I found darkness

Ups!

A semana passou sem sinal dele.
Pior.semana.da.minha.vida.
Podemos dizer que comecei a sofrer bullying na escola.
Aquelas gajas da direção...ai que nervos só de pensar nelas.
Os meus pais começaram a discutir, de novo. A minha mãe começou a trabalhar. Já fico mais vezes sozinha em casa.
É ótimo porque adoro ficar sozinha mas é cansativo nestas situações todas, sinto-me tão sozinha.
Sábado à noite. Os meus pais estão na sala a ver televisão. Disse-lhes que vim tomar banho e é verdade. Mas não foi a única coisa que vim fazer.
Tenho um estojo de maquilhagem redondo, que a minha mãe me deu quando fiz seis.
É um estojo redondo com 3 camadas diferentes. A primeira camada sombras para os olhos, a segunda camada são batons e a 3 camada tem um compartimento é aí onde guardo o meu vidro, quando parti um quadro meu e da minha melhor amiga, quando as coisas estavam mesmo mal. Quando me cortei a primeira vez.
Ah...se doeu? Nem por isso. Estava mais concentrada na dor psicológica.
Mas parou de doer durante um bocado.
Foi o suficiente para se tornar um gosto e eu sei parece um bocado psicótico mas é o que sinto.
Trouxe o estojo para a casa de banho, puxo as mangas para cima, olho para o espelho, sinto a estrutura gelada a rasgar a pele.
Ao início dói, depois começa a arder.
Sorri um bocado antes de começar a chorar descontroladamente.
Deito-me na banheira com a roupa vestida. Abro a torneira, a água escorre ao mesmo tempo que lava o sangue do meu pulso.
A água ganha uma cor avermelhada e o quarto ganha um cheiro de ferrugem, que eu detesto.
Quando já me sinto melhor e os soluços pararam, dispo-me e enrolada numa toalha vou em direção ao quarto.
Visto a roupa interior, e por cima uma camisola do meu pai, coloco os fones.
Ele ainda não saiu da minha cabeça, e é horrível. Não o vi a semana inteira, e tenho saudades daqueles olhos escuros como a morte.
Às vezes apetece-me matar as miúdas, agora já passaram dos insultos psicólogos para os físicos.
Pareço forte mas vacilo muito rápido.
Rebento outra vez e começo a chorar.
'Porra, fraca.' Penso.
Tenho de parar com isto.
Adormeço a chorar.

Ele olha para mim curioso, a janela bate com força por causa do vento.
Tem uma camisola castanha que lhe cai na pele mármore perfeitamente bem. As omoplatas espreitam por baixo da pele e respiram com ele.
Tem umas calças de ganga desgastas. Parece triste, monótono e solitário. Não tem uma postura direita, tem as costas relaxadas, aproxima-se da cama onde estou sentada com os joelhos apoiados contra o peito.
Ele senta-se de frente para mim.
Olha-me nos olhos. De repente transforma-se num vulto.

Acordo sobressaltada, porra.
Parecia tão real. Estava toda suada, olho para o relógio.
3:26.
Pois é exatamente a estas horas que acontecem as coisas más...entre a 1 e as 3h.
Volto a adormecer.
Quando acordo são 10:53.
Visto-me, uma camisola azul, leggins, um casaco de malha que me ficava extremamente grande, botas e um gorro.
Vou à minha mala, tiro o maço de tabaco.
Vazio.
Boa, começamos bem.
Desço para a cozinha.
Ainda ninguém está acordado, roubo 10€  da carteira da minha mãe.
Meto os fones e encaminho-me para o centro de Forks.
Depois de uns 15 min de caminhada, chego a uma tabacaria. Compro um maço.
Á frente desta, há uma loja de vinis, antigos.
Entro.
Procurei a minha secção.
Bastille, ACDC, Guns n Roses, Foo Fighters, e algum rock mais antigo.
Estava tão distraída que quando olhei para a frente o vi.
Com os olhos pregados em mim enquanto mexia nos discos.
O meu coração bateu a mil.
Ele sorri de lado.
Corei. Sorri com a cabeça cabisbaixa.
-Hey.-Ele disse-O meu nome é Tate-sorriu- És a Violet, certo? A nova rapariga.
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