Até a jukebox que tocava Elvis Presley. As pessoas dentro pareciam não ligar em não ter televisão ali ou algo assim. Bruce deixou que Diana entrasse primeiro e observasse o lugar e pelo olhar maravilhado de sua menina sabia que ela facilmente poderia escrever sobre aquela cidade como um ponto mágico no mundo. Bruce acenou para alguns e sorriu para outros a encaminhando para uma mesa perto da janela onde o Sol ilumina pelo horário da manhã.
"Querido, Bruce!" A mulher loira disse atrás dele fazendo-o virar-se e abraçá-la. "Que bom vê-lo esta manhã!"
"Posso dizer o mesmo! Estou levando minha filha para conhecer a cidade." Ele se empogou chamando a mais nova que o olhou acanhada. "Querida, essa é Lisa. Ela é dona da cafeteria." As mulheres se olharam e Diana estendeu a mão para a mulher que sorriu.
"Prazer em conhecê-la, Diana!" Lisa a abraçou pegando de surpresa.
"O prazer é meu." Correspondeu ao abraço e olhou para o pai que deu de ombros.
"Bruce falou muito de você. E tenho que dizer, ela é tão bonita quanto a mãe." A loira pôs as mãos junto a dela a reparando na beleza delicada da moça.
"Ah, obrigado pela parte que me toca." O mais velho brincou recebendo um leve tapinha da loira.
"Ah, você sabe o que eu quis dizer!" Riram juntos. "Mas sentem-se, fiquem a vontade. Hoje é por conta da casa!" Lisa chamou uma das garconetes que assentiu entregando um croissant e se aproximando.
"Lisa, tudo bem. Não precisa." O moreno advertiu puxando a cadeira para a filha que agradeceu e sentou-se.
"Faço questão! E não aceito não como resposta. Nallyn, sirva-os a vontade é minha conta." Lisa ordenou a garçonete dando instruções e a menina assentiu.
[...]
"ONDE ELE ESTÁ???" O homem gritou jogando o copo de whisky contra parede do escritório tamanha raiva. Os dois homens presentes engoliram seco e olharam para o chão.
"E-eu não sei, senhor." Respondeu sem piscar.
"Incompententes!" Rondou fazendo os outros tremerem. "Quero saber quem é ele, onde ele está e quero a cabeça dele ou são as de vocês que vão parar em uma bandeja de prata! Entenderam?!" Os olhos do homem ficaram amarelos e brilhantes como o Sol, os outros dois se encararam rapidamente e concordaram. "SAÍAM!!"
Os homens rapidamente sumiram como fumaça deixando-o sozinho. Bufando de raiva, ele sentou-se na cadeira presidencial do escritório. Estava preste a perder muito dinheiro e não podia aceitar isso por causa de um desconhecido que decidiu bancar o herói. Alcançando o telefone na mesa, ele riscou o número já conhecia bem e sorriu sombriamente. A voz suave que soou do outro lado era como a de um anjo. O seu anjo.
"Tenho um servicinho para você."
[...]
Bruce e Diana tomaram café e comeram bolo enquanto conversavam sobre as reportagens que ela havia feito naquele ano. E nesse meio tempo, o mais velho a apresentou a cada conhecido que aparecia. Sempre com um sorriso orgulhoso em seu rosto que a deixa encabulada. Ele anunciaria na TV se pudesse. Quando decidiram sair para caminhar um pouco o Sol estava brilhante no céu e o calor dele ajudava aquecer do frio. Mesmo com neve, a cidade sem prédios altos e com muitas árvores era realmente um charme, muitas casas e estabelecimentos eram revestidos em madeira e concreto. Como qualquer cidade haviam vários estabelecimentos e até uma loja de armas, mas de forma surpreendente havia uma placa explicando que a caça de animais era terminantemente proibida e quem o fizesse seria preso.
"Agora entendi porque não quer sair daqui." Diana sorriu com o braço entrelaçado ao pai enquanto caminhavam pela cidade. "Você é o adorado das moças por estas bandas!" Caçoou dado ao fato da dona da cafeteria ter jogado charme para o mais velho que gargalhou.
"Ah, não é isso!" Riu. "Eu gosto do clima, das pessoas, da natureza, da tranquilidade..." Pontuou. "Aqui não tem violência, as pessoas trabalham e tem suas famílias e criam raízes." Bruce disse e parou mostrando um parque que mesmo com neve e um frio terrível as crianças brincavam e riam livremente. "Mistic Woods é o paraíso!! Você devia morar aqui!"
"Ah, lá vamos nós de novo." Diana revirou os olhos. "Deixa eu adivinhar?! Eu não devia ficar lá, Nova York está cada vez mais perigosa, eu poderia ser uma ótima jornalista aqui também e a melhor parte você sabe o que a mamãe pensaria disso." Ela riu imitando a voz dele fazendo-o revirar os olhos com um bico.
"E eu estou errado?!" A abraçou. "O que você tem lá que não pode ter aqui? E mais! A casa tem espaço mais do que o suficiente para nós dois." Reclamou antes que ela desse aquilo como desculpas.
"E o meu trabalho? E a sua namorada? Está inclusa no pacote?" Cruzou os braços e arqueou a sobrancelha em desafio.
"Que namorada? Sou um homem viúvo." Desconversou sem graça.
"Não estou criticando o fato de você ter uma namorada acho até bom, isso é, se ela gostar mesmo de você. Mas você não iria querer privacidade?"
"Filha, não existe nada que eu faria nesse mundo que você me atrapalharia." Beijou a testa dela a aconchegando. "E se essa suposta namorada que você inventou pensasse assim, então não teríamos porque ficar juntos. Você é mais importante que isso."
"Eu também te amo muito, mas vou continuar em Nova York. Pelo menos por enquanto." Diana decretou e o pai concordou suspirando em breve derrota.
"Está bem." Encerrou e olhou em volta. "Querida, ainda gosta de boliche?" Bruce perguntou e viu sua filha sorrir como uma criança. Ainda era sua pequena Diana e ele ainda a traria para casa.
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Protegida do Sigma
WerewolfO Lobo Sigma é um macho ou fêmea que, ao contrário do Alfa e do Beta, não dá atenção para a dinâmica social (pois tem coisas mais importantes para fazer, não gosta de multidões ou por outro motivo), mas mesmo assim de alguma forma ganha essa dinâmic...