(P)ior janela do mundo.

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Como é que alguém podia ser tão cruel ao ponto de dar o pior quarto da casa ao irmão mais novo!?

Pois é. O Will era.

Completamente igual à nossa personagem principal, mas com uma grande diferença – Em tudo o que o nosso querido Bill tinha de amarelo, o mais velho tinha em azul claro.

Um rapaz super querido; A harmonia em pessoa. Sorria sempre de forma leve e era muito tímido, com um tom de voz sempre calmo, baixo mas alegre.

...E essa mesma voz, a dizer-lhe com toda a calma e felicidade do mundo:

" – Não leves a peito, maninho! Mas, agora, o melhor quarto da casa é meu!".

E sorriu de orelha a orelha, fechando os lhos delicados e em tons de vários azuis combinados, batendo com a porta à frente do loiro, que só deixou a boca cair-lhe, carregado dos seus pertences pelo corredor fora e nos seus braços.

" – Will estúpido... Ele vai ver...".

E murmurava ameaças, porque era muito melhor do que o confrontar. Mesmo sendo o gémeo extrovertido – Que incluía ser o melhor em partidas –, ele aprendeu da pior forma a nunca, repito, nunca contestar o que o gémeo mais velho quer.

Ele é muito inteligente para umas coisas. E para outras também. Vistas bem as coisas, era bom em tudo, aquele sacana!

Despejou tudo o que tinha nos braços em cima da cama e sentou-se bruscamente, ao lado dos pertences, ainda irritado e a sentir-lhe os óculos grossos e negros escorrer da cana do nariz abaixo, ajeitando-os bruscamente. Como é que o próprio irmão lhe podia ter feito aquilo? E tudo por uma aposta idiota com a Wendy, a melhor amiga dos dois. Quem vencesse, ficaria a viver no melhor quarto por um ano inteiro, enquanto o outro ficaria num ligeiramente mais pequeno e com... A pior janela.

O problema disto tudo, nem era o tamanho do quarto ou a disposição em si. Era o facto do loiro ter de se mentalizar que ficaria um ano a acordar com uma vista que, outrora fora um vasto horizonte de florestas enormes e de pinheiros bravos lindos e cobertos de neve, no inverno, com uma leve linha do mar ao longe e com vista para as cascatas mais belas de Gravity Falls, e agora uma visão linda e maravilhosa para... Um prédio de nove andares e quase frente a frente a um quarto de cortinas fechadas e azuis escuras.

Num suspiro, levantou-se e começou a organizar as suas pequenas prateleiras brancas do quarto, com todas as suas pequenas figurinhas de ação, livros e mangás e alguns dos imensos jogos que tinha.

Ao terminar, colocou as mãos na cintura e olhou em volta. Um quarto branco, de armários vazios e roupas espalhadas pelo quarto, demasiado simples.

Aquilo não combinava com ele.

Sorriu maliciosamente ao ter uma ideia de génio.

Ele mesmo ia pintar, remodelar e criar um quarto à lá mode de Cipher.

Do francês, Cipher ia fazer merda.

Correu pelo corredor fora, escancarando a porta. Até o de cabelos azuis espreitou pela porta, confuso, com a algazarra que surgiu, do nada.

" – Mãe!". – Chamou rapidamente, ainda a correr, mas sem sair do lugar. – "Podes emprestar-me dinheiro para pintar o meu novo quarto!?".

A mulher, uma senhora alta, elegante e de cabelos curtos loiros e lisos, olhou-o de lado com o seu olhar acastanhado, de uma sobrancelha arqueada, murmurou.

Paper Friends ▲ BillDipOnde histórias criam vida. Descubra agora