Baby I can feel your halo Pray it won't fade away

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Querido,eu posso sentir sua auréola

Rezo para que não desapareça. 

Halo- Beyoncé 

Paguei a bebida e então saímos do bar. Tivemos que nos desviar de algumas pessoas até chegarmos a uma rua tranquila. Olhava para ele com curiosidade afinal O que eu estava fazendo andando na rua pra algum lugar que eu não conhecia com um homem completamente desconhecido em meio a tantos ataques acontecendo? O sujeito evitava me observar e foi então que pensei: estou com um vestido azul escuro simples não muito curto, meu cabelo está solto, meu salto é baixo e minha bolsa pequena... Espero que esteja vestida adequadamente para o local onde ele estiver me levando... Seja lá onde for... Logo decidi questionar:

-Para onde estamos indo?

-Fique tranquila. Já estamos chegando. – ele respondeu com um tom suave. Apesar dessa resposta evasiva, não estava com medo. Algo nele me passava proteção e segurança.

Percebi que estávamos andando em direção ao metrô. Subimos as escadas rolantes e entramos em uma porta que geralmente só deve ser aberta por funcionários do próprio metrô, andamos por um longo corredor e então encontramos uma escada. O sujeito disse pra eu subir primeiro e assim fui colocando um pé em cada degrau. A escada era um pouco longa, mas não vi problema. Avistei uma pequena porta ao término dos degraus e pisei em falso por um momento inclinando meu corpo para o lado esquerdo. Senti as mãos do homem no meu quadril no momento em que ele perguntava:

-Tudo bem?

-Sim, só meu medo de altura que me controla em momentos como esse.

-Me desculpe, eu não sabia. - não respondi mais nada apenas pensei: é, existem muitas coisas que você não sabe sobre mim.

Chegamos à porta e entramos em uma espécie de cabine de observação do metrô alguma coisa assim. Conseguíamos enxergar toda a cidade através do vidro. Olhei para o rapaz com um sorriso largo no rosto. Nesse momento, ele tirou seus óculos e seu boné ajeitando um pouco o cabelo fitando-me. Assim que vi aqueles lindos olhos azuis, reconheci de imediato: Steve Rogers. Dei uma risada alta não acreditando no que estava vendo. Coloquei as mãos na frente da boca tentando disfarçar o sorriso. Ele me encarava corando de vergonha. Finalmente consegui falar alguma coisa:

-Só pode ser brincadeira. Rogers, era você o tempo todo? Como eu não te reconheci, cara?

-Me chame de Steve, por favor. Você me chamando de Rogers me sinto como se estivesse no exército. - disse isso dando um sorriso encantador.

-Certo... Steve. Meu nome é Amy. –Estendi a mão para cumprimenta-lo.

-Muito prazer, Amy. –Ele fez o mesmo, apertando firme minha mão, mas não muito forte. Olhei para nossas mãos e senti seu toque delicado de suas mãos rígidas e macias ao mesmo tempo. Continuei sorrindo, não conseguia evitar. Ele fez um gesto para que nos sentássemos no chão da cabine. Assenti e me sentei ainda olhando para ele. Estava maravilhada! Quando eu poderia imaginar isso? Steve começou a falar:

-Bem... Eu te convidei pra vir aqui porque gostei muito da nossa conversa. A maioria das pessoas que falavam sobre... - ele fez uma pausa procurando as palavras certas- sobre minhas divergências com o Tony me diziam que eu estava totalmente errado ou então falavam que eu estava certo e me bajulavam por ser... Bem você sabe, mas você, Amy, me mostrou dois lados dessa história que eu não enxergava. Queria te agradecer de alguma maneira e também me desculpar por parecer um desconhecido. Poucas pessoas sabem que eu estou aqui. – sorri novamente e respondi:

-Claro... Quer dizer... Bem – não sabia o que falar, estava extremamente nervosa e então vi Steve dar um largo sorriso por conta do meu embaraço. – Não há de quê, eu só expressei minha opinião sobre esse assunto. Como eu te disse, não posso julgar você ou o Tony ou qualquer um dos Vingadores. Vocês possuem suas próprias experiências de vida como eu também.

