Capítulo 18

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O som dos risos, copos e garrafas colidindo uma com as outras. Cheiro de forte de álcool e suor humano. Era esse o ambiente do pub de François, pelo visto, era o único pub da cidade de Alsfeld de modo que não tinha nem uma placa o identificado, o nome do local era simplesmente: o Pub. Original, não é mesmo? Pois, Victor não pretendia retornar tão cedo a esse local, ainda mais depois do ridículo que passou ao tentar beber... Ainda podia ver que alguns dos clientes assíduos do pub lhe lançavam meio olhares, cochichavam entre si e riam. Perfeito! Agora era a piada da cidade! Mas Klaus tinha insistido que eles deveriam comer alguma coisa depois da aventura macabra na floreta, e o Pub era o único local aberto aquelas horas da madrugada...

Victor tinha buscado um local tranquilo, que seria justamente a porta dos fundos, onde os poucos funcionários do estabelecimento (ou seja, o próprio François e sua esposa, dona Camélia) utilizavam para jogar o lixo fora. Ali o caçador retirou o seu celular, um novo já que o antigo tinha se perdido naquela noite estranha no Pub do Caolho, e buscou o número que queria ligar, não havia muitos números a qual buscar, essa era verdade, além dos celulares de seus padrinhos, havia apenas mais um número em sua agenda e foi para esse que discou.

— Saudações quem quer que seja, aqui quem vos fala é Hansel, também conhecido como o viril e indubitavelmente irresistível, se for alguma ex-namorada ou namorado devo enfatizar que não aceito "segundas chances", vocês tiveram uma oportunidade com esse "pedaço de pecado" aqui e perderam... Sinto muito, na verdade, sinto é nada! Perderam, otários!

Victor sentiu sua mão tremer, uma veia saltou em sua têmpora.

— HANSEL! — gritou para o aparelho, um bêbado que estava deitado nas cercanias sobressaltou e começou a recitar um poema sobre anáguas e calcinhas, mas logo voltou a dormir.

— Oh? Vicky? É você?

— Que merda de saudação é essa?

— Gostou?

— Um simples alo já seria mais do que suficiente.

— E qual seria a graça disso? — pode ouvir a risada calorosa do seu melhor (e único) amigo. Nesse momento Jägered já estava se arrependendo por ter ligado — Estou pensando em deixar esse recado gravado, sabe? Mas ainda não me decidi quanto o discurso...

— Você só pode ser doido! E se meus padrinhos tivessem te ligado?

Eles nunca me ligam, se fizessem seria por duas coisas, primeira por eu ter feito alguma besteira (algo que não faço com frequência, vale salientar, ao contrário de determinado afilhado que conheço) e por uma emergência. Logo, não preciso me preocupar com a chance remota dos Grimms me ligarem para bater um papinho gostoso... O que me leva a questionar o motivo de você me ligar. — podia não ver Hansel, mas sabia muito bem que ele deveria estar dando aquele sorriso malandro que podia ter conquistado vários garotos e garotas mas só causava uma tremenda irritação em Victor.

— Como vai a sua missão? — Boa, Vicky, mudando de forma nada sutil o assunto.

— Hummm... Bem, aqui nas Dunas infinitas está a mesma coisa de sempre: calor e areia. Na verdade estou na fronteira, em uma cidade chamada Adgab... Imaginei que seria recebido por odaliscas com aquelas roupinhas transparentes, sabe? Mas as mulheres daqui vestem camadas e mais camadas de tecido! Decepção!

— Sei. — disse nervosamente, era obvio que Hansel poderia ajuda-lo em relação a aquele assunto delicado a qual envolvia aventuras românticas quentes tendo em vista que o outro caçador já devia estar ter muita experiência nessa área.

Capuz Escarlate -Legado do loboOnde histórias criam vida. Descubra agora