Capítulo 2

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Eu não sabia o que fazer depois daquela aula, o destino só poderia estar de brincadeira comigo. Eu não suporto meninos que se acham os poderosos, donos do mundo. Para a minha sorte tem uma cafeteria em frente ao prédio do curso, sou viciada em cafeína e precisa urgente naquele momento. Ao chegar no local mandei uma mensagem para a Talita avisando que eu estava lá e que iria encontrar ela em casa, não aguentaria escutar ela falando sobre o Gustavo, poderia adiar mais um pouco. Fui buscar um capputino pra mim, minha bebida favorita e na volta estava tão distraída com o celular que acabei esbarrando em alguém. 

- Puta merda. Me descu... - quando olho pra cima. 

Só poderia ter algum tipo de azar daqueles bem forte, porque ninguém merece. Parece que a pessoa está me perseguindo. 

-Desculpa. Paola né, deixe-me te ajudar com isso. 

Ele foi pegando papel e começou a limpar meus seios, o que foi muito constrangedor, mas aquilo estava queimando a minha pele e porra a minha blusinha favorita ia ficar manchada. 

-Para, para, para, isso está se tornando constrangedor demais. - segurei a mão dele, foi quando ele olhou pra mim. 

Puta merda que olhos são aqueles, não poderia ser verdade, só poderia ser lente e uma lente bem feita, são parecidos com os meus, cinzas, mas os meus são tão claros, os olhos dele era mais marcada a cor, além de que as bordas eram pretas. Se eu já estava vermelha, agora então eu deveria estar roxa. 

-Me desculpa novamente, eu só queria ajudar. 

-A claro grande ajuda, esfregar meus peitos na frente de um monte de pessoas que não para de nos encarar. - aquilo já estava começando a me irritar. 

-Venha comigo! 

Como se a minha opinião não importasse, ele sai me puxando pela rua, o mais estranho era que eu estava com uma mancha horrível e enorme na minha blusa e ele sorrindo que nem um bobo, queria gritar com ele, mas simplesmente eu tinha que tentar não tropeçar no meu próprio pé. Andamos por duas quadras mais ou menos, o mais estranho era que parecia que ele estava fazendo o caminho de casa, não poderia ser possível ele saber aonde eu morava, era meio que impossível já que ele era o novato. Mais duas quadras a frente eu me surpreendo, estou na minha rua, eu ainda não sei como reagir, ele só sai me puxando, quando chagamos estamos na frente da casa que fica de frente para o meu apartamento. Estranho já que pela história que me contaram quando cheguei aqui, era que essa casa havia anos que estava ali e o proprietário nunca vinha vê-la, apesar que essa última semana veio umas pessoas, achei que a casa estava a venda e pelo visto foi vendida para esse idiota. 

Entramos na casa e MEU DEUS, a casa era super decorada, com cores escuras e alguns detalhes claros, todos os moveis modernos com cheirinho de novos, como seria possível uma pessoa tão babaca ter tanto bom gosto, com certeza ele pagou alguém para decorar esse lugar.  

-Olha espera um pouquinho ai que eu vou pegar uma camiseta minha pra você e já volto ou prefere tomar um banho ? - Ele me pregunta e eu só fico olhando pra ele, o que está acontecendo comigo? 

-Só a camiseta mesmo. 

Ele sai andando e eu não sei o que fazer, não consigo ficar parada e resolvo sair andando pela sala, que era maior que meu quarto, tinha quadros dele com a família, só dele e de um cachorro, que por sinal era lindo, era de porte grande, com pelo preto e olhos azuis, me apaixonei. 

-Esse é o nick.  

Pulei pra trás e quando me viro ele está sem camiseta e segurando a que seria pra mim, incrível como ele tem um sorriso lindo. 

-Lindo. - Ele começa a rir. Reviro os olhos. - O cachorro! Meu sonho é ter um, assim como esse. 

-E por que não tem ? 

-Meus pais nunca deixaram e depois que eu me mudei não tive espaço o suficiente para ter um. -  Devolvo o quadro no lugar, é quando percebo que enquanto nós conversávamos ele foi se aproximando. 

Estávamos tão perto que dava para sentir a temperatura do corpo dele, o perfume masculino que chegava a impregnar a casa, a respiração rápida dele, parecia aquelas cenas de filme em que o casal está prestes a se beijar, mas é claro que isso nunca aconteceria já que nem nos conhecemos direito. O simples fato de ter pensado nessa hipótese me fez percebe que estávamos sim quase nos beijando. 

-Então, é me de a camiseta, eu preciso ir pra casa.  

-Há, claro, sim, aqui. - Ele me entrega e minha mão encosta na dele e levamos um choque. 

Ele se afasta um pouco e percebo que os dois estão ofegante, mas o que deu que parece que tudo está parecendo uma história ou um filme ? 

-O banheiro é na primeira porta a esquerda daquele corredor, pode ir se trocar lá. 

-Ok. Obrigada. 

Entro no banheiro e outra surpresa, tem uma banheira naquele lugar, me troco o mais rápido possível e vou para a sala. 

-Bom eu vou pra casa, amanhã na aula te entrego a sua camiseta. 

-Não precisa se preocupar, não quer ficar aqui, eu faço um café pra gente, já que eu estraguei o seu. 

-Não. Eu preciso fazer algumas coisas. Então tchau. 

-Deixa que eu te acompanho até a porta. 

Ele vai até a porta e eu o sigo, e MEU DEUS, que bunda era aquela senhor, eu tenho que parar com esses pensamentos, ele para pra abrir e se vira, acabo esbarrando e dando de frente pra ele. 

-É desculpa.  - Digo já ficando vermelha. 

-Não foi nada. Eu queria pedir seu número, pode passar ? 

-Posso sim. 

Passo meu número e ele abre a porta, quando estou preste a sair eu olho para trás, percebo que ele está me observando. Nunca acreditei em pressentimento, mas naquele momento, olhando para ele, eu senti um arrepio, mas deveria ser frio. Continuei andando e fui pro meu apartamento que não era tão longe, era só atravessar a rua. 

Me Traga Para A RealidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora