Capítulo Três

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Eu acabei por dormi, completamente o dia inteiro.

Não tomei café e não comi muito menos almoço.

Me acordo e vou pro banheiro, eu tinha um espelho mas tiraram por medo de as pessoas quebrarem ou algo do tipo.

Eu me analisava antes, o quanto eu era bonita, tinha cabelos pretos escuros meio ondulados, meus olhos eram azuis, minha pele era um pouco branca, se eu tivesse uma filha ou filho com certeza eles seriam lindos com a minha genética, não lembro muito do meu ex marido, mas ele tinha cabelo meio avermelhado . O resto eu não lembro, mas ele era alto. A única lembrança dele que eu tinha era quando ele levava café da manhã na cama, eu não lembro nem do nosso casamento.

Eu ainda estava sentada no chão do banheiro pensando na vida que deixei pra trás,do nada parei aqui,minha vida desligou,eu não poderia fazer mais nada. Não posso sair mais daqui e nem sei quando irei poder.

- Samira

Uma voz me chamava mas eu não estava a disposição.

- Samira

Eu não quero sair daqui.

- Samira

Me deixe em paz.

- Samira

Eu me levanto, ninguém me deixa em paz ,não aguento mais . Vou pro meu quarto de volta à procura daquela voz.

Mas não havia ninguém me chamando,que loucura.

(...)

- Samira.

Me acordo com aquela voz novamente me chamando e eu abro os olhos,era a ruiva.

- Por favor me diz,qual é seu nome?

Pergunto rapidamente

- Cas...Sandra

Levanto da cama correndo e vou na minha mesa,peguei as folhas e anotei . Anotei por toda aquela folha o nome Cassandra.

- Está tudo bem?

Ela me pergunta é eu não estava bem,vários pensamentos rodeava a minha cabeça.

- Estou, porque?

- Seu braço esta sangrando com arranhões.

Olho pro meu braço e estava pingando sangue,estava com vários arranhões,como isso?

- Você fez isso?

Pergunto pra Cassandra e ela me olha confusa .

- Não, você deve ter sentido raiva. Seu banheiro está coberto por sangue.

Vou pro banheiro correndo e lavo o braço ,aqueles arranhões estavam vermelhos e eu me pergunto como aconteceu .

- você precisa de um curativo .

- Não, não conte pra ninguém.

- Mas precisa .

- Não, não aguento mais me chamarem de louca,e se mostrar isso,ai sim eles teriam certeza,eles acharam que eu fiz isso.

- Mas foi você!

- Não,eu não fiz Isso.

- Acontecia isso comigo,quando eu ficava irritada, começava a me arranhar, achando que iria me aliviar. Mas não, só ficava marcas que até hoje não cicatrizou.

Ela mostra o seu braço e tem inúmeros arranhões .

- Alguns não fui eu ...

- Foi quem?

- Sabe quando te contei do meu pescoço? Então...

Eu penso,quem fez isso com essa garota indefesa. Sei que ela não poderia lutar nem nada pra se defender e mesmo assim a pessoa faz isso. Ela merecia um castigo enorme.

- Quantos anos você tem? Parece ser tão nova.

- Tenho 14, e eu queria tá aproveitando minha vida de adolescentes mas não posso.

Logo batem na minha porta e eu vou para abrir quando volto a Cassandra havia sumido, era a Jessie.

- Doutora,ela me contou seu nome.

Pulei de alegria para contar,agora sim elas iram acreditar em mim.

- Como é o nome Samira?

- Cassandra .

Ela se surpreende e fica sem reação. Não entendo .

- O que houve?

- Nada

Ela sai porta a fora correndo.

Eu estava com sono,muito sono resolvi descansar.
Depois de um banho bem tomado .

(...)

Fazia acho que uma hora que eu estava deitada olhando pro teto mas o sono não vinha,o estranho era que eu estava com sono e chega na hora de dormi eu fico acordada, acho que todos já estão a dormir,e poucas funcionárias ficam lá fora,soube que havia um jardim aqui,mas ninguém comenta isso com pacientes do Devinnen,o manicômio.

E agora me deu uma vontade imensa de sentir o ar tocando em mim , coisa que não acontecer a onze meses.

Saio com o meu pijama mesmo e descalço porta a fora,olho por todos os corredores a procura de funcionárias,e também porque eu não lembrava de nada, não sabia que eles eram pintados de azul marinho fraco e nem que tinham quadros por tudo.

Logo encontro uma porta escrito
Saída de emergência .

Vou por ali mesmo, se é emergência então sairá pelo pátio ou o jardim.

(...)

Mas foi ao contrário

Dava direto pela grande porta do segurança que havia ali. E pelo azar ele não estava dormindo.

Continua...

Memória PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora