Capítulo 1 - Sem Revisão

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Calypso

Calor inundava meu corpo, como se eu estivesse no gelo a anos. Eu conseguia sentir meu coração pulsar e meus pulmões se encherem de ar, enquanto em minhas costas algo frio e plano me mantinha deitada. Não sentia nenhum tipo de conforto.

Lembranças frescas vieram a minha mente, enquanto minha fiel companheira, a dor, me invadia sem minha permissão. Ainda era suportável, mas ela estava lá, latente.

Os técnicos não foram nada gentis comigo e Az desta vez, pensei tentando controlar minha respiração. Quantos matamos desta vez para tentar escapar? Uma dezena, centenas, milhares? Ainda sentia o gosto de sangue e ele escorrer por meus dedos dos meus inimigos.

Dor. Dor. A dor começou aumentar gradativamente.

Não sentia meu músculos responderem, na verdades eles estavam rígidos. Paralisada? Talvez.

Az, os gritos delas invadiram minha cabeça me fazendo acordar de vez do topor que me encontrava.

Meu grito de dor ecoou pela sala que me encontrava. Tubos estavam enfiados em meu corpo e na minha cabeça e arranca-los me trouxe ainda mais dor me fazendo gritar. Mas sentir dor era me senti viva novamente. Viva! Eu ainda esta viva. Tinha sobrevivido de alguma forma a fúria do doutor. Mas... e Az?

Cai da cama que me encontrava e urrei. Esperei alguém entrar no quarto, mas nada aconteceu.

Eu tinha que encontrar minha irmã, pensei desesperada.

Com dificuldade consegui me levantar e olhar a minha volta. Era tudo branco com um espelho. Os tubos de que arranquei gotejavam com meu sangue.

Olhei minha imagem no espelho e respirei fundo, me achando estranha, meus cabelos estavam mais cumpridos e marcas em meu rosto me davam uma aparência subnutrida. Estava horrível! Não que se importasse verdadeiramente com isto.

Tinha que achar minha irmã, mas um cheiro muito peculiar impregnava aquele quarto me chamou a atenção. Passei a mão em meus cabelos e uma lembrança invadiu minha mente confusa. Uma voz suave masculina me falava coisas enquanto acariciava meus cabelos. Técnicos não podia nós tocar. Então, quem era?

Quantos dias fiquei desacordada? O que aconteceu a Az?, me perguntei sufocando de preocupação.

Tentei falar, mas minha voz não saia, e eu sentia dor em minhas cordas vocais.

Me concentrei novamente em minhas lembranças e só lembrava dos gritos de Az e da voz masculina que desconhecia. O cheiro dele era desconhecido, não era totalmente humano. O cheiro dele estava gravado em minha mente como cola, preenchendo todos os meus sentidos. Procuraria ele depois, mas primeiro tinha que encontrar Az.

O doutor, lembrei.

Procurei algo para vestir, pois estava vestida com apenas alguns panos, mas só achei duas camisola finas. Vesti as duas uma ao contrário da outra e sai do quarto com cuidado. Os corredores estavam vazios, mas senti vários cheiros similares ao do homem em meu quarto.

Ao longe ouvi varias vozes masculinas e uma feminina. Não sabia a quantos metros estavam debaixo da terra, mas não demorariam perceber minha fuga. Tinha que achar Az.

Meu corpo ainda estava fraco e sem forças, e meus músculos ainda um pouco rígidos, mas ainda podia lutar. Vagou pelos corredores e sentiu o cheiro fraco de Az.

Destiny - Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora