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[...]

A garagem já está quase cheia, estão cá amigos da qual já não via desde os meus 10 anos e foi bom voltar a vê-los.

O Connor encarregou-se de trazer as bebidas. Neste momento ele está com uma cerveja na mão e a falar com uma miúda que ele convidou.
Esta festa era mais dele do que minha, muitas pessoas que aqui estão não conheço.

As colunas estavam num som bastante alto, até tive de baixar por causa da vizinhança.

Estava num canto a ouvir a música que tocava no momento e a observar as pessoas a divertirem-se.
Está tudo muito alegre, menos eu.

[...]

Desvio o olhar de uma rapariga que estava a vomitar e fixo-me no Connor.
O Connor estava a beijar uma rapariga, ambos pareciam canibais. Vejo a mão dele a deslizar até ao seu belo rabo e de seguida apalpa-o.

Os meus pensamentos são interrompidos por uma voz:

-Eles estão se a comer um ao outro? Ou são apenas beijos velozes?

Esboço um grande sorriso no meu rosto quando vejo a Megan (irmã do Kevin).

-Sempre vieste!! -digo entusiasmado. -Já agora, boa pergunta. Coitado, o Connor parece muito...

-Acho que seria desagradável faltar à festa de alguém que admirava imenso na minha infância. -vejo um sorriso a aparecer no seu rosto.- Ele deve estar muito feliz e ansioso! - acrescenta ela rindo-se.

Olho para cada canto do seu rosto, ela é realmente muito bonita.

-Sim, deve ser isso. Olha, queres ir dar uma volta, longe disto para espairecer um pouco?

Ela assente.
Estamos a caminhar, ainda não sei bem para onde vamos e ao mesmo tempo vamos falando de coisas aleatórias e sobre como tem estado a vida de ambos.

-No outro dia, vi-te com o teu namorado, pensei em ir ter contigo mas tirei logo esse pensamento. Achei ridículo o facto de ir falar contigo após tantos anos.

-Eu já não namoro com o Jason...Eu também já ponderei ir ter contigo, falar contigo. Mas não sei, parecia que já te tinhas esquecido de mim.

-Eu não me esqueci de ti, como podes ver. Eu admito que é difícil se esquecer de alguém como tu. Ah e lamento...

-Porque dizes isso? Que é difícil te esqueceres de mim?

Porque será? Se calhar, deduzo que gostava de ti! 

-Ahh... Não sei. - é a única coisa que consigo dizer. Resposta inútil, eu sei.

-Houve uma certa altura que tinha uma atração por ti... Isso é passado mas alguns dos meus sentimentos por ti ainda permanecem...

Ela fitava apenas o chão, não olhava para mim. Nesta escuridão dava para ver a sua face avermelhada.

Fico mesmo muito contente que ela ainda goste de mim, mas os meus sentimentos infelizmente não permanecem.

-Os meus são difíceis de explicar e de entender.... Na altura fizeste coisas que me magoaram. Mas não guardo rancor.

-Eu sei! Eu sei que devia ter acreditado em ti! Sei que dei muita confiança que eu dava à Alexis. Foi tarde demais...

-Mas não vamos pensar mais nisso, só quero aproveitar esta noite ao máximo!

Coloco a mão à volta da sua cintura e fazemos o caminho de volta para a garagem.
Trocamos de número para nos mantermos em contacto.
Soube até que ela concorreu para a mesma universidade que eu vou, mas ela pensa que não vai pois não recebeu nenhuma carta ainda.

Chegamos à festa e deparo-me só com latas e garrafas no chão, ainda se encontra muita gente.

Avisto o Connor com outra miúda, desta vez os beijos já eram muito mais calmos.

Trago uma cerveja para a Megan e uma para mim e sentamo-nos nuns sofás velhos.

-Vou sentir a tua falta, principalmente de quando te via pela minha janela a andar de bicicleta ou a tentares afastar o meu irmão. - Ambos rimos.

-Eu também! -confesso.- Mas tens de ter esperança, tu ainda podes receber a carta. Se calhar já recebeste e os teus pais pensam que é uma carta para pagar algo.

-Não sei...- diz ela com um ar triste.

[...]

A festa está mesmo a dar as últimas.
O Connor dorme na cadeira, e existe muita gente a fazer o mesmo.
A Megan e eu permanecemos no mesmo sítio, sempre a falar.

-Bem, acho que vou andando...- Diz a Megan ao mesmo tempo levantando-se.

-Eu levo-te.

A casa dela fica perto da minha, por tanto não me custa nada.
Ela assente e seguimos caminho.
Estamos à porta da casa dela, em silêncio, a olhar de um lado para o outro.

-Ahh... Queres entrar?

-É melhor não, obrigado. Tenho que acordar o Connor, e livrar-me daquela gente que já deve estar na segunda volta.

Ela ri-se. Tem um sorriso adorável.

-Bem então... Espero que faças boa viajem... Se precisares de alguma coisa amanhã a preparar as coisas, ou algo do género, liga-me que vou a tua casa..

-Sim, claro! - Dou-lhe um beijo na face e afasto-me da casa dela.

Espero mesmo que ela receba a carta! Quero recuperar este tempo que tivemos afastados...

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⏰ Última atualização: Feb 02, 2017 ⏰

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