-De qualquer maneira, podemos falar de outra coisa? Sabe, tudo o que eu ouço nessas últimas semanas é a respeito desse tratado. – assenti com a cabeça e ele prosseguiu- me conte sobre você. – ele falou com um sorriso simples.

-Bem, não tenho muito o quê falar. Eu nasci na Dinamarca, na cidade de Odense e fui morar com meu pai no Brooklyn aos 10 anos. – ao escutar a palavra "Brooklyn" ambos rimos- e então aos 18 vim para cá estudar História na Universidade de Viena. Agora com 22 anos estou fazendo um estágio no espaço dedicado á Memória Viva da universidade. Eu vivo na biblioteca olhando e analisando documentos e também entrevisto alguns ex-professores e alunos. Moro sozinha á alguns quarteirões da universidade e de vez em quando vou visitar meu pai nos EUA. – nós nos encaramos alguns segundos e Rogers parecia feliz em escutar a história de uma pessoa comum digamos assim.

-Se não se incomoda de eu perguntar, o que aconteceu com sua mãe?

-Ela e meu pai se separaram e assim eu fui morar com ele. Minha mãe se casou novamente e vive com meu padrasto em Odense. Ela disse que não se sentia preparada para cuidar de mim sem meu pai e preferiu que eu fosse morar com ele. Hoje em dia não vejo problema com isso e claro que também vou visita-la, mas com menos frequência que meu pai. Fora que ela também tem mais um filho, meu meio-irmão Adam de 12 anos.

-Entendo. Bem acredito que minha história você já conheça certo?- dei uma risada alta e Steve sorriu também- Sim, sei um pouco sobre sua trajetória, Steve. - respondi.

Ficamos alguns minutos em silêncio. Ele fitava o chão com os dedos entrelaçados na frente do corpo e eu o encarava. Quando ele olhava para mim, desviava o olhar para os meus pés e podia ver o sorriso brotando em seu rosto. Ai como ele era maravilhoso. Era carinhoso, doce, atencioso, lindo, engraçado, seus olhos brilhavam e seu sorriso era tão encantador! Resolvi quebrar o silêncio:

-Sabe talvez você fique surpreso com o quê eu vou falar, ou talvez não, bem não sei. –Senti seu olhar sobre mim como se dissesse: "pode continuar" e então continuei: - pode parecer bem clichê falar isso agora, mas saiba que você é meu super-herói favorito – fechei meus olhos de tanta vergonha que eu estava. Ouvi uma risada fofa e um simples "Por quê?" saiu dos lábios dele. Abri os olhos e encarei os dele:

-É que eu sempre gostei muito de História, sério é a minha paixão desde os 14 anos e você é o único herói que eu conheça que tem esse vínculo histórico apesar de ser em um período de tenso e triste. E claro como um símbolo de patriotismo exagerado dos EUA em minha opinião, espero que não se sinta ofendido. – Encarei-o e ele me olhou com uma expressão do tipo:" fique tranquila", "isso não importa". Era impressionante a capacidade que Steve Rogers tinha de me fazer entender cada expressão sua sem que uma palavra tenha sido dita. Ele então sorriu e falou:

-Bem, fico muito feliz em saber disso. - No entanto, seu sorriso era fraco. Ele tentava parecer feliz, mas eu sabia que o preço a ser pago com essa sua ligação com a História era muito alto. Um preço que não era contado em dólares e sim em pessoas. Um valor que não podia ser pago e exemplos disso eram seus amigos e colegas que já haviam falecido, com exceção do Bucky, e obviamente o maior exemplo de todos: Peggy. Apenas assenti com a cabeça tentando disfarçar o peso daquela conversa. Queria dizer que sentia muito pela Peggy, mas nada podia fazer o tempo voltar. Nesse momento, só podia fitar o chão e pensar numa maneira de não tocar em certos assuntos. De repente, Steve olhou pra mim aflito e então percebi passos se aproximando. Ele então cochichou:

-Tem alguém vindo pra cá. –só consegui responder:

-Droga!  

Um Breve Encontro Com meu Herói Favorito Onde histórias criam vida. Descubra agora