Memória Perdida

Capitulo Um

Eu não sou Louca, eu apenas queria ser normal mas minha médica fala que não. Me pergunto o porquê, por que não posso sair daqui? Eu sou normal eu me sinto assim, eu queria que eles pensassem como eu, mas eles dizem que meus pensamentos são anormais, sofri muito disso na adolescência hoje sou uma mulher que está presa aqui, nem amigos tenho, eu lembro de ter o meu marido mas não lembro o nome, sera que poderia considerar meu travesseiro como amigo? Ele me ouve chorando, e talvez veja meus sonhos mais loucos, sim ele é meu amigo então. Todo dia rezo que seja o ultimo aqui, mas não, meu irmão mal fala comigo nem a minha família eles tem algo a esconder do que eu fiz mas não dizem o que, eles me chama de louca, e o que eu mais queria era que meu único irmão me entendesse . Eu não era louca mas depois que vim pra um hospício eu me sinto assim, vejo mulheres loucas gritando, arrancando cabelos, quase se matando, mas porque? Elas têm uma vida e não a aproveitam, eu .... Pois bem, EU não vejo ninguém a não ser meus psicólogos ou médicas, e não aguento mais.

Me chamo Samira, tenho 28 anos, tão nova, e tudo isso a acontecer.
Alta, magra e com cabelos negros com algumas ondulações e compridos, olhos castanhos, o meu sorriso era o mais verdadeiro, pouco tempo atrás eu era pura, delicada e sincera mas tudo mudou.
Faz alguns dias que fui diagnosticada com Amnésia, mas pelo oque a médica disse, ela acha que sofri algum acidente. Acha não, ela tem certeza mas eu não entendo, eu não lembro se ter acontecido nada. Eu queria perguntar para os meus familiares mas ninguém vem me ver, esses dias vi uma garota ruiva, olhos azuis pele branca com sardas no rosto, ela era linda, vinha me ver todos os dias no meu quarto mas por algum acaso ontem não veio.
Eu perguntei pra as doutoras que vem me ver, elas disseram que não tem ninguém com essas características e acham que eu inventei mas não, hoje se eu ver ela, pedirei para que se apresente para a Doutora Hills para ver que eu não sou Louca.

(...)

Aqui é um lugar tão vazio, meu quarto tem só uma cama e uma mesa onde tem folhas para mim escrever o que vim a mente. Mas não consigo me concentrar em algo e isso me incomoda. Eu não sei o quanto tempo faz que eu estou aqui, uns dias atrás eu ouvi dizer que estava no meu relatório que fazia 11 meses que estava nesse quarto, sem ver ninguém, se eu contar acho que iria fazer 9 meses que ninguém da família vem me ver, nos três primeiros meses meu irmão e meu pai me via direto mas agora somente a ruiva parece que eu a conheço a anos, mas só conheci ela aqui. Ela deve ter uns 15 anos no máximo, ela não é da mesma idade que eu mas aparenta. Ela tem seu pescoço todo marcado, nunca a perguntei sobre isso mas veio tudo átona nos meus pensamentos agora, aparece pensamentos atrás de outros e eu não consigo memorizar eles, eu irei anotar naquela folha, eu tenho tantas perguntas.
Logo me esquecerei de tudo.

(...)

- Boa Noite Samira, Seus remédios estão na bandeja junto com seu jantar.

Diz a Dona Marlene, ela era funcionária Dalí eu acho, usava umas roupas estranhas com aventais. Ela nunca trocou palavras comigo sem ser "Boa noite Samira, seus remédios estão na bandeja junto com seu jantar" .

Eu sempre concordava e tomava os remédios na sua frente pra ela ter certeza mas hoje, ela entregou a bandeja e logo em seguida uma paciente ao lado, começou agredir sua colega de trabalho e ela foi separar.

Eu não pensei, logo peguei os remédios e escondi debaixo de minhas pernas. Oque estou fazendo? Me pergunto, posso morrer sem eles.

- Tomou os remédios? - ela disse ajeitando seu uniforme e dando uma olhada por cima pra ver se encontrava os remédios.
E eu concordo rapidamente.