"Leigh estava "sozinho" em seu quarto, buscando alguma diversão em seus devaneios, admirava as paredes vazias, assim como a sua alma doentia. Ele percebeu que tinha sede, algo mais do que poder ou dinheiro, algo que retirasse seu vazio.
Leigh era auto destrutivo, vitima incansável da sua loucura, salvação não bastava, um bom rock o ajudava de vez em quando . mas naquela noite, não era suficiente, drogas, álcool , festas sexo nunca foram suficientes.
Leigh era tão jovem para tanta dor, uma mente que o adoecia em tempos solitários. Eu sabia o que aconteceria, cada cena era acompanhada pelos meus olhos fundos , que já presenciou a maldade humana, a dor sem fim, e que presenciara a eternidade.
Ele levantou-se da cama, seus olhos lacrimejaram , senti o seu medo como uma agulha espetando a minha face. Ele retirou da gaveta algo, identifiquei uma arma pequena.
Apontou para sua cabeça, vi seus demônios comemorando como se fosse ceia de natal, eu apenas revirava os olhos, era uma cena tão tola. O cartucho foi se aproximando, ate explodir sua cabeça, o sangue jorrou, Leigh perdeu.
Sua alma sorriu para mim, antes de se deparar com seu corpo ensanguentado no meio daquele quarto frio, ele me fitou como se dissesse: "agora acabou". E então, finalmente ousou questionar:
_ Quem é você?
Queria acabar logo com aquilo tudo, meu trabalho era cansativo, suspirei e respondi sem delongas:
_ Eu sou a morte.
Leigh me deu a mão em um gesto desesperado, pela primeira vez nas muitas estradas percorridas por mim, um humano não gritou por misericórdia, desejando voltar a vida. Parecia que havia alcançado a paz, pois estava morrendo a muito tempo, aos poucos. Ele provavelmente sentiu aquele sopro antes de ir, o sopro de estar prestes a partir.
Então fomos andando e andando, estava levando aquela alma doente de volta para a casa...
Ate o infinito. "