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- Mel, Mel, Mel acorda, você não vai acreditar. - Caroline pulava na minha cama.

- Me deixa em paz. - Peguei o travesseiro tapei minha cabeça.

- Você não vai acreditar, você no jornal. - Ela falou e logo pulei da cama.

- O que? O que eu fiz? - Perguntei incrédula.

- Ouça. - Fez pausa e continuou- Quem será a misteriosa mulher que estava ao lado do Dior? Será que dessa vez a relação vai durar? Ou será mais uma na sua lista. - Falou e me atirou o jornal.
Logo vi que eu estava bem formosa naquela foto com Christian, até a minha cara saiu, é agora que essa festa vai acabar.

- Bom, eu preciso ir, faça o favor de devolver o vestido e os sapatos pra loja.

- Mas tu trabalhas lá, não podes levar? - Perguntei.

- Não vou directo, tenho outros assuntos pra tratar. - Falou e se retirou do quarto.

Percebi que Kim acordara porque encava o teto.

- Tia Car te acordou bebe? - A levei pra o meu corpo.
Ela assentiu com o dedo polegar na sua boca.
- Pronto, agora vamos tratar da nossa higiene, hoje nós vamos pra o central Park.

- Oba. - Sorriu.

Tirei o pijama que ela vestia e dei banho, de seguida fiz o mesmo comigo.

Fomos comer e de seguida peguei ela pela mão, afinal já tem quatro anos e pode muito bem andar sozinha, e levei o vestido com as sacolas, tranquei as portas e saímos.

Pegamos o ônibus e quando me vi já estava em frente ao spar.

Entramos, fui até a recepcionista e ela disse que eu podia ir até a sala da dona Locasso já que eu queria agradecer pessoalmente por tudo, fui  pelos os corredores brancos até uma porta que tenho a certeza que é dela porque já lá fui várias vezes, bati a porta e ouvi ela dizer entra.

Entramos e de costas vi uma mulher fina e bem vestida, deve ser uma das suas clientes, ela se virou assim que ouviu o barulho da porta, e se eu estava a sorrir, o sorriso se desfez agora.

- Tu, eu sabia que não és flor que se cheire, foi pra festa ontem fingir a riquinha enquanto está aqui, mas pobre do que nunca. - Aquelas palavras estavam a me irritar, mas continuei firme. - Essa quem é?  A sua filha e do motorista? - Lançou um sorriso irónico e revirou os olhos.

- Tu não tens nenhum direito de falar da minha filha Bernice. - Me aproximei a olhar nos olhos castanhos dela.

- O que veio fazer?  Devolver o vestido que roubou pra ir a uma festa que nem é da mesma classe social que tu?

- Bernice chega. - Dona Locasso gritou e logo se calou.

- Eu vou embora isso é demais pra mim.

Falou e já ia colocar a mão na maçaneta quando a chamei.

- Bernice. - A chamei.
- Não conta pra ele por favor, pela felicidade dele.

- Claro que vou contar, não vou deixar meu amigo se iludir, hoje mesmo conto a verdade pra ele. - Se retirou e eu me afundei no sofá veludo.

- Desculpa dona Locasso, eu não queria lhe causar distúrbios. - Eu disse.

- Mas porque tu estás a enganar aquele homem?  Mesmo a saber que ele não tem intenções construtivas contigo, melhor terminar com isso de uma vez minha menina. - Se sentou na cadeira do outro lado da mesa.

- Depois de três semanas, isso termina, só preciso de três semanas, e tudo acaba.

- Até lá tu podes trabalhar aqui na loja, pelo menos irás se ocupar um pouco né?

- Claro, faço qualquer coisa.

- Então amanhã tu irás ocupar o lugar de recepcionista, e pode deixar sua filha na minha casa enquanto trabalha.

- Muito obrigada dona Locasso, e obrigada pelo empréstimo também.

- De nada, se cuida.

Alguém bateu a porta e Locasso autorizou a entrar.

- Que coisa mais fofa nós temos aqui. - Kim riu quando Johnny levou ela do chão pra o ar.
- Como você está pequena? - Depositava beijos na bochecha dela.

- Palquinho . - Disse Kim.

- Filha, eu já falei que ia levar você pra o parquinho, tchau pra vocês. - Eu disse e Johnny me entregou a pequena.

Acompanhante De Mentira #Wattys2017 [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora