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"Porque o salário do pecado, é a morte [...]"

- Romanos 6:23
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Acordei quando já era de manhã. Não havia mais sangue na parede e minha mãe estava no quarto.

- Bom dia. - disse, com a voz ainda falhando de sono.

- Bom dia. Vamos, levante-se. Temos que conversar. - ela nem sequer olhou pra mim. Sinal de que vou ouvir sermão.

Faço o que é de costume, levanto, escovo os dentes, etc. Quando estou lavando o rosto... Sou levada a uma rua sinistra... Enquanto fico com os olhos fechados, ouço sussurros que dizem:

Não abra os olhos... Não os abra... - Sinto medo, porque sinto que alguém está me rondando. Mas não resisto e abro os olhos... De imediato, não vejo ninguém. Mas vejo que estou presa em algo assustador. Minha pele está presa em ganchos e correntes. Vejo pessoas com rostos deformados gritando:

– BLUR VIVE! BLUR VIVE! BLUR VIVE!

Só quando vejo o monstro horrível que está em minha frente é que tento sair, mas os ganchos estão dilacerando minha pele. É uma coisa horrorosa, com cabeça de touro, olhos vermelhos e um grito horripilante... Possui um corpo musculoso, porém todo marcado com uns símbolos esquisitos. Ele grita meu nome e começa a girar uma espécie de carrossel. Enquanto ele gira, os ganchos giram junto com ele... Rasgando a minha pele e meu corpo. Volto a realidade e fico pensando no que isso quer dizer. Desço as escadas e meu café já está posto. Minha mãe se nega a olhar pra mim.

– Como se sente depois da vergonha que me fez passar ontem? - Diz ela, secamente.

– Mamãe... Me desculpe... Eu não sei o que deu em mim! Eu... - Sou interrompida pelo grito dela.

– O DEMÔNIO! O demônio está te corrompendo. Onde já se viu... Mandar o reverendo para aquele lugar... Ele tem razão... Você merece um exorcismo. - Ela agora olha para mim.

– MÃE, VOCÊ NÃO ENTENDE... EU PRECISO DE APOIO PSICOLÓGICO, NÃO DE UMA COISA QUE EU NÃO QUERO QUE SEJA FEITA. EU NÃO QUERO EXORCISMO... SERÁ QUE NÃO ENTENDE ISSO? - Acabo gritando com ela, essa situação toda está me deixando nervosa demais.

– MAS EU QUERO, CHLOE! EU QUERO... E VOCÊ VAI SER EXORCIZADA, NEM QUE SEJA AMARRADA! - Diz ela, colocando seu café na xícara.

– Então eu deixo de ser sua filha! Eu mesma vou procurar apoio, mãe... Eu mesma! NÃO PRECISO DA SUA RELIGIÃO E NEM DO SEUS DEUSES PARA ME AJUDAR! - Ela me dá um tapa no rosto.

– Não fale dos meus deuses... São eles que te dão a vida.

– Grande merda de vida que eles me deram! - Digo e saio. Ela não diz nada, apenas fica parada e começa a orar.

Na escola, chego e agora sim há uma van nos esperando.

– Amiga... Finalmente, você trouxe maquiagem? - sou abordada por Darcy.

– Trouxe. Não se preocupa. - Dou a necessaire a ela.

– Oi! Você tá bem? - Nolan me abraça.

– Mais ou menos. Briguei com a minha mãe e acho que vou sofrer consequências graves quando voltar da viagem mais tarde. - Ele coloca minha bolsa ao lado da dele.

CHERNOBYL: O Medo Mora AquiOnde histórias criam vida. Descubra agora