A arma dispara e o paciente cai no chão. Levanto com um pulo, ofegando, enquanto passo as mãos pelos cabelos para me acalmar. " Ta tudo bem, foi só um pesadelo" repito isso em minha mente e me deito de novo, ainda não tinha me livrado das imagens de hoje mais cedo. Tento afastar esse pensamento, não foi algo tão preocupante assim. Pelo menos eu espero.
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- Vamos pessoal, levantem! O dia está tão lindo!- reconheço a voz do meu pai.
- Daniel! Deixe-os dormir mais um pouco – minha mãe está reclamando com ele apesar de rir.
- Tudo bem então – levanto indo em direção ao banheiro, enquanto meu pai vai acordar Harry.
Escovo os dentes enquanto escuto alguns resmungos de Harry que logo para e comemora por saber que vai poder andar à cavalo após o café. Rio sozinha pensando em como amo minha família.
Não demorei muito com meu café da manhã, geralmente não como muita coisa logo quando acordo. Harry não podia conter sua ansiedade nem por um segundo a mais, então todos levantamos e seguimos para área dos cavalos onde poderíamos montar e cavalgar, com um instrutor ao lado. Observo meu irmão montar o pequeno pônei e abrir um enorme sorriso, minha mãe tira algumas fotos dele e meu pai, que parece não ter muitas dificuldades. Minha mãe pede que eu me aproxime para tirarmos uma foto em família. – Eu posso tirar a foto senhora Scott. – Josh aparece sorrindo. – Obrigada querido – ela entrega o celular para ele. Olho para câmera e sorrio, ficar aqui estava sendo bem melhor do que pensei.
- Prontinho – Josh devolve o celular e vem até mim. – Por que não vai também?
- De jeito nenhum! Eu vou cair com toda certeza.
- Agora mesmo quero que vá! – ele solta uma gargalhada enquanto eu o empurro de leve.
- Palhaço!
- Vai ser assim então? Ótimo.- Josh me segura e começa a me arrastar em direção aos cavalos. Tento me livrar de seus braços, sem sucesso já que ele era bem mais forte.
- Me larga, socorro. – eu não consigo segurar o riso.
- Vocês vão cavalgar também? – o instrutor nos olha. – Vamos sim, dois cavalos por favor. – Josh responde e enfim me solta. Eu o encaro com minha melhor cara de "vai ter volta" e ele abre um sorriso. O som forte de tosse me acorda dos meus devaneios, mas não olho em volta para ver de onde vem. O instrutor volta com os cavalos e Josh diz que sabia montar, praticava hipismo e diz que pode me ajudar. Tento montar no cavalo e tudo que consigo fazer é quase cair. Tento novamente, não poderia ser tão difícil assim. Escuto a risadinha de Josh e paro para o encarar.
- To vendo que isso vai ser maravilhoso. – ele vem me ajudar a subir.
- Obrigada. Espero que saiba que já estou pensando na minha vingança. – abro um sorriso. Josh monta em seu cavalo e se aproxima de onde estou, mas inesperadamente meu cavalo começa a andar, não tão devagar. – Ai Meu Deus Josh!- meu cavalo não para e fico sem saber o que fazer. Escuto o barulho de Josh atrás de mim. – Não se preocupe, não está tão rápido assim. – ele tenta me tranqüilizar. O cavalo aumenta a velocidade, com medo dou uma puxadinha da rédea, esperando não ter sido muito forte, mas isso só faz o cavalo correr. – Josh! – Estou começando a me desesperar vendo que o cavalo não para de correr. Resolvo tentar de outra maneira, começo a fazer carinho nele, dizendo "calma garoto", na esperança que funcione. Não sei se fui eu ou por vontade própria, mas ele finalmente para.
- Precisava ter visto sua cara! – Josh está rindo ao meu lado.
- Por favor só me tira daqui, pra eu poder te matar.- olho bem pra cara dele, mas não consigo fingir estar chateada. Ele desce do seu cavalo e vem me ajudar. Josh segura uma das minhas mãos para me dar apoio. Preocupada demais em descer logo, esqueço de prestar atenção onde piso e perco o equilíbrio, caindo por cima de Josh. Meu rosto está tão perto do seu que posso sentir sua respiração, levanto depressa envergonhada. – Você se machucou?- ele me olha. – Não! Eu to bem. Obrigada por hoje, me diverti bastante. Minha família deve estar me esperando pro almoço, a gente se vê. Tchau!- sinto meu rosto queimar e ando mais rápido, sem olhar para trás.
No almoço consigo descobrir de quem pertencia aquela tosse hoje mais cedo, é uma menina que deve ser um pouco mais velha que eu, alta, morena. A observo e noto que não aparenta estar doente mas sua tosse é carregada. Ao prestar bastante atenção ao redor, percebo que ela não é a única assim, posso notar mais umas duas pessoas tossindo e uma única delas parece estar doente. Ele parece ter a idade de meu pai, não muito baixo, careca. Vendo essa tosse parecer ser contagiosa me deixa preocupada. – Querida? Está pensando em alguém em especial?- escuto a voz de minha mãe. Eles agora acham que estou namorando o Josh e não param de me zoar. – Gente parem com isso. – tento segurar o riso e volto minha atenção para comida. Então meu pai começa a tossir, a mesma tosse carregada das pessoas que observei. – Daniel meu bem, você está bem? – minha mãe o encara, preocupada.
- Claro que estou.- ele tenta sorrir, mas a tosse o atrapalha. Para depois de alguns segundos mais. Minha preocupação aumenta. Tento pensar que não é nada.
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Resolvo andar um pouco e me sento embaixo daquela mesma árvore de ontem. Não mencionei mas olhando para parte de trás da para ver um lago, e agora a noite com esse céu o visual fica lindo. Observo a água quando sinto alguém se aproximando, olho pro lado e lá esta ele, sentando-se ao meu lado. – Atrapalho?- Josh olha para mim.
- Foi assim que a gente se conheceu e você disse exatamente isso. – solto uma risada baixa. – Por que sempre aparece assim? Do nada?
- Eu gosto de fazer isso. Quando menos espera eu apareço. – ele ri.- Na verdade eu só gosto de andar, então vi você aqui e resolvi vir falar com você. - ele faz uma pausa e me viro para olhá-lo. – Por que saiu tão rápido daquele jeito?
- Eu... não sai rápido. Só...
- Você não sabe disfarçar cara – ele ri e olha nos meus olhos. – Não precisa fugir Katy.
- Josh...
Ele acaricia meu rosto, chegando mais perto e então me beija. Lentamente e com delicadeza. Ele me faz esquecer a preocupação. Penso em como ele apareceu tão rápido e em como eu já me apeguei. Eu espero mais alguns segundos, mesmo já tendo acabado o beijo, para abrir os olhos. Ele sorri para mim, me puxando para perto dele e nós ficamos ali, observando a beleza do lugar.

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The End
Ciencia FicciónKaty é uma adolescente de 16 anos que resolve passar as suas férias em uma pousada, com sua família. Ela se vê dentro de uma de suas séries favoritas, quando a população entra em colapso e os mortos voltam para atacar os vivos. Ela procura saber o q...