Cap 1

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•Cierra narrando•

A vida nem sempre é justa, nem sempre as coisas vão dá certo simplesmente porque o destino quer. As vezes você só precisa aguentar firme sem entender nada e nem o porquê aquilo tudo ta acontecendo com você, e fica tudo nas mãos do tempo, ele é o melhor remédio para todos os casos.

-Cierraaaaaa acorda - Diz Arthur pulando na cama

- Aii tá bom, já acordei. pronto-digo levantando - vai tomar um banho que já vamos pra creche

Arthur sobe correndo

Esse menino só vive assim, ligado no 220

Entrei na cozinha peguei algumas rosquinhas murchas que tinham, peguei um copinho de danone que Tais comprou aqui pra casa

Era o que tinha pra hoje, não gosto de ver Arthur comendo rosquinhas murchas. Me parte o coração. Estou dependendo da minha maioridade e vou caçar um trabalho, tudo fica complicado quando digo onde eu moro e minha idade. Ninguém quer da emprego a uma menina moradora de favela e ainda por cima menor de idade.

To quase entrando numa empresa e trabalhando a força

- Arthuuuuoooo -o gritei -Bora logo cara, vai se atrasar

- Cheguei - gritou e eu me assustei

- come logo vai - disse e ele riu sapeca e eu nego rindo

- Não vai thumer? - ele pergunta atrapalhado.

- Não tô com fome agora - sorrio com sua gentileza

- Tá xim - Diz pegando sua rosquinhas e colocando na minha boca

- tchome se não vai ficar dodoi

Eu sempre dizia isso a ele, então acabo me emocionando um pouco, qualquer coisa que esse menino fala eu já fico emotiva

Sorrio com seu gesto e como a rosquinhas também

- vamos logo senão, atrasa tudo - digo guardando seu material na mochila e pondo nas costas

Saímos de casa e eu desço a rua de mãos dadas com Arthur, cheguei na creche dei as coisas pra tiazinha da portaria e ele entrou acenando pra mim.

- tchau tchutchuco - mando beijo

- tchau Ci! - ele manda beijo de volta

Estava subindo esse morro com a companhia desse sol escaldante do Rj e encontro Dg junto do Terror do alemão

E eu me arrepio por inteira, não é nem por medo, mas esse homem tem uma energia tao pesada, Deus me livre

Tentei passar despercebida mas DG falou comigo

- Fala ai Cierra-Diz DG -Tudo bem? Ta precisando de alguma parada la pro Arthur?

- Oi Douglas, ta tudo bem, mas obrigada por perguntar! - digo - Tais tá em casa?

- Tá sim, vai lá - diz fazendo gestos com a mão

Tratei de sair voando dali, povo estranho

Cheguei na casa dela e vi a bonita fazendo comida, o cheiro estava indo na rua.

- Oi minha vida! -disse - e esse cheiro delicioso, hein?

-  ain você notou, eu tomei banho hoje - Diz e eu gargalho -  Toma - disse me entregando um prato de comida

Comecei a comer, enquanto eu comia esfomiadamente DG entra em casa

- Ela sabe quem é o little Hair diz aí quem não sabe?

Duvido que não sabe!

Fala a verdade q fiz com jeitinho e é isso que te fez ficar, tu fez melhorar, meu tempo de crise

Do teu lado eu to chique

- CALA A BOCA PORRA - Diz Tais sem paciência

-Iiiii capeta! ta atacada? Posso nem cantar - Ele sobe pro quarto rindo

***

Já estava em casa deitada no sofá com Arthur nas minhas costas deitado.

- Ci eu to com fome - Ele diz choramingando

Levantei e fiz um miojo e nós dois comemos.

- Arthur vai escovar os dentes pra dormir

-Já escovei Ci - Diz se espreguiçando

- Tá bom então vai lá que já vou- disse e ele foi

Fiquei mais um pouco deitada no sofá assistindo a novela e escuto Arthur tossindo

Tenho medo por ele, por que eu sei que a alimentação que temos, não é a alimentação correta pra uma criança da idade dele

-Cierra! - ele grita e eu corro até o quarto

Ele nunca me chama de Cierra aí meu Deus do céu

Vou correndo pro quarto vejo ele muito vermelho me aproximo e consigo sentir o quão quente ele estar

- ta sentindo o que? - pergunto

- meu peito, aqui ta ardendo - diz ainda choramigando

Coloco as mãos nele e ele tá com muita muita febre, mais cedo ele não estava assim

-não é possível, tudo acontece cara - digo indo atrás do meu celular velho que só da pra fazer ligações mesmo, essa merda

Disco o número de Tais e ela atende no terceiro toque

Ligação on

Eu: Tais pelo amor de Deus

TAIS: Que foi, menina? Aconteceu alguma coisa?

Eu: È o Arthur, Tais ele tá queimando em febre aqui, ta com o peito ardendo, me ajuda a  levar ele no Upa

Tais: Calma amiga eu vou pedir pro Douglas ir aí de moto e levar ele.  se acalma, tenta não passar nervosismo pra ele. Respira que eu já chego

Cierra : tá bom amiga. Só vem rápido tá?

Desligo

**

Agora eu to aqui, aflita e cheia de paranóias na cabeça. Só tirar-ma sangue dele e estão fazendo vários exames e ninguém diz o que ta acontecendo.

- ninguém fala nada, eu vou infartar, bom que já to no hospital, já fico por aqui- digo andando pra lá e pra cá

- calma, daqui a pouco chega um médico - diz Tais

E depois de 5 longos minutos aparece uma enfermeira

- Acompanhantes do paciente Arthur Vasconcelos? -diz entrando e conferindo a prancheta

Tais e eu levantamos

-Aqui - dissemos

- Bom, eu tenho uma notícia ruim e uma boa - ela disse com resseio

-Aí meu DEUS -eu disse -Fala doutora pelo amor

- O caso dele é grave, mas não é difícil de resolver. - diz e eu já fico um pouco mais aliviada

- Acontece que Arthur esta desenvolvendo um tumor, e esse tumor pode se transformar num cancer - diz a doutora e eu tentando raciocinar tudo que ela me diz- Tem pessoas na sua família que já teve cancer?- pergunta

-que?... tem, minha mãe. Ela morreu por causa dessa doença. Meu irmão vai morrer, doutora? Pelo amor de Deus- digo já com a voz embargada e o choro preso

- Ele precisa fazer essa cirurgia, o mais rápido possível. Parece ser genético. Você precisa fazer alguns exames e ver isso também. - diz

- ta, doutora! Mas quanto é essa cirurgia?-Pergunta  Tais apreensiva segurando minhas mãos, e eu só sabia chorar. Se acontecer alguma coisa com o meu irmão eu não sei o que será de mim. Eu só tenho ele na vida!

Bandido Também Ama (REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora