Um Breve Encontro Com meu Herói Favorito

We all suffer but we recover Just to discover a life where we all are

Nós todos sofremos, mas nós nos recuperamos

Só para descobrir uma vida onde todos nós estamos  

Beautiful Times - Owl City 

Havia acabado de almoçar em um pequeno restaurante aqui de Viena. O dia de hoje estava sendo bem bagunçado e corrido por aqui. Tudo por causa do atentado a Conferência para assinatura do Tratado de Sokovia. Com certeza pessoas foram mortas e havia muitos feridos, porém não podia me concentrar somente nisso. Sabia que essa questão dos Vingadores possuírem um "controle" e consequentemente um "limite" para suas ações era um assunto bem complicado, mas não tinha tempo para pensar profundamente sobre.

Assim, antes de voltar para a universidade, decidi tomar alguma bebida no bar do restaurante em que estava. Ao me aproximar, vi uma mulher loira se distanciando do balcão e ao chegar ainda mais perto avistei dois homens ambos com bonés e óculos escuros. Não me atentei muito a isso. Quando sentei em um dos bancos, um dos homens se levantou e disse algo como: "Vou me preparar", "até mais". E sim, eu prestei atenção nisso (tenho a mania de me atentar a detalhes que definitivamente são insignificantes). Coloquei meu celular em cima da bancada e minha bolsa no colo, pedi uma taça de vinho branco ao barman enquanto procurava o dinheiro na bolsa. No momento em que olhei para o lado vi o outro rapaz de boné observando meu aparelho o qual mostrava a página de notícias principais com as seguintes manchetes:

"Atentado a Conferência para assinatura do Tratado de Sokovia ainda é um mistério para as autoridades".

"Conferência do Tratado de Sokovia acaba em tragédia após atentado".

"Um dos principais suspeitos de executar o atentado é Bucky Barnes: O Soldado Invernal".

"A sequência de acidentes e atentados em todo planeta coloca em xeque uma principal questão: Será que, após todos esses acontecimentos, Steve Rogers finalmente vai assinar o Tratado de Sokovia?".

Olhei para o homem que percebeu que estava observando-o:

-Desculpe- ele disse.

-Tudo bem- eu respondi.

Ele se voltou para frente novamente então comecei a tomar minha taça de vinho. Peguei meu celular e o guardei na bolsa. De repente:

-Notícias assim são como mortes de celebridades mundialmente conhecidas e grandes desastres naturais: não dá pra fugir. O mundo está ai e fala toda hora em todo lugar sobre essas coisas quando elas acontecessem. Mas eu também gosto de ficar informada principalmente quando essas ocorrências são no país onde eu moro. – o indivíduo deu um sorriso fraco e eu voltei a tomar o vinho. Mais uma vez o ouvi me perguntando:

-Mas o que você pensa sobre tudo isso?- ele fez uma pausa- Digo sobre os Vingadores, o Tratado e tudo mais?

-Ah eu não posso julgá-los porque afinal eu não sou a Viúva Negra nem o Capitão América muito menos o Homem de Ferro, no entanto, tanto o Stark como o Rogers tem motivos suficientes para acreditarem que estão certos. Os Vingadores com certeza são pessoas boas e nunca prometeram salvar todas as vidas da Terra, porém, eles são pessoas com defeitos e impulsos e existem leis. Eles não podem fazer o que quiserem na hora que quiserem no lugar que quiserem. Fora que ainda existe a questão do Barnes. – então o homem me perguntou:

-Como assim "questão do Barnes"?

-Ah você sabe... O Rogers era amigo do Barnes e tudo mais. As pessoas nem sabem direito o que ele é, o que pode fazer... Só sabem do veem nos noticiários e a respeito do Soldado Invernal as manchetes são quase, pra não falar sempre, negativas. Vamos combinar que Tony Stark nunca foi o santinho da pátria, mas ele está tentando melhorar e concertar os erros do passado e o Steve estando do lado do Bucky não é um bom sinal. Obviamente, nenhum dos dois é culpado e existem sempre os dois lados da história. – alguns segundos de silêncio se passaram e pude terminar minha taça. Escutei então uma pergunta que me deixou intrigada:

-Poderíamos conversar em outro lugar?- ele falou com um sorriso no rosto olhando pra mim. Sua voz não era tão grossa, na verdade era quase... Doce. Olhei para meu celular e vi que ainda faltava uma hora e meia para que eu voltasse à universidade. Afinal, Amy o que você ia fazer agora? Ir pra biblioteca? Dessa maneira respondi com um pequeno sorriso: - Claro.