Capítulo 23

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Victor estava começando a odiar tabernas, afinal parece que sempre que ia para alguma, algo ruim acontecia, não precisava ser algo físico, não, bastava machucar o seu ego, masculinidade e madures. Mesmo passando mais de um dia, ainda sentia os olhares dos frequentadores da única taberna de Alsfeld sobre si, o que o levou a concluir que ainda era o alvo de fofocas e piadas referente seu evento desastroso passado. Agora é um estigma que deveria carregar por toda a sua vida? Só por que não conseguiu aguentar uma bebida alcoólica? Isso não o fazia ser fraco! Iria demonstrar a aqueles fofoqueiros que não deviam julgar o livro pela a capa, ainda mais quando esse livro carrega duas armas de calibre 44 carregadas e prontas para serem utilizadas! Não via nada de errado em deixar alguns homens risonhos, que apontavam seus dedos para Victor e depois riam, paraplégicos!

— Vicky...

Talvez devesse fazer uma demonstração, deixou que sua mão descer para o punho do revolver.

— Vicky!

— O que? — O caçador encarou o seu parceiro, não gostando o seu plano de eliminação fosse interrompido.

— Você está fazendo uma careta sinistra.

— Estou é?

— Não acho que permitam carregar armas no bar.

— Pois é...

— Victor será que pode afastar a mão da sua arma, por favor.

— Eu só estava verificando se elas estão seguras...

— Aham, sei. Acho que me preocupo muito mais com a segurança dos civis, aliás, os mesmos civis que você jurou proteger, sendo um Capuz Escarlate.

Victor lançou um olhar furioso ao Lobo que apenas sorriu e colocou sua grande mão sobre a do caçador, não só conseguindo obstruir totalmente a efetuação do grande plano do loiro como também deixando esse mesmo loiro todo vermelho.

— Eles logo vão esquecer. Deve levar em consideração que estamos em um vilarejo e coisas novas não devem ocorrer com frequência, logo, os habitantes estão desejosos por algum passatempo.

— Pois eu não desejo ser o passatempo!

— Paciência é uma grande virtude.

— Falar é fácil! — Bufou Victor — Você não é o alvo da atenção deles!

— Podemos entretê-los de outra maneira... — O Lobo lançou daqueles deslumbrantes sorrisos, do tipo que desbalanceada a frequência cardíaca do jovem caçador.

— C-como assim... — Klaus ainda detinha sua mão sobre a de Victor e a levou a mesma aos seus lábios e a beijou. Seus olhos dourados refletiam o fogo da lareira que situava próxima a eles. Ou talvez não fosse nenhuma reflexão e sim uma chama interna que ardia sob aquela íris amarelada.

O que o Lobo tinha planejado para distrair os mexeriqueiros da taverna foi interrompido com a chegada de Malcom carregando três canecas de uma espumante cerveja (como isso era possível se ele tinha apenas uma mão funcional. Vicky não sabia, mas talvez tivesse algo relacionado com o seu imenso porte que condiziam com suas imensas mãos).

— Oh! — Disse o grande homem — Desculpe, garoto! Não sabiam que vocês estavam tendo um momento.

— Er... — Vicky libertou a sua mão, com certa relutância, de Klaus — Nós só estávamos...

— Não se preocupe, garoto! — Riu Malcom — Não precisa se explicar! Eu sei o que são as preliminares!

Victor sabia que já estava corado antes, mas agora tinha quase certeza que entraria em combustão espontânea.

Capuz Escarlate -Legado do loboOnde histórias criam vida. Descubra agora