That's how a superhero learns to fly

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É assim que um super-herói aprende a voar 

Superheroes - The Script 

 Assim que ouvimos o som dos passos ficando cada vez mais alto procuramos um esconderijo e então Steve abriu uma porta do lado oposto pelo qual entramos. A porta dava pra fora da cabine e havia uma escada logo abaixo dela. Devia ser a entrada externa. Steve então fechou a porta e ficamos nos segurando nos degraus abaixo de nós. Ficamos de frente um por outro em silêncio apenas escutando nossas respirações nervosas.

O tempo passava e minhas pernas já começavam a doer por conta da posição desconfortável em que eu estava. Tive a ideia brilhante de olhar pra baixo e ver aquela imensidão de degraus então senti a mão de Steve tocar o meu queixo erguendo minha cabeça pra cima. Ele apenas sussurrou:

-Não olhe pra baixo! Olhe pra mim. – dei um sorriso nervoso. Claro que olhar pra ele era bem melhor. Podia ver seu cabelo loiro combinando com seus olhos azuis e sua boca bem perto da minha, mas eu sabia que ele não ia me beijar. Não que eu não quisesse, afinal quem não quer beijar o Capitão América? No entanto, nos conhecíamos há 1 hora e também sabia que ele era muito meigo e "bom moço" pra fazer isso. Por isso, apenas deixei pra lá essa ideia boba.

Ouvimos passos descendo a escada interna e Steve abriu uma frecha da porta para constatar se os homens já haviam saído. Então a abriu totalmente e entrou de volta na cabine. Quando me virei para subir os degraus até Steve, dois deles caíram e perdi o equilíbrio. Comecei a gritar o nome de Steve desesperada com medo de cair. Ele pegou meu braço e disse alto:

-Amy, te peguei. Fique calma. Apoie seus pés nos degraus restantes e suba devagar. – fiz o que ele pediu. Estava tremendo muito quase chorando. Então senti meus pés se apoiando em um único degrau então olhei pra cima e comecei a subir. Minha mão solta tentava segurar a escada, porém eu tremia muito então Steve foi me puxando lentamente enquanto tentava subir o resto das escadas. Ao chegar à cabine, abracei-o com toda força. Comecei a chorar e só conseguia dizer:

-Desculpe, Steve... Me desculpe...Desculpe.

-Calma, Amy. Você está tremendo. Está tudo bem. Estou aqui com você.

Sentia suas mãos em volta das minhas costas enquanto eu deixava lágrimas caírem em uma jaqueta marrom. Passados alguns minutos me soltei de seu abraço e dei um pequeno sorriso:

-Eu gritei seu nome alto. Alguém pode ter escutado. Desculpe mais uma vez- ele então respondeu sorrindo:

-Não precisa se desculpar. Tenho certeza que não sou o único Steve em Viena. - dei uma pequena risada:

-Obrigada por me salvar.

-Não foi nada- vi um grande sorriso se formar em seu rosto.

Voltamos a nos sentar no chão. Estava mais calma agora e não estava mais tremendo. Como eu tinha sido uma garota indefesa meu deus! Esse meu medo de altura me controlando o tempo todo em que vejo uma escada alta. Que idiotice! Saindo de minhas frustações ouvi Steve dizer:

-E ai, o que você vai fazer agora?

-Bem, vou voltar para a universidade terminar algumas pesquisas. E você?

-Vou pra Bucareste atrás do Bucky. Espero estar fazendo a coisa certa. – foi então que me lembrei do que tinha falado a respeito de Barnes. Decidi me desculpar:

- Ah... E Steve, me desculpe ter falado aquilo do Bucky. Eu não queria te chatear. Não posso nem imaginar como foi pra você vê-lo morrer e quando descobriu que ele estava vivo percebeu que ele não era mais o mesmo. Eu realmente sinto muito pelo Barnes e pela... Peggy. – ele me fitou com um olhar tristonho:

-Ora, não precisa se desculpar. Realmente não sabia o que as pessoas pensavam dele. Eu sei que não é culpa dele. Que ele não é assim, mas o Tony... –Ele balançou a cabeça negativamente- Stark não entende. Não sinto muita falta da minha antiga vida, mas em muitos momentos queria voltar no tempo pra poder fazer as coisas serem diferente. –Rogers fez uma pausa procurando as palavras certas. – Não teria perdido a Peggy. – Vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Levei meu dedo indicador ao rosto dele e sequei a lágrima. Ambos sorrimos e ele continuou- A Nat me disse pra ficar fora disso porque as coisas poderiam piorar, mas eu não consigo ficar parado. E o que eu tenho mais medo em relação a esse tratado é justamente isso. Ter que ficar parado. Perder a minha liberdade de escolha.

-A Nat só quer o seu melhor, Steve. Sei que você já passou por muita coisa. Foi enganado por tanta gente que julgava ser confiável como a SHIELD e o governo norte-americano e entendo seu medo de não poder mais escolher, porém veja o lado do Tony também. O cara nunca foi responsável e acha que isso é o melhor. O peso de ser um Vingador também está com ele por não conseguir salvar todo mundo. Sei que ele não quer brigar com você também e sei que nenhum dos Vingadores quer que deixem de ser unidos.

De repente, ouvi meu celular tocar e era o aviso que eu precisava voltar para o trabalho. Falei:

-Steve, preciso voltar.

-Claro- ele respondeu se levantando e esticando a mão me ajudando a levantar.

Saímos da cabine e descemos as escadas normalmente. Fizemos o caminho de volta em silêncio apenas trocando olhares e sorrisos. Ele voltou a colocar seus óculos e seu boné e me acompanhou até ao portão da universidade. Comecei a me despedir:

-Bem, não vou dizer pra tomar cuidado porque sei que vai. – ele me olhou sorrindo- obrigada pelo passeio, Steve. E por me salvar. Espero que faça o que achar certo. Boa sorte.

Ele então me deu um beijo na bochecha e disse:

-Obrigado.

Vi seu corpo se distanciando. Passei pelo portão e antes de entrar me virei e percebi que ele olhava pra mim. Fiz seu sinal típico com os dois dedos na cabeça e ele retribuiu sorrindo. Abri a porta e a fechei com um sorriso enorme no rosto indo em direção à biblioteca. 

Um Breve Encontro Com meu Herói Favorito Onde histórias criam vida. Descubra agora