Capítulo 2. Apaga la maquina

711 41 18
                                    


Te ver sem te tocar

Entre linhas te navegar

Sem pele, me apaixonar

Me prove que é real através do cristal

Christopher Von Uckermann

— Estou cansada de você. — Murmuro baixinho cruzando os braços como uma criança e olhando para a mesa de centro com tampo de vidro que nos separava e um cinzeiro prateado de forma oval que sinceramente não tinha motivo de estar ali já que ele não fumava há muito tempo até onde eu sei.

— Também estou cansado de você. — Ele diz abruptamente. Ele realmente tinha conseguido me ouvir? E como ele pode me dizer algo assim, tão naturalmente? — Mais alguma coisa que queira me dizer? Sejamos honestos e sinceros, não precisa sussurrar.

— Por que é sempre tão insuportavelmente idiota?

— Eu não sei, acho que eu sou assim.

— Por que, não se despediu de mim no Brasil? O que você estava pensando, que pode me deixar a droga de uma flores e estará tudo bem? Você sempre me aparece com estas suas flores estúpidas como qualquer homem que acha que pode consertar seus erros com algo absolutamente sem significado. — Gesticulo no ar o encarando e ele parece sério demais o que me deixa mais incomodada ainda como se tivessem comichões em minha roupa. Por um momento eu desejei que ele fumasse e me desse um cigarro que eu poderia acender na varanda olhando o dia chuvoso. Tiro minha blusa de moletom completamente ensopada.

— Eu não queria te ver, eu não... — Começou a dizer, mas eu simplesmente me levantei sentindo raiva e comecei a me mover rumo à saída. Todo o piso daquele cômodo era em taco de um marrom bastante escuro, provavelmente deve ser bom andar sobre ele quando está frio, já que não deve gelar tanto quanto o porcelanato da minha casa.

— Se não quer me ver, ótimo. Realmente ótimo. — Grito e sua mão segura meu pulso com força me impedindo de avançar.

— Eu te escutei até agora, então você vai sentar naquela poltrona e escutar tudo o que eu tenho a dizer. Não pense que será fácil assim fugir de tudo isto mais uma vez, como você sempre faz. — Suas sobrancelhas quase se tocam e seus olhos se tornam mais escuros à medida que as palavras saem de sua boca. Tento respirar fundo e já que não tenho escolha me sento novamente, com uma cara mal humorada. — Ótimo! Como eu estava dizendo, eu não fui por que não queria te ver, por que estava com raiva e eu não queria entrar em uma discussão sem sentido de cabeça quente e... Eu realmente tive um compromisso urgente que me obrigou a voltar ao México imediatamente. Pode compreender esta parte? — Ele questiona unindo as mãos para em seguida se levantar passando a mãos nos cabelos os desalinhando completamente. Mordo o lábio inferior com força. — O que é isto com este cara, este tal de Juan Pablo? — Ele para a minha frente se inclinando a ponto de estar com o rosto na frente do meu. Minha respiração suspende automaticamente. Por que ele tem que ser tão malditamente bonito? Preciso me focar.

— Nada.

— Por que o estava beijando? O que ele estava fazendo no Brasil? — Ele volta a estar com a coluna reta e os braços na frente do peito como um interrogador da polícia. Agradeço por ele não estar tão perto, mas nem por isto ele parece menos intimidador. Ótimo.

— Eu não estava. Foi só um momento ruim, um erro de timing.

— Que desculpa ótima Dulce Maria.

Poderíamos cair  + além (2.º Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora