(A)mizade papelence?

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" – Hm... E se a Wendy não quiser sair comigo...?". – Murmurava a prima dos dois gémeos, de forma aflita no quarto remodelado do mais novo dos Cipher.

" – Relaxa, Peace!". – Exclamou a voz animada do rapaz loiro, num sorriso querido e divertido, outrora deitado na cama e agora a olhar para a mais nova dos três, de pernas cruzadas e não esticadas no chão, a roer a manicure. – "Se ela não quiser sair contigo, está tudo bem. Tu nem sabes a sexualidade dela, então...!".

" – Só não percebi uma coisa..." – Sussurrou a voz do de cabelos azuis, fechando bruscamente o livro que tinha nas mãos. Um romance policial barato, já que estava sem dinheiro para comprar a continuação de Game of Thrones e precisava, urgentemente, de descontar a leitura num dos livros chatos da familia. Levantou o olhar para a menina, num aspeto confuso. – "Tu gostas dela ou não?".

" – Não é bem gostar...". – E olhou em volta, enquanto brincava com os polegares um no outro, tentando arranjar as palavras corretas para explicar. Por fim, olhou para a mão completamente envergonhada. – "É mais... Estar interessada".

" – Então, ainda não chegou naquele patamar do namorar...". – Bill arqueou uma sobrancelha, afirmando a conclusão e cruzando os braços, ao deixar-se encostar contra a parede da cama.

" – Nope. E espero que não chegue. Estou cansada de namoros por um bom tempo!". – Esbracejou, num desespero e deixando o mais alto dos dois a gargalhar. Os olhinhos azulados de Will deslizaram até à de olhos acastanhados.

" – Então, o que raios queres com ela?".

Os dois olharam-no incrédulos por ele ainda não ter chegado lá.

" – Ah... Will, é óbvio...". – Mas a menor foi interrompida pelo nosso querido protagonista direto.

" – Dar uns pegas. Curtir. Pegação. Namoriscar sem compromissos. Beijos molhados. Chegaste lá, cabeça de abóbora?".

O rosto branquinho do azul estava mais corado que nunca.

" – Wow, bingo! O nosso querido inocente chegou à conclusão!". – E a loirinha gargalhou, a rebolar no chão, perante a afirmação do amável irmão mais novo da vítima.

" – Ah ah ah...". – Murmurou, a fitá-lo de canto, mortalmente. – "Tu também tens a mania que és o ser mais perverso das galáxias. Também não és lá essas coisas, digo-te já, senhor Bill Cipher".

" – Ah! Ah! Na na ni na não!". – Interrompeu, com o indicador estendido à frente dos olhos do gémeo mais velho e com os seus fechados. – "Para ti, meu caro maninho, é Senhor Bill Fucking Cipher!".

" – E quem é que te chama de Fucking Bill Cipher?".

A afirmação da mais nova fez os dois rirem do mais alto, deixando-o vermelho.

" – Ah é?! Não entendes uma simples indireta dela!". – E esbracejou, com o indicador trémulo contra ela. – "Mas entendes o significado de "Bill fudendo Cipher" e "fudendo Bill Cipher"!?".

As lágrimas do mais baixo dos gémeos começaram a formar-se, quando ele se levantou de rompante, a murmurar ameaças.

" – Vou buscar leite com chocolate, que é bem mais doce que vocês, abéculas agriazedas".

E escancarou a porta sem a fechar, vendo os dois a ter um ataque de riso que ecoava pela casa vazia, estando só os três presentes.

Assim que percorreu o corredor e virou-se para a porta da direita, ficou frente à bancada da cozinha, enquanto retirava bruscamente o leite e aquecendo (Como é que alguém gosta de leite frio?!) e retirando nada delicadamente o chocolate em pó, chegando a espalhar um pouco pela bancada.

Paper Friends ▲ BillDipOnde histórias criam vida. Descubra agora