*15 YEARS*

À caça...!

Lenny ficou em choque. Maryna mais ainda, não sabia o que faziam. Ela começou a suar frio, tentando entender tudo que havia acontecido nos últimos 5 dias. Ela passou de uma ''sad girl'' para uma... Assassina? Tudo o que ocorreu, passando como um jato, não só em sua cabeça, mas na de Lenny também. Ele começou a surtar, se perguntando em voz alta o que tinha feito para merecer aquilo. A vida de uma menina, na qual nem conheciam. Mas deveriam conhecer, pois tinham que saber o porquê de tudo aquilo. Por que isso está acontecendo com eles? 

Voltaram correndo para o Hotel, desejando que aquilo não passasse de um sonho, que eles acordassem em suas respectivas camas, em suas respectivas casas. Mas não era. Não era um sonho. Nunca foi. Nada nunca foi um sonho. 

Eles ficaram se olhando por um longo tempo, tentando processar tudo o que tinham visto naquela manhã. Ela pegou sua bolsa, procurando seu telefone e encontrou outro totalmente diferente. 

- Meu Deus. - Exclama Maryna.

- Que foi?

- Esse telefone. Você reconhece?

- Mas... O que? - Diz Lenny, inclinando o pescoço para ver melhor o que Maryna está segurando.

- Caramba. É o telefone dela.

- COMO FOI PARAR AÍ? - Grita, exageradamente, tanto que ouvimos um ruído nervoso do andar de baixo.

- Eu... Não faço ideia. - Diz, Maryna, assustada e chocada ao mesmo tempo.

- Meu Deus. Vamos descobrir quem essa menina é. AGORA!

E começaram a caça. Mexeram em todos os cantos do celular, até enjoarem, e descobriram muitas coisas, que foram listando em voz alta para provar que aquilo era real.

- Ela tem um péssimo gosto musical, por mim já não confiava nela. - Diz Maryna, com voz de desgosto.

- Isso não importa. Ela é filha dos seus pais! Acho que isso é o que você deveria se preocupar...

- Sim, eu sei. Mas, nas fotos, não parecem com eles. É como se fossem mais velhos, e mais ''artificiais''. Aposto um rim que essa mãe fez plástica, certeza! - Debochando, diz Maryna.

- Também percebi isso. O que será que acontece aqui?

- Ah, ela era Cheerleader. - Diz Maryna, com calafrios.

- Qual o problema? 

- A última coisa que eu gostaria de ser era cheerleader... Todos dizem que tenho corpo pra isso, mas não, obrigada!

- Eu não pergunto mais nada. Você tem que parar de julgar as pessoas só porque elas são cheerleaders, por exemplo. 

- Sim, eu entendo, só estava dizendo que ela é o completo oposto de mim. Ela tem até fotos com os pais dela... Meus? AH SEI LA!

- Sim, nisso eu tenho que concordar...

E continuaram a lembrar das coisas que viram. 

- Ela tem muitas amigas. Meninas, no caso. Outro completo oposto! 

- Nossa, verdade. Algumas meninas - Tosse, falando ''Cheerleaders'' entre os dentes - me enojam. - Debocha Maryna, abrindo um sorriso sarcástico.

Mas tira o sorrisinho do rosto quando vê o olhar de desgosto de Lenny.

- Sim... E eu acho que foi o máximo que a gente conseguiu por hoj...

Lenny é interrompido por um barulho alto que vem do quarto de Maryna. Os dois olham para o corredor, confusos. Se ouve um ''Ai!'', com uma voz feminina, juntamente com um barulho que parecia da cama. Uma menina sai do quarto, com algo nas mãos. Parece um telefone, mas daqueles ''tijolões'' bem antigos com uns fios soltos e presos em outro lugar com fita isolante. Ela se depara com os dois, e finalmente se vê seu rosto. É idêntica a Maryna. ''Outra?'', pensa Maryna. ''Não pode ser''. Essa tinha os cabelos bem cacheados, e os olhos mais claros. Apareceu, parou, fez uma reverência e soltou um ''Oi'', bem animado.