(F)ake soud.

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Este é o OST da fanfic. Aconselho a lerem este capítulo com a música e, boa sorte para não se arrepiarem.

Desculpem a demora. Mas, promessas são promessas, então att dupla mais logo <3 

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Há duas semanas que não se falavam.

Aliás... Na verdade (e supostamente falando), o Pines é que o ignorava. Embora o loiro nem tivera coragem para abrir mais as cortinas depois daquela humilhação que tivera à frente de dezenas de olhares, para além dos óculos partidos.

Agora, sentado sobre a secretária e de noite cerrada, deslizava lentamente o olhar dos seus óculos quebrados por entre os seus dedos altos e finos para o canto à direita da sua secretária. 

Três e dezasseis da manhã. Só uma luz amarelada de presença minúscula lhe iluminava o local. 

Suspirou de forma pesada e abriu lentamente a gaveta ao seu lado, pronto para guardar os óculos e nunca mais os tirar, como sempre.

Mas surpreendeu-se, ao ver tantos e tantos papéis A4 lisos escritos; Outros virgens e sem qualquer mancha ou amarrotado.

Odiando admitir para si próprio, repugnava-lhe a ideia de ter de ir no dia seguinte para a escola, mais uma vez, dormindo pouco e confrontar tantos olhares tortos, cochichos no corredor sempre que Cipher passava ou quando lhe apontava com o indicador para si, como se fosse uma ave rara.

Instintivamente, levou devagar as mãos às suas orelhas e fechou lentamente os olhos, para ignorar as vozes que começava a ouvir na sua cabeça; As mesmas vozes que o julgavam, irritavam e humilhavam.

Silêncio.

...

Se Cipher não ouvisse, era tão bom. Poderia ignorar, mesmo sem querer, tudo à sua volta. Ser feliz na sua ignorante inocência e sorrir de orelha a orelha sem motivos.

Respirou fundo, deslizando o olhar amarelado de pupilas rasgadas para os cortinados no mesmo tom.

...T-Talvez...

E estendeu lentamente a mão para o cortinado.

S-Se ele espreitar... Nem que seja uma vez...

Tinha tantas saudades de Dipper.

M... Mesmo que me tenha ignorado, só talvez, exista alguma razão.

Mas parou a meio do trajeto, recolhendo imediatamente a mão e negando com a cabeça, agora a observar os seus próprios pés descalços com raiva.

Ia mesmo descer ao nível de desculpar quem o iludiu, quem julgou ser o seu verdadeiro amigo de janela para, depois, o ignorar à frente de toda a gente só pela sua má fama?

Cerrou os dentes, afundando os óculos partidos entre os papéis, com raiva. Subiu para o beliche acima da sua secretária e estendeu-se para apagar a luz, pronto a adormecer sobre os problemas.

Fechou lentamente os olhos. Colocou os phones, ao som de uma música que sempre gostou. Levou lentamente as mãos aos ouvidos e fingiu parar de ouvir.

Silent voice.

Voz silenciosa.

Sorriu ligeiramente.

Os outros tinham vozes silenciosas ao pé dele.

Por isso, e talvez, ele era o causador tanto daquela música como da realidade à sua volta.

[...]

Paper Friends ▲ BillDipOnde histórias criam vida. Descubra agora