A Cave.

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Abro a porta, ela range. Está pesada.

Arrependo-me, imediatamente, de a abrir, o ambiente é turvo e na pouca luz que há é percetível a quantidade de pó que a acompanha.

Tiro a lanterna da mochila e vou descendo, ligando-a. Um arrepio sobe-me pela espinha, inspiro fundo e repito para mim mesma: ''Sem medos''.

As escadas rangem conforme o meu peso vai passando sobre elas.


A cave parece que foi retirada de um filme de terror, tem uma mesa de ferro no centro desta, com várias cadeiras espalhadas à volta desta, tem prateleiras repletas de pequenos orgãos embalsamados, além de pequenos corpos de bebês e leitões. Tem uma cadeira de balanço encostada contra um dos quatro cantos da sala, e um compartimento à parte mas que se encontra fechado por uma porta.

-Parece mais assustador do que é- Reconforta-me uma voz grave mas calorosa, e lá está ele, de novo. O rapaz loiro levanta-se, tem os olhos muito escuros mas apesar de parecer abatido, é muito bem-parecido.

-Quem és tu?-A voz falha-me.

-Tate.- Ele estende-me a mão- Prazer- Diz, decidido. Hesito mas acabo por apertar a mão gelada dele, arrepiando-me com a diferença de temperatura. Porra, como é possível alguém ter as mãos tão frias?

-Katherine. - Aclarei-o a garganta- Como entraste?

-Sabia que virias, sigo o teu trabalho.

-Portanto, tens andado a seguir-me este tempo todo.

-Espero que não te importes- E esboça um sorriso torto, mas encantador, enquanto esfrega o cabelo numa forma de redenção.

Não consigo evitar e sorrio também.

-Não, não me importo. Por isso se gostas tanto do meu trabalho, deixa-me trabalhar.- Digo-lhe registando, em papel, tudo o que a sala contém.

-Então, conta-me mais pormenorizadamente, o que te traz aqui.

-Apresentaram-me um caso muito interessante- digo tentando parecer que é algo sem grande importãncia.

-Hum...estou a ver. Sabes, estou a morar aqui há um bocado de tempo, por isso se precisares de alguma coisa podes dizer. Vou deixar-te trabalhar- E mal diz isto, dirige-se para as escadas.

-Não!- Exclamo, ávida por informação- Podes ficar! Disseste que estavas a morar aqui?

-Sim! Porquê?

-Então...hum...tem acontecido alguma coisa de invulgar?

-Não, acho que não- ri-se - Porquê? Viste alguma coisa?

-Não- rio-me nervosamente- Simplesmente curiosidade.

-Hum...Vejo que sim, Katherine- E conforme ele diz o meu nome, parece que todo o mundo é feito de chocolate e derrete. Uau. Este miúdo sabe como lidar com raparigas. - Então, não vais mesmo contar-me o que procuras?- Aproxima-se de mim, pegando no pequeno caderno, que estava nas minhas mãos.

-Não creio- Sorri para mim, entrega-me o caderno. Devagarinho aproxima a mão dele do meu cabelo e eu congelo. A mão dele pega numa madeixa solta do meu rabo-de-cavalo e coloca por trás da minha orelha tocando-me , depois, no pescoço, e este simples toca provoca-me formigueiro neste.

-Okay então-Sorri- Vou-me sentar, então. - E de uma forma demasiado elegante, encaminha-se para a cadeira de balanço e senta-se graciosamente, deixando-me num estado de transe.

Recompõe-te Katherine.

Abano o meu corpo ligeiramente, de forma a tentar ter alguma lucidez. Parece que estou num sonho, mas ao mesmo tempo é tudo tão real.


-Eu sei o que estás a pensar-diz-me ele depois de um tempo calado.

-Ai é? Diz-me então.

-Aposto que vieste aqui por causa daquele ''vazamento'' que houve acerca daquele homicidio.

-Aposto que não sabes sobre os outros 64 casos que houve antes desse. E aposto que não sabes que amanhã faz 66 anos que houve o último homícidio.

-Hum...interessante. Mas porquê que andas tão interessada nisto?- Olho para ele.

-Talvez porque ninguém sabe o que acontece com os corpos, quem é o doente ou a doente que anda a fazer isso e porque todas as vítimas são mulheres!

-Já percebi! Tem calma, sabes quem foi a última mulher que morreu, aquela do caso que ''vazou''?

-O caso nº 65?- As sobrancelhas dele juntam-se  e ele inclina a cabeça em forma de interrogação.

-Eu prefiro numerar os casos, visto que não se sabe grande coisa acerca destes.

-Hum....Como quiser, sua alteza- ele sorri inclinando a cabeça. Sorri-o de volta.

-O caso nº 65 trata-se de uma rapariga, com cerca de 18 anos, penso... e só sei que se chamava Violet, ou Vi... como lhe chamava o pai, que morreu há cerca de 6 meses, num hospital psiquiátrico.

-Como assim o pai?

-Então, o pai de Violet foi dado como um caso grave quando ele deu entrada nas urgências, estava todo salpicado de sangue, e tinha grandes hemorragias externas de vários cortes e parecia-me, feridas produndas. Só se conseguiu perceber que a filha corria perigo e que se chamava Violet, mas quando aqui chegaram a casa estava completamente vazia, pouco tempo depois o senhor deixou de falar e morreu uns meses depois e ninguém sabe muito bem a causa de morte. Não sabemos se Violet foi assassinada, como ele dizia, ou se corria perigo, mas a minha teoria é que ela foi assassinada e alguma coisa fizeram com o corpo.

Tate levanta-se e encaminha-se para mim.

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Haloooooooo

O quê que vocês acham desta história toda?

Espero que estejam bem!

Até breve.

Stay Safe,

ThisIsPats.



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