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- E está pronta, estou tão orgulhosa. - Caroline fingiu um choro enquanto segurava meus ombros e me via pelo espelho a minha frente.

O vestido era rosa bebé, longo até os dedos dos pés, apertado desde os seios pois era tomara que caia, até o joelho, e do joelho pra o fim tinha uma racha do lado esquerdo.
O vestido exibia as minhas cochas e o decote generoso que o mesmo faz.
Meus cabelos estavam soltos e com poucos cachos, coloquei um colar de prata e os brincos a condizer, sandálias de salto alto prata igual a bolsa, minha maquiagem como sempre não estava exagerada.

Eu praticamente virei outra pessoa depois que saí do meu quarto.

- Eu não acho que seja uma boa ideia, sei lá isso não parece certo. - Me olhei no espelho.

- Até tá parecendo a dona Bernice quando ia pras suas festas. - Ela disse.

- Não me fala daquela mulher, ela me despediu de casa dela simplesmente porque engravidei do seu motorista, ah que exagero, o único emprego que eu tinha, era empregada doméstica mas dava pra fazer qualquer coisa com o dinheiro que eu recebia.

- Ah chega vai, enjoei dessa conversa.

- E se estiverem as socialites de verdade? Ele não é canalizador, E se quiserem conversar comigo, o que eu direi? Não, eu fico, vai tu, se enquadra melhor, e tu também não tens namorado que eu saiba.

- Melanie Tyler, esse é o seu momento, eu ainda estou em forma e gata é só eu sair pra esquina que vem cinco homens a minha trás, não que você não seja gata, claro que é, mas depois da gravidez até parece que você entrou em depressão, já não se arruma e nem sai e tal.

- Eu agora equi enjoei dessa conversa, vou dar um beijo na minha Kim, cuida dela por favor, e não traga nenhum homem hoje.

- Claro né, minha casa, você é quem manda, é justo. - Falou ironicamente.

Fui até minha filha que dormia como um anjo, dei um beijo em sua testa e ouvi a buzina, deduzi que fosse o taxi.

- Vai logo Mel, divirta-se. - Ouvi Caroline gritar.

Peguei minha bolsa, onde guardei um lipgloss que Caroline me deu, dinheiro e o único cartão de crédito que tenho, celular e tampões, não consigo andar sem.

Saí e o taxista abriu a porta de trás pra eu entrar, fiz e ele deu partida no carro.


A

ndar naquela cidade maravilhosa naquela noite, me fez lembrar o dia que eu me mudei pra cá, era jovem, com sonhos por se realizar. Deixei meus pais em Chicago em busca de uma nova vida e melhor que aquela, eu pensava que seria fácil, mas o destino não me facilitou, os anos que estudei em Chicago foram em vão, pois o primeiro emprego que encontrei foi de empregada doméstica, onde conheci Mark, Mark Webber, ele era lindo, seus olhos azuis me conquistaram no primeiro instante que nos olhamos, ele era motorista e vivia na casa da nossa patroa, já eu não, preferia voltar pra casa da minha amiga, que eu pedi abrigo assim que cheguei em Chicago.
Mark era um sonho de homem, me dava flores, íamos a jantares simples, me levava pra passear, fazia carrinho após o sexo, e assim a vida seguia, namoramos por quase seis meses e acabou quando...

- É aqui senhora, pode descer. - Falou o taxista a me tirar dos devaneios assim que estacionou o carro na entrada em algo que parecia hotel, mas tenho quase certeza que no último andar estará o salão de festas,de Manhattan, isso está muito estranho.

- Tudo bem, quanto quer? - Perguntei a abrir a bolsa assim que ele abriu a porta pra eu sair.

- Tu já estás a pagar só de me deixar apreciar sua beleza.- Disse e mordeu o seu lábio inferior.

- Agradeço, e preciso ir.- Saí rápido do carro.

Dei um longo suspiro e fui em direcção a porta, entrei e de facto era um hotel, fui até a recepcionista.

- Suponho que tenha vindo pra festa, Nome porfavor. - Ela olhou pra o computador.

- Melanie Tyler.

- O senhor Dior espera te espera no seu quarto 114, não se preocupe ele só quer conversar. - Ela me entregou aquele cartão que serve pra raspar na fechadura, pra poder abrir.

Recebi e fui até o elevador, a pensar em que merda eu me meti, e se ele for um traficante? E quiser meter drogas em mim como fizeram no filme Lucy? Ou pior, se ele quiser me prostituir? Como numa novela brasileira que Caroline amava assistir. Estava a ponto de voltar pra casa e me enfiar no sofá a assistir Netflix, mas me recordei que só precisava de uma noite e mais nada.

Vejo o quarto 114 e raspo o cartão, a porta de imediato abre e vejo um homem sentado de costas na cama, cabelos castanhos e espalhados, é definitivamente o homem da foto, ele se levantou e virou lentamente com suas mãos no bolso, tinha vestido um terno, claro, ele não é canalizador nem aqui nem na China.

- Tu deves ser a Melanie Tyler. - Falou com uma voz grossa e arrepiante.

- Sim. - Disse trémula, nesse momento percebi que não estava em mim.

- Bom, tem algumas coisas que tu precisas saber antes de sairmos desse quarto, já deves ter percebido que esse não é um encontro normal, por favor se sente e ouça com cautela o que eu vou lhe dizer.

Aí meu Deus, aí meu Deus, porque não dei com os pés Pra trás a muito tempo? Ele é um traficante sim, agora eu quero saber como vou fugir, mas minhas pernas não se movimentam, nem que eu queira.











Acompanhante De Mentira #Wattys2017 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora