Ao chegar em casa ontem, tomei um banho desci para comer algo e subi novamente para fazer os exercícios do colégio, acabei dormindo sobre minha bagunça na cama. O dia amanhecera chuvoso e sombrio, pela janela do meu quarto eu podia ver os relâmpagos ressoando pelo cinzento céu lá fora, me levantei da minha cama e tomei um banho e fiz minha higiene matinal, calcei meus chinelos e vesti um macacão preto com uma blusa branca, deixei meus cabelos soltos, arrastei minha poltrona para perto da janela, coloquei uma música para tocar, me sentei e peguei meu bloco de folhas canson, fiz alguns rabiscos da minha família, entre outros como prédios e paisagens, era de partir o coração como as gotas de água da chuva escorriam pelo vidro, parecia que aquela tempestade ficaria ali para sempre. Fui tirada dos meus pensamentos.
- Sakura-san! Seus pais...
- O que aconteceu? - Fiz a minha poltrona girar para que eu pudesse olhar para Matsuki -
- Eles.. Bem... Eles sofreram um acidente de carro.
- Mas eles estão bem certo? - Meus olhos estavam repletos de lágrimas. - Matsuki me responde... Eles estão bem.. não estão?
- Sinto muito Sakura-san... Eles voltavam do aeroporto para casa.. Mas com a tempestade desde ontem de madrugada acabaram perdendo o controle do carro e ele capotou diversas vezes... - Matsuki tentava conter as lágrimas. -
- Não pode ser... Não é verdade. - Corri para abraçar Matsuki. -
- Meus pêsames Sakura-san... - Matsuki passava sua mão em meus cabelos. -
- Onde eles estão?
- Na sala, por favor não vá agora, ainda estão arrumando.
- Por que comigo..?
- Sakura-san... Se arrume, o velório será daqui a algumas horas...
- Quem sabe eu não esteja apenas em um pesadelo...
Era inevitável eu não chorar, não vi meus pais nesses últimos dias, e nunca mais vou poder vê-los, ou abraça-los, agora tudo fazia sentindo, segundo os mais antigos quando o dia é dominado pelas trevas alguém próximo morre, mas por que comigo? Que droga! O que eu vou fazer agora sem eles? Já era ruim o bastante eles estarem se divorciando e agora eles estão mortos... Eu batia incansavelmente minhas mãos no travesseiro tentando descontar a raiva e a tristeza que eu estava sentindo, na verdade tudo que eu queria era eles vivos, não importava com lembrançinhas de viagem, só queria eles comigo, apesar da ausência... Fiquei algumas horas deitada, transformando meu travesseiro em um aquário de lágrimas, do meu quarto eu podia ouvir pessoas chegando e depositando seus mais profundos sentimentos de pêsames pela morte dos meus pais, seria algo real? Estava quase na hora, vi pela janela colocarem os caixões dentro de um carro, era como Ying e Yang, o caixão do meu pai era preto e o de minha mãe era branco... Me apressei e calcei uma bota preta sem salto e um vestido preto sem detalhe algum, continuei com os cabelos soltos e desci, ao redor dos meus olhos estavam fundos e roxo de tanto chorar, meus lábios estavam pálidos e meu rosto permanecia esbramquiçado como sempre.
- Sakura-san.. Isso é para você.
- Obrigada. - Abri o pequeno embrulho amassado e um pouco sujo de lama, dentro havia um colar em forma de relógio de bolso na frente havia gravado uma flor de cerejeira, simbolo da nossa família, quando abri havia escrito "Em qualquer tempo, para sempre minha, para sempre nossa. Sakura." isso me fez querer chorar mais, mais do que já havia chorado a manhã inteira, dentro da caixa do relógio havia um bilhete, "Filha, desculpe por nossa ausência, queríamos poder passar mais tempo com você, mas há muitos negócios de família para resolver, espero que goste do relógio e que entenda que por mais que não estejamos perto sempre será nossa pequena, te amamos muito filha, beijos da mamãe e do papai." minhas lágrimas escorriam sobre o bilhete, era como se já estivesse tudo planejado, como se soubessem que iriam morrer, coloquei o colar em meu pescoço e segui Matsuki até o carro. Haviam vários carros nos acompanhando, poucos minutos depois chegamos ao cemitério, os caixões foram colocados um ao lado do outro embaixo de uma tenda branca, onde um padre realizava a cerimônia, o pai de Naruto como General das forças armadas fez um ato de solenidade pedindo para que seus companheiros atirassem três vezes para o céu em honra aos seus amados amigos, apesar de terem tratado apenas de negócios os Uchihas traziam uma coroa de flores para meus pais.
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500 Dias Com Ela
RomanceNormalmente uma história começaria com "Era uma vez..." mas essa é diferente, fui encarregada de lhes contar a história de um amor quase que improvável, duas famílias distintas no mesmo ramo de Importação... Todos os Direitos Reservados ao Masashi...