Estou eu lá na minha igreja (sou católica) ajudando a arrumar tudo para a nossa Missa Sertaneja, pois era festa do nosso padroeiro São Benedito, eram umas três e pouca da tarde. Até aí tudo bem. Aí a coordenadora perguntou se eu tinha músicas no meu celular pra colocar pra tocar no som que tinham acabado de instalar pra quebrar um pouco o clima e deixar mais animado.
Pensei: tem umas músicas no meu celular que não são tão adequadas para tocar em alto e bom som na igreja, mas também não posso mentir.
Na verdade minhas faixas de músicas que eu tinha na época eram sertanejas e algumas de pagode, funk o que tinha no máximo era Anitta (até hoje é assim). Mas mesmo assim.
Demorei um tempo para responder e falei que sim. E logo ela falou: coloca lá no som que o cabo já tá lá. Fui andando dura até o som, olhei pra trás querendo inventar uma desculpa para não colocar e a coordenadora me olhou e deu um sorrisinho. Desisti. Conectei o celular e fui na lista de músicas e coloquei em uma sem qualquer letra ofensiva e fui para uma de pagode chamada "Melhor Amigo" da Turma do Pagode.
Beleza, depois tocou outra da turma do Pagode que não me recordo, mas também não tinha nada demais. Só que depois dessa música o imprevisível, a próxima música a tocar era a do Eduardo Costa - Sapequinha. Travei na hora.
Não sabia se ia lá e trocava de faixa ou deixava. Ainda bem que não havia mais tanta gente na igreja. E aí no final da música ficou só repetindo: Ô ô ô, ô ô ô Vamos brincar de besteirinha brincar de fazer amor.
E eu lá fazendo os cartazes e quase rindo de vergonha, mas a coordenadora não falou nada, então pensei: dessa vez passa.E esse refrão só repetindo, parecia até Cd arranhado e eu implorando mentalmente: Deus me perdoa! Deus me perdoa!
Porque assim: católicos podem ouvir outras músicas, mas também deus e o mundo não precisava saber exatamente.
Depois de um tempo a minha madrinha chegou perto de mim com uma cara brava e falou:
- Faça o favor de tirar aquela música, faça o favor.Olhei pra ela e fui andando e não sabia se agradecia ou se minha cara já tava esfregando no asfalto lá da rua de tanta vergonha. Parei a música e desconectei o celular, pois não queria que fosse para uma música pior. Ri por um bom tempo lá de tanta vergonha e depois voltei a fazer o que estava fazendo antes.
Ainda bem que depois ninguém que estava lá na igreja nesse momento triste da minha vida veio comentar comigo.
Fiquei pensando comigo depois:
A igreja fica na rua principal do meu bairro, imagina quantas pessoas passaram por lá e pensaram: que tipo de igreja é essa? Ou as pessoas que estavam na igreja e viram que o celular era meu: essa menina ouve isso? Misericórdia!
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My Micos
HumorSó pelo nome do livro já dá pra saber o conteúdo, são micos, constrangimentos e momentos desagradáveis (leve como azar mesmo) que eu já passei e minha cara foi "no chão". Pode acontecer de alguns casos não parecerem tão engraçados o quanto "prometi